O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) é uma ferramenta fundamental para avaliar a qualidade do ensino nas escolas e orientar políticas educacionais voltadas para a melhoria do processo de ensino e aprendizagem. Ele fornece indicadores importantes sobre o desempenho dos estudantes em avaliações padronizadas, permitindo que as unidades escolares identifiquem suas necessidades e áreas de melhoria.

O Ideb tem como objetivo monitorar e melhorar o desempenho dos estudantes em diferentes etapas de ensino e é calculado a partir de dados de desempenho dos estudantes em avaliações nacionais, como o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), e de taxas de aprovação escolar.

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O Ideb

O Índice é calculado a partir de dois componentes principais: a taxa de rendimento escolar (aprovação) e o desempenho dos estudantes em avaliações padronizadas. A taxa de rendimento escolar considera a proporção de estudantes que alcançaram a etapa de ensino adequada para sua idade, levando em conta a taxa de aprovação e a evasão escolar. Já o desempenho dos estudantes é avaliado por meio de testes padronizados, como o Saeb, que medem o conhecimento em disciplinas como matemática e língua portuguesa.

Com base nos dados de rendimento escolar e desempenho dos estudantes, é calculado um índice para cada escola, município, estado e para o Brasil como um todo. Esse índice varia em uma escala de 0 a 10 e é utilizado para avaliar a qualidade da educação, estabelecer metas de desempenho e monitorar a evolução ao longo do tempo.

Conhecer os cenários

Além de fornecer indicadores sobre o desempenho dos estudantes, ele também é usado para estabelecer metas de qualidade educacional para as escolas e redes de ensino, promovendo a melhoria contínua da educação. As escolas que alcançam as metas estabelecidas são reconhecidas pelo seu bom desempenho, enquanto aquelas que não atingem as metas são incentivadas a implementar ações de melhoria.

Ele também auxilia na identificação de desafios e desigualdades educacionais, permitindo que sejam adotadas políticas e práticas pedagógicas mais eficazes para promover a equidade e a inclusão no sistema educacional. Além disso, é considerada uma importante ferramenta de prestação de contas, que possibilita à sociedade acompanhar e cobrar a qualidade da educação oferecida nas escolas.

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Quando atuei como gestora de inovação na Secretaria Municipal do Rio de Janeiro, tive a oportunidade de acompanhar ativamente esse processo a partir da implementação de diversas ações, como produção de material didático interno para a rede, formação docente, criação do programa Ginásio Educacional Tecnológico e de uma área de gestão para resultado do aprendizado. 

Essas ações são evidências claras de como o compromisso com a reunião e a utilização de dados, a valorização docente e a atualização do currículo, considerando a adaptação às necessidades da rede e dos jovens, são excelentes ferramentas para a melhoria de resultados, o que garantiu que a cidade do Rio de Janeiro desse um salto histórico no Ideb.

O que fazer com os resultados nas unidades escolares?

Com base nos resultados do Ideb, as unidades escolares devem se organizar de forma a promover ações e estratégias pedagógicas direcionadas para o aprimoramento da qualidade do ensino. É essencial que a gestão escolar utilize os dados do Ideb para elaborar planos de ação específicos, com metas claras e objetivas, visando elevar o desempenho dos estudantes e garantir uma educação de qualidade e equidade.

Entre as estratégias pedagógicas que as unidades escolares podem desenvolver a partir dos resultados do Ideb estão a implementação de programas de reforço escolar, a oferta de atividades extracurriculares para complementar o aprendizado, o estímulo à participação ativa dos estudantes nas aulas e a capacitação contínua dos professores para aprimorar suas práticas pedagógicas.

Para a professora Marialba* da Glória Carneiro, “O Ideb, por apresentar resultados sintéticos, facilita a leitura e análise dos resultados no interior das escolas. É um importante instrumento para o acompanhamento dos níveis de proficiência dos alunos e possibilita a elaboração de ações para a melhoria da qualidade e equidade do ensino.  Mesmo sendo as provas de língua portuguesa e matemática as habilidades de leitura e de resolução de problemas perpassam por todas as áreas da aprendizagem, neste sentido é fundamental que todos os professores analisem os resultados do SAEB que devem orientar o pedagógico da escola.”

Na prática

Na prática da sala de aula, os professores podem desenvolver diversas estratégias criativas para melhorar os resultados dos estudantes na escola. Por exemplo, podem organizar atividades interativas e dinâmicas, utilizando recursos tecnológicos e jogos educativos para engajar os estudantes no processo de aprendizagem, através de habilidades e competências relacionadas a avaliação. Além disso, a criação de grupos de estudo e tutorias entre os próprios estudantes pode estimular a colaboração e a troca de conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento acadêmico de todos. Uma boa dica é o envolvimento dos grêmios estudantis nessa frente e a criação de grupos de alunos monitores com diferentes conhecimentos para auxiliar o estudo. 

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Outra estratégia é a realização de projetos interdisciplinares que abordem temas atuais e relevantes, incentivando a pesquisa e o debate entre os estudantes. Atividades práticas, como feiras de ciências e visitas técnicas, também são eficazes para contextualizar o conteúdo teórico e estimular a curiosidade dos estudantes. 

Diversificar 

Estabelecer metas individuais de aprendizagem para cada estudante, acompanhando seu progresso de forma personalizada e oferecendo suporte adicional quando necessário, é uma estratégia eficiente para promover o sucesso acadêmico.

Ao adotar essas abordagens criativas e inovadoras, os professores podem criar um ambiente de aprendizagem estimulante e motivador, que contribui significativamente para a melhoria dos resultados dos estudantes na escola. A diversificação das estratégias pedagógicas e o incentivo à participação ativa dos estudantes são chave para promover um ensino de qualidade e proporcionar uma experiência educacional enriquecedora e transformadora.

Além disso, as escolas podem adotar medidas de acompanhamento individualizado dos estudantes, identificando suas dificuldades e necessidades específicas, bem como promover a integração de tecnologias educacionais no processo de ensino, visando tornar as aulas mais dinâmicas e atrativas.

Dessa maneira, essa ferramenta, que ainda assusta muitos educadores e que muitos desconhecem, torna-se um importante instrumento para orientar as ações das unidades escolares na busca pela excelência educacional, contribuindo para o desenvolvimento integral dos estudantes e para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

*Marialba da Glória Garcia Carneiro é normalista, pedagoga, habilitada em letras e especialista em gestão educacional pela Unicamp. Secretária Municipal de Educação, 2009-2016 e vice-prefeita, 2013-2016, de Pereira Barreto. Foi presidente da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais) seccional de São Paulo 2015-2017. Gerente de projetos na Secretaria de Educação Básica – MEC 2020-2022. É membra da ANEBHI (Associação Nacional de Educação Básica Híbrida), mestranda em educação pela Musty University Flórida United States of América – USA e assessora da secretaria municipal de São Paulo.

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