NOTÍCIA
As quatro escolas brasileiras selecionadas estão localizadas em Itaituba (PA), Santa Maria (DF), Manaus (AM) e São Paulo (SP)
Publicado em 25/06/2024
Quatro escolas públicas brasileiras foram nomeadas entre as cinquenta melhores para os cinco prêmios da iniciativa Melhor Escola do Mundo (World’s Best School Prizes 2024), atrás apenas do Reino Unido e da Índia. A premiação, criada pela T4 Education com apoio da Fundação Lemann, Accenture e American Express, prestigiará os vencedores com cerca de R$50 mil cada, totalizando mais de R$250 mil no total para todas as categorias.
As brasileiras selecionadas são: a Escola Estadual de Ensino Médio Professora Maria das Graças Escócio Cerqueira, de Itaituba, no Pará; o Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria, localizado em uma unidade de internação socioeducativa no Distrito Federal; o Colégio Militar de Manaus, na capital do Amazonas; e a Escola Estadual Deputado Pedro Costa, na zona leste da capital paulista. As categorias das indicadas são, respectivamente, Ação Ambiental, Superação de Adversidades, Inovação e Colaboração Comunitária. A quinta categoria, Apoiando Vidas Saudáveis, foi a única que não teve finalistas do Brasil.
Os prêmios foram criados em 2022 após a covid-19, para oferecer uma oportunidade às escolas que estão mudando vidas dentro e fora de suas salas de aula, compartilhando suas melhores práticas para ajudar a melhorar a educação em todos os lugares.
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Os vencedores das cinco categorias serão escolhidos por uma academia de juízes especializada com base em critérios rigorosos. Além disso, todas as 50 escolas pré-selecionadas também participarão de uma votação pública, que foi aberta no dia 13 de junho. Aquela que receber o maior número de votos do público receberá o prêmio ‘Escolha da Comunidade’ e será membro do programa Melhor Escolha para Trabalhar da T4 Education, para ajudá-la a apoiar o bem-estar dos professores e solucionar a crise de recrutamento e retenção de profissionais.
“Celebramos que escolas públicas brasileiras trabalhem com essas metodologias inovadoras, colocando o aluno no centro de seu próprio aprendizado. Essas iniciativas são importantes na medida em que as crianças e adolescentes se tornam protagonistas de suas trajetórias escolares, podendo assim desenvolver verdadeiramente seu potencial, em especial quando falamos de estudantes mais vulneráveis” afirma Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann.
“Escolas brasileiras pioneiras como a EEEM Professora Maria das Graças Escócio Cerqueira, o Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria, o Colégio Militar de Manaus e a Escola Estadual Deputado Pedro Costa, que cultivaram uma cultura forte e não têm medo de inovar, mostram a diferença que pode ser feita em muitas vidas. Escolas de todo o mundo podem agora aprender com suas soluções, e é hora de os governos também fazerem o mesmo”, complementa Vikas.
A EEEM Professora Maria das Graças Escócio Cerqueira, uma escola estadual de ensino médio em Itaituba (PA), educa os alunos como guardiões ambientais da Amazônia, aumentando a biodiversidade e o envolvimento da comunidade. Fundada em 2004, a escola tem como alvo os desafios críticos apresentados pelo desmatamento, perda de biodiversidade e disparidades socioeconômicas, educando seus 240 alunos para serem administradores proativos de seu ambiente exuberante e diversificado.
O currículo da escola é rico em sustentabilidade, impulsionando os alunos a se aprofundarem nos estudos da flora local e no reflorestamento, conectando-os diretamente com a terra que habitam. Por meio do “Projeto Semente do Ipê Amarelo”, eles se envolvem na coleta de sementes e no plantio de árvores, aumentando substancialmente a biodiversidade local e promovendo a consciência ecológica.
Quantitativamente os projetos da escola demonstraram um sucesso notável, com aumento triplicado na participação de 11 para 34 membros, gerando impacto em cerca de 500 pessoas de forma indireta. Qualitativamente, a transformação no envolvimento dos alunos e a percepção da comunidade promoveram aumento de matrícula e na frequência escolar, tornou a escola a mais procurada na região devido a seu modelo educacional, demonstrando um compromisso sólido com a sustentabilidade ecológica e educacional.
A união entre a escola, ONGs e o governo local foi fundamental para viabilizar a educação ambiental no desenvolvimento da comunidade. Essas parcerias ampliaram o alcance da escola, envolveram-na em competições nacionais e ajudaram seus alunos a encontrar um senso de pertencimento e realização por meio da inclusão e do sucesso em iniciativas ambientais.
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O Núcleo de Ensino da Unidade de Internação de Santa Maria, uma escola pública em Santa Maria (DF), atua como uma instituição de educação pioneira dentro de uma unidade onde jovens cumprem medidas socioeducativas, usando o ritmo musical do rap como uma ferramenta transformadora para o desenvolvimento pessoal e educacional. Fundada em 2015, essa escola educa 150 meninos, empregando abordagens pedagógicas inovadoras para lidar com seus desafios socioeconômicos e necessidades intelectuais específicas.
