NOTÍCIA

Grande Encontro da Educação

Antes de falar sobre competências socioemocionais precisamos olhar para nós mesmos

Psicanalista e especialista em TEA fala sobre um futuro sem julgamentos e que respeite as diferentes realidades

Publicado em 26/09/2024

por Maria Eugênia

Geraldo Peçanha participou do painel Conversa carregada de futuros – novos olhares para as competências socioemocionais, do Grande Encontro da Educação, em SP. Ele, que é psicanalista, especialista em educação infantil, pós-graduado em TEA (Transtorno do Espectro Autista), dividiu suas vivências e experiências pessoais.  Hoje autor de 77 livros, além de trabalhar em quatro continentes do mundo, Geraldo conta que em sua infância passou por dificuldades, morava em uma comunidade rural, e desde novo precisou trabalhar em sua casa, ajudando a alimentar seus irmãos. 

O evento é realizado pela revista Educação e aconteceu ontem, 25, e hoje, 26, no Centro de Professorado Paulista (CPP).

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Futuro e competências socioemocionais

Ao começar seu painel, Geraldo Peçanha já cutucou os espectadores do evento: “O futuro que eu estou pensando não é fácil”, diz. Para ele, precisamos de um futuro e esse depende do outro. Se não tomarmos uma atitude verdadeira diante do que estamos vendo, não teremos futuro. 

De acordo com ele, vivemos em um mundo de incoerências, e os adultos criaram as telas, mas desejam a rapidez e agilidade das outras gerações. “Competências socioemocionais são importantes, mas todos os problemas que a geração de hoje tem, são causados por nós”, provoca Peçanha. Ele acrescenta que se queremos falar sobre essas competências é necessário entender quais são as dificuldades que encontramos dentro de cada um de nós, e que não podemos continuar brincando de fazer essas competências. 

“Como vou exigir que uma criança entenda o problema do outro, se o outro não entende o problema dela?”, questiona ele, sobre o desenvolvimento dessas habilidades nas crianças e adolescentes. 

Vivências

O psicanalista também conta que viveu em um tempo cuja sua família queria se livrar dos militares, e ano passado, se deparou com a comunidade que morava na infância pedindo a volta dessas pessoas na frente dos quartéis. Ele questiona: “o que fizemos durante esses 50 anos?”. 

competências socioemocionais

“Como vou exigir que uma criança entenda o problema do outro, se o outro não entende o problema dela?”, questiona Geraldo (Foto: Marcos Muzi)

Especialista em educação infantil, Peçanha ainda divide com a plateia que possui um filho adotivo, diagnosticado com autismo, e que no dia 11 de setembro, foi aprovada a lei Mateus Peçanha de Almeida, escrita e discutida por ele. A lei garante o trabalho aos adolescentes autistas e leva este nome como forma de homenagem ao filho de Geraldo.

Para ele, de acordo com suas vivências com seu filho e sua atuação na área da educação, a “atividade realiza a vida”, e “é o processo educativo que dá a mobilidade social”, finaliza. 

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Maria Eugênia


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