NOTÍCIA
Programa ajuda a desenvolver competências, em especial, as linguísticas
A globalização intensificou a conexão entre países, impulsionando o rápido crescimento tecnológico, facilitando a disseminação de informações, favorecendo a integração da economia mundial. A facilidade de mobilidade física e virtual passou a ser uma realidade cada vez mais comum, impactando a vida cotidiana de todos no planeta Terra. Nesse ecossistema, as necessidades comunicacionais são crescentes em todas as camadas, não somente na social, mas também na empresarial, na política e acadêmica. A língua inglesa passou a ser o idioma oficial escolhido pelas diferentes nações, tornando-se um recurso compartilhado por todos (RAJAGOPALAN, 2009).
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A necessidade de desenvolver cidadãos bilíngues permeou os ambientes escolares, oportunizou no Brasil a criação de escolas regulares privadas que incluíssem no currículo, nas salas de aula, o foco no desenvolvimento das habilidades comunicacionais, surgindo as escolas bilíngues, impulsionadas por necessidades mercadológicas (MARCELINO, 2009, MEGALE e LIBERALI, 2016), reforçando o conceito de que muitas famílias brasileiras encontram nesse tipo de escola uma opção para formação de seus filhos.
Diante disso, observou-se a expansão do segmento de escolas bilíngues em território nacional, o que oportunizou práticas de escolarização do tipo internacional, nos níveis fundamental e médio, denominada educação internacional. Também conhecida como internacionalização doméstica (Wachter, 2000). Apesar de escolas internacionais já existirem no Brasil desde a década de 90, as oportunidades de internacionalização da escola básica têm se tornado uma nova possibilidade ao contexto atual (RAGNEV, 2018, 2023).
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Nesse sentido, emerge a oportunidade de promover a internacionalização de currículo e seus desdobramentos no contexto da escola básica, dos quais o currículo-duplo passa a ser uma possibilidade factível e atrativa. Trata-se de um programa de dupla certificação, no qual o aluno cursa as matérias obrigatórias do currículo estrangeiro e pode ter um diploma internacional em paralelo ao do ensino médio brasileiro — o chamado dual degree.
A escola brasileira passa, então, a ser vista para além do ensino bilíngue, na qual o aluno estuda disciplinas próprias de currículos de outros países, sem deixar as diretrizes educacionais do Brasil e do estrangeiro.
Foto: Freepik
A dra. Karem Ragnev, que recentemente desenvolveu pesquisas nesse segmento, relata que o objetivo da internacionalização da escola não é ‘enlatar’ o currículo, mas sim, permitir que o aluno passe por situações de aprendizagem que expandam sua forma de pensar e agir. “Ser aluno de um programa internacional na formação básica ajuda a desenvolver competências, em especial, as linguísticas devido ao idioma estrangeiro.” Além disso, segundo a especialista, “o foco principal é contribuir para a formação de sujeitos que, por meio da linguagem, possam tecer pontes e ligações entre conhecimento e língua, no sentido de ir além dos saberes das disciplinas curriculares, expandindo a visão de mundo, de si mesmos, do mundo em que vivem, hoje e amanhã, agindo local e globalmente”.
No Brasil, a internacionalização da escola básica é oportunizada pela Griggs Internacional Academy (GIA-Brasil). Ao terminar um programa de estudos com disciplinas de um currículo internacional, o aluno tem seu diploma e histórico escolar emitidos por uma determinada instituição estrangeira.
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