O projeto RAP, sigla para Ressocialização, Autonomia e Protagonismo, é fundamental para a missão da escola. Integrando ritmo e poesia ao currículo, a iniciativa promove os direitos humanos, a diversidade e a comunicação não violenta, impactando profundamente o envolvimento dos alunos e reduzindo a reincidência. Desde sua criação, o projeto chegou a aproximadamente 1.500 meninos, com uma redução significativa nas taxas de reincidência.
A liderança no centro de ensino promove uma cultura que incorpora o respeito e o trabalho em equipe, cruciais para a complexa dinâmica de um ambiente de educação correcional.
Outras atividades incluem slams de poesia, debates sobre cinema e festivais de música, incorporando ainda mais os valores da cultura hip hop à escola. Essas iniciativas melhoraram notavelmente os índices de alfabetização e as interações sociais entre os alunos, demonstrando o poder e relevância da educação cultural.
O Colégio Militar de Manaus (CMM), uma escola federal da capital amazonense, destaca-se por oferecer educação de qualidade em áreas remotas, superando desafios geográficos e logísticos por meio de seu inovador programa de educação a distância, que garante a continuidade educacional para filhos de militares vivendo em regiões isoladas ou no exterior. Essa iniciativa estimula o pensamento crítico e o empreendedorismo sustentável.
Fundada em 1972, a CMM educa 1.410 alunos do ensino fundamental e médio, integrando metodologias tradicionais e digitais para melhorar o acesso e a qualidade da educação. A liderança do CMM mescla a disciplina militar com a inovação educacional, criando uma cultura acadêmica resiliente e adaptável. Isso fica evidente em sua adoção contínua de novas tecnologias e métodos que mantêm o conteúdo educacional envolvente e relevante.
Em reconhecimento às suas abordagens inovadoras, o CMM recebeu vários prêmios, incluindo o Prêmio de Inovação Digital e elogios em feiras científicas nacionais, ressaltando seu compromisso com a excelência em aprendizagem online. Além disso, a escola tem mantido as notas mais altas entre as militares brasileiras, validando sua qualidade educacional.
A colaboração da escola com ONGs e universidades locais aprimora seu alcance educacional, especialmente por meio de projetos como o “Oficina Maker”, que desenvolve sistemas para medir a qualidade do ar local. Essas iniciativas não apenas beneficiam a comunidade, mas também enriquecem as experiências de aprendizado dos alunos.
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A Escola Estadual Deputado Pedro Costa, uma escola estadual de ensino fundamental em São Paulo (SP) que trabalha em parceria com a associação Parceiros da Educação, é um exemplo de inovação na educação pública. Com mais de 71 anos de história, foi pioneira em programas de xadrez, atletismo e ginástica artística, criados para promover não apenas a excelência acadêmica, mas também o desenvolvimento pessoal e a integração social entre seus 305 alunos.
Impulsionada pela missão de desenvolver cidadãos conscientes e transformadores, a escola revitalizou sua abordagem em educação, integrando atividades esportivas e cognitivas exclusivas. Essa iniciativa catalisou um envolvimento significativo da comunidade, transformando a escola em um centro onde os recursos locais são aproveitados para expandir as oportunidades educacionais.
O Projeto Xadrez, iniciado pelo professor Leonardo Alcântara, utiliza o jogo estratégico como uma ferramenta para aprimorar as habilidades cognitivas e a interação social, ensinando os alunos a pensarem no futuro e a considerarem as consequências de suas ações, dentro e fora do tabuleiro. Da mesma forma, os programas de atletismo e ginástica artística, introduzidos pelo professor Luiz Fernando Junqueira, visam não apenas ao desenvolvimento físico, mas também à construção da resiliência e do trabalho em equipe, habilidades essenciais para os alunos de hoje.
Esses programas têm demonstrado um sucesso notável, evidenciado pelo aumento da participação dos alunos em campeonatos nacionais e pelo aumento da coesão comunitária. Os pais e as organizações locais estão ativamente envolvidos, apoiando não apenas com a presença, mas também com a participação em eventos e workshops, demonstrando o profundo impacto das iniciativas da escola na comunidade local.
Os três finalistas de cada um dos cinco prêmios da premiação Melhor Escola do Mundo serão anunciados em setembro de 2024 e os vencedores, em novembro. Eles serão escolhidos com base em critérios rigorosos por uma academia de juízes composta por líderes de todo o mundo, incluindo acadêmicos, educadores, ONGs, empreendedores sociais, governo, sociedade civil e setor privado.
Um valor de US$50 mil (cerca de R$250 mil) será dividido igualmente entre os vencedores dos cinco prêmios, sendo que cada um receberá US$10 mil (aproximadamente R$50 mil). Ainda, o vencedor do Prêmio Escolha da Comunidade, conforme determinado pelo voto do público, receberá o título de “Melhor Escola para Trabalhar” – um mecanismo independente e baseado em evidências para certificar escolas por sua cultura e ambiente de trabalho.
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