NOTÍCIA
Assunto é o segundo menos frequente dentre os 14 temas explorados durante as capacitações das redes municipais, revela estudo
Publicado em 29/08/2024
O futuro Plano Nacional de Educação (PNE) terá propostas voltadas à redução das desigualdades raciais e de gênero em todos os seus 18 objetivos. O documento ainda destaca a ampliação e oferta da educação quilombola e indígena de qualidade. Apesar da prioridade em promover a equidade étnico-racial na aprendizagem, o tema é o segundo menos frequente nas formações com docentes, gestores, diretores e coordenadores escolares.
Apenas 7,9% das secretarias de Educação abordam a temática étnico-racial regularmente nas formações com professores: desse total, 2,5% a cada 15 dias e 5,4% uma vez por mês. Os dados são da pesquisa Percepções e desafios dos anos finais do ensino fundamental nas redes municipais de ensino, realizada pelo Itaú Social e Undime (União dos Dirigentes Municipais de Educação).
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Segundo o estudo, o tema foi abordado apenas uma única vez na formação para professores dos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano) em 32,8% das redes de ensino, sendo que 19,8% sequer tocaram no assunto ao longo do ano.
Apesar da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de história afro-brasileira nas escolas ter mais de duas décadas, ainda é notório o desafio de preencher o calendário escolar com conteúdos que tratam a cultura afro-brasileira.
“Restringir a abordagem desse tema em sala de aula, apenas em uma data específica, é perder a oportunidade de tocar em problemas sociais durante o ano todo. É importante reconhecer que a maioria dos assuntos está inserida em um contexto étnico-racial. Portanto, é fundamental que os professores recebam apoio e orientação na hora de planejar as atividades dos estudantes”, diz Sonia Dias, gerente de desenvolvimento e soluções do Itaú Social.
Os três temas mais constantes nas capacitações dos profissionais de educação são: apresentações de formas lúdicas, críticas e participativas de aprendizagem dos estudantes (30,4%, duas vezes por mês); levantamento de conteúdos específicos das áreas e componentes curriculares (28,4%); e dicas sobre os usos de metodologias que promovam a aprendizagem autônoma e participativa (23,9%).
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