Nos últimos anos, o pensamento computacional deixou de ser tema restrito a programadores e especialistas em tecnologia para se tornar uma experiência essencial do século 21. Tanto que algumas universidades e escolas de todo o país passaram a incorporar a disciplina como parte do currículo de cursos não só voltados à informática e computação, mas como uma ferramenta interdisciplinar capaz de dialogar com diferentes áreas do conhecimento. 

Na Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), a temática é tratada como uma habilidade fundamental, comparável à leitura, escrita e aritmética e ofertada no primeiro semestre para todos os estudantes dos nove cursos de graduação dos eixos de Licenciatura, Computação e Produção e Negócios.

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O termo, que ficou mais conhecido após a publicação de um artigo da cientista da computação Jeannette M. Wing, é voltado à capacidade de resolver problemas de forma lógica, estruturada e criativa. Na Univesp, a disciplina é essencial para a compreensão e uso de sistemas computacionais, além de solucionar questões do dia a dia. No itinerário formativo, o discente aprende a resolver problemas por meio de quatro estratégias principais: decomposição (dividir problemas grandes), identificar padrões, abstração (reutilizar soluções) e algoritmos (criar sequências de passos).

“As escolas devem estar preparadas para transmitir o conhecimento das novas tecnologias. Na Univesp, os alunos das Licenciaturas, por exemplo, também conseguem aplicar na prática as habilidades adquiridas por meio de projetos integradores. A ideia é prepararmos os licenciados para o mercado de trabalho, pois a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular) da Computação exige que esse conteúdo seja apresentado na sala de aula. Além disso, as habilidades são essenciais para qualquer profissional lidar com o mundo digital e resolver desafios complexos de maneira estruturada”, diz o presidente da Univesp e professor conteudista da disciplina, Marcos Borges.

Dialogar com o mundo e suas novas habilidades 

Segundo o professor, o pensamento computacional é uma nova forma de alfabetização, eficaz para qualquer indivíduo, independentemente de sua formação. 

“Com o avanço da inteligência artificial, robótica e automação, a capacidade de pensar computacionalmente é um diferencial no mercado de trabalho. Preparamos os alunos para se tornarem cidadãos críticos e criativos, capazes de enfrentar desafios futuros, sejam eles em salas de aula, centros de pesquisas ou empresas”, destaca Marcos Borges. 

Para a estudante do primeiro ano do curso de Ciência de Dados da instituição, Érica de Lima Oliveira Marçal, o método auxilia na busca de soluções práticas para lidar com dificuldades diárias. Ela conta que usou a metodologia para ajudar a filha, de sete anos, a memorizar as cores e os tipos de lixeira de coleta seletiva. 

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“Minha filha estava com dificuldade em algo que parece simples, mas que muitas crianças enfrentam. Diante desse fato, e por meio do contato com pilares fundamentais na abordagem do professor Marcos Borges, tive a ideia de desenvolver um jogo no Stratch, uma plataforma de programação em blocos, que possibilita criar projetos de formas simples e visual. O jogo ainda está em fase de melhorias, mas já mostrou como a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para facilitar a aprendizagem de forma lúdica e interativa. Esse projeto me fez refletir sobre como desafios cotidianos podem se transformar em oportunidades de inovação, quando conectamos criatividade, conhecimento e propósito”, detalha a estudante.

É fato que ainda falta infraestrutura adequada em algumas unidades escolares brasileiras, mas, a temática é importante para todos, além de contribuir para a inclusão dos estudantes no mercado atual. 

Confira o projeto da aluna Érica, Jogo Coleta Seletiva:  https://scratch.mit.edu/projects/1206977984

Ciclo Básico de Pensamento Computacional: https://www.youtube.com/watch?v=01Hb_UV-yDA&list=PLxI8Can9yAHdpWCsxHjAdF_Sqyf0Ro2zt

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