No Centro Educacional Mundo do Saber, escola privada localizada em Manaus (AM), não há uma metodologia, senão várias que se misturam e são utilizadas de acordo com a necessidade de cada aluno. “A gente entende que cada criança tem um diferencial”, explica Jeane Lima, diretora da instituição, que atende do berçário ao 4º ano do ensino fundamental e tem 200 alunos matriculados. Desta forma, com o olhar para as individualidades e especificidades, os métodos tradicional, construtivista e sociointeracionista ganham espaço — tudo em meio a uma proposta que valoriza o lúdico, esportes e atividades práticas, que têm início desde cedo.

Um exemplo da valorização da ludicidade é o projeto de desfralde ‘Tchau, tchau, fraldinha!’, voltado às turmas de dois anos de idade. O trabalho é organizado pela psicóloga, pela pedagoga e a coordenação da escola, e as crianças participam de uma celebração dedicada a esse momento, em que se ‘despedem’ da fralda. “A gente vai conseguindo desfraldar a criança num processo lúdico, respeitando o tempo dela”, explica Jeane.

Neste ano, o projeto aconteceu no mês de março. Jeane destaca que a atividade apoia as famílias e ajuda a promover a autonomia das crianças. “Essa etapa é fundamental para o desenvolvimento e foi conduzida com acompanhamento próximo e respeitoso”, conta. 

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Conforme a criança cresce, a ludicidade continua tendo espaço, até mesmo pensando na transição para o ensino fundamental, que representa um passo importante para os pequenos estudantes e que traz mudanças inclusive na estrutura das aulas. Segundo a diretora, uma das estratégias utilizadas nesse processo é mesclar o conteúdo em sala de aula com experiências práticas. Por exemplo, se o tema a ser trabalhado é meio ambiente, as crianças podem ser levadas ao jardim da escola ou para fazer atividades na horta.

Na horta, aliás, é conduzido o ‘Projeto hortinha’, uma iniciativa que visa aproximar os alunos da natureza e ensinar, além do cuidado com o meio ambiente, temas como sustentabilidade e alimentação saudável, segundo a diretora. “As crianças participam do plantio, cultivo e colheita, desenvolvendo senso de responsabilidade e valorizando o trabalho coletivo”, explica. As atividades na horta começam no berçário e se estendem até o 4º ano, permitindo que crianças de todas as idades tenham contato com essas aprendizagens.

Outros projetos também valorizam a parte prática, além do desenvolvimento de aspectos como criatividade e comunicação, como a Mostra de Robótica e a Feira de Ciências, realizadas anualmente — a primeira, voltada a alunos a partir dos dois anos; a segunda, a crianças de todas as turmas.

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A última Mostra de Robótica, realizada no ano passado, contou com o tema ‘Corpo, Cérebro e Linguagem’. “A Mostra apresentou trabalhos criativos e interativos, estimulando a lógica, a coordenação motora e a capacidade de comunicação dos alunos”, explica Jeane. Para além da Mostra, há aulas de robótica e cultura maker, promovendo o contato com o tema ao longo de todo o ano.

Já a Feira de Ciências, também realizada em 2024, explorou a temática ‘Fundo do mar’. “Exploramos o universo marinho e incentivamos a curiosidade científica, por meio de pesquisas, experimentos e exposições produzidas pelos nossos próprios alunos”, conta a diretora Jeane Lima.

Modalidades extras, desenvolvimento e conexão com a sala de aula

Outro ponto destacado pela diretora é o oferecimento de diferentes modalidades para as crianças: estão disponíveis aulas de futsal, judô e balé. As famílias escolhem uma modalidade — que já está inclusa na mensalidade —, e, assim, todos participam, às sextas-feiras, de uma das atividades extras disponíveis, a partir dos dois anos de idade.

Tais atividades permitem, ainda, uma conexão com o que é explorado em sala de aula. No caso do balé, por exemplo, uma das possibilidades é o desenvolvimento da coordenação motora. Depois desse trabalho na modalidade, a professora de sala de aula pode mostrar às crianças como aquilo que foi praticado no balé é importante também para o momento da aula — ou seja, conectando os saberes.

Formação docente: a importância da atualização

Pensando no conhecimento de diferentes metodologias e na atualização docente, a escola também tem um olhar específico para a formação dos professores. Segundo Jeane, há formações realizadas de janeiro a novembro, em um sábado de cada mês.

Na visão da diretora, essa formação contínua é essencial — sobretudo num mundo em que tudo muda muito rápido e novidades surgem de forma cada vez mais veloz. “Uma coisa que a gente aprende hoje, daqui a um ano já não está servindo mais porque ficou obsoleta”, avalia a gestora. “As leis mudam, o conhecimento muda, o avanço científico muda. A gente precisa acompanhar essa evolução cotidianamente. Quem não acompanhar vai ficar para trás”, finaliza.

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