Por ser a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, o Enem é destaque em muitas escolas que buscam oferecer preparação específica para a prova. No caso do Sesc Cidadania, escola privada localizada em Goiânia, um dos focos tem sido a redação, o que tem rendido frutos: em 2022, foram 21 alunos com nota acima de 900; em 2023, 67 estudantes conseguiram o feito; e, no ano passado, 56.

Se aprender a escrever vem de cedo — a diretora pedagógica do Sesc Cidadania, Darlei Dário, frisa que é desde o 1º ano do ensino fundamental que o estudante começa a desenvolver essa habilidade —, oportunidades de praticar a escrita no ensino médio, claro, também ajudam os alunos nessa preparação. Na instituição goianiense, há diferentes frentes para isso. Os alunos participam de simulados, contam com duas aulas semanais de produção de texto e escrevem redações a cada 15 dias, que são corrigidas de acordo com os parâmetros do Enem. Há tanto a possibilidade de correção online, dentro da plataforma do sistema de ensino, quanto de correção por parte de professores.

Além disso, no ano passado foi oferecida uma aula específica de redação, realizada de forma online. Houve um processo seletivo e 30 estudantes do 3º ano do ensino médio participaram da oficina ao longo do ano, sem custo adicional. “Os 30 alunos tiraram acima de 840 pontos na redação. O resultado mostrou um coroamento do trabalho que já estava sendo realizado desde o ensino fundamental”, conta Darlei. 

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Neste ano, a iniciativa ganhou nova edição. As aulas são conduzidas pela professora de produção de texto, uma vez por semana, de março a novembro. Além dos encontros online, os estudantes também escrevem uma redação por semana, de forma complementar ao que já está previsto na matriz curricular.

Outro ponto destacado por Darlei em relação à preparação para a redação do Enem é a interdisciplinaridade. As professoras de produção de texto conversam com os docentes de geografia, história, sociologia e filosofia, por exemplo, a respeito de temas que irão trabalhar com os estudantes. Assim, os responsáveis por outras disciplinas também podem abordar esses assuntos durante as aulas, dando mais contexto para os alunos, o que ajuda na elaboração da redação.

Formação integral: acesso à cultura e ao esporte

A diretora Darlei Dário conta que a escola tem como público, principalmente, filhos de trabalhadores do comércio, uma vez que é vinculada à Fecomércio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A escola existe há 20 anos e atende do ensino fundamental ao ensino médio — sendo a primeira do Sesc nacional a oferecer ensino médio. Hoje, conta com 2.164 alunos, sendo 840 bolsistas integrais. Além da isenção da mensalidade, os bolsistas recebem gratuitamente todo o material escolar, incluindo papelaria e também o lanche. Para admissão na escola, os estudantes passam por um processo seletivo; depois de aprovados, podem se inscrever no processo de análise socioeconômica para se candidatar à bolsa.

Por fazer parte do sistema do Sesc, a escola conta também com uma série de atividades culturais e esportivas para os estudantes, já que o sistema tem frentes nessas áreas. Para o ensino médio, por exemplo, há a possibilidade de participar de uma banda sinfônica, com aulas que acontecem no contraturno. 

O mesmo vale para atividades esportivas: há a possibilidade de aulas de vôlei, handebol e futsal. Essas atividades são oferecidas no complexo esportivo da unidade. A instituição também conta com auditório e biblioteca. “Nós temos uma biblioteca que tem, inclusive, acervo internacional, porque temos a escola de idiomas do Senac aqui no mesmo conjunto, no mesmo quarteirão”, conta Darlei.

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Devido à presença do auditório, os alunos também vivenciam diferentes eventos culturais e artísticos — como peças e apresentações da banda sinfônica. “A escola tem essa efervescência de exposições e eventos acontecendo, e sempre que acontece alguma instalação, algum espetáculo aqui na escola, a gente também mobiliza os alunos para assistir”, afirma a diretora. Também há oportunidades em que a escola distribui ingressos para shows patrocinados pelo Sesc, de acordo com Darlei.

No caso dos anos iniciais do ensino fundamental, há um programa específico para assistir a peças teatrais na escola. Segundo Darlei, a área de cultura do Sesc contrata grupos de teatro e os leva à instituição para que se apresentem para os estudantes. “A gente traz as companhias de teatro para apresentarem peças infantis que o Sesc está patrocinando, também no auditório, para garantir acesso cultural para esse público.”

A possibilidade de participar dessas atividades contribui para a formação integral dos estudantes. “A formação integral tem de perpassar por todas essas dimensões: pela dimensão cognitiva, física, emocional, espiritual”, avalia a diretora. Além disso, ela lembra da possibilidade de acesso à cultura — como assistir a uma apresentação de banda sinfônica, por exemplo —, oferecida a um público que, se não fosse pela escola, talvez não tivesse essa oportunidade.

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