NOTÍCIA
Em evento em Atibaia (SP), especialista em educação falou sobre importância da educação integral em tempo integral, com aulas mais significativas e dialogadas, que ensinem a pensar; ela também apresentou tendências em educação pelo mundo
“Está comprovado pela ciência que o uso de metodologias ativas assegura muito mais aprendizagem do que um professor escrevendo num quadro e aluno copiando. Mas com 13 matérias espremidas em quatro horas, quem é que consegue garantir metodologias ativas?”, refletiu Cláudia Costin, ex-diretora global de Educação do Banco Mundial, durante evento realizado em Atibaia (SP) na última terça-feira, 16. “Pouquíssimos países com bons sistemas educacionais têm só 4 horas de aula. Eles têm entre 7 e 9 horas de aula”, afirmou.
A especialista participou do Best Experience, evento da International School que reuniu lideranças educacionais, e falou sobre temas como educação integral e em tempo integral, além de tendências da educação pelo mundo.
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Para além da jornada estendida, ela lembrou que integral se refere também ao papel mais amplo da educação. “A gente não educa a criança só para ela saber tabuada e ler e escrever. A gente educa para ela saber como se portar, a gente educa, em parceria com as famílias, como ela vai se conectar em sociedade, como é que ela vai viver em sociedade”, pontuou. “Nós estamos precisando muito de uma educação para viver juntos.”
Sobre o tempo integral, ela reforçou não se trata de oferecer oficinas no pós-escola, mas sim “aulas mais significativas e mais dialogadas, que ensinem, de fato, a pensar”. A educação integral em tempo integral é, portanto, aquela que forma por inteiro e com mais horas de aula.
Cláudia Costin participou do Best Experience, em Atibaia (SP) (Foto: Cavaliere Produtora)
Após apresentar dados sobre a educação brasileira, Cláudia Costin também falou sobre tendências em educação no mundo, destacando os seguintes pontos:
Sobre a cultura digital, por exemplo, a especialista afirmou: “Eu continuo achando que foi um grande ganho tirar o celular da escola ou restringir a finalidades pedagógicas. No entanto, a cultura digital tem que entrar na escola”.
Ela também falou sobre inteligência artificial. “A inteligência artificial não é algo que veio para o aluno poder colar. Ele [aluno] vai ter que, no mundo do trabalho, pesquisar na inteligência artificial. Que tal a escola ensinar isso? E vou dar uma notícia que eu não sei se vocês já repararam: o aluno já cola do Google”, afirmou. “A gente tem que ensinar o uso ético da inteligência artificial e também como pesquisar na inteligência artificial”, sintetizou.
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