NOTÍCIA
Com a integração dos níveis de ensino, é possível aumentar o engajamento dos estudantes e a entrada no mercado de trabalho, defendem especialistas
A educação não é partida, ela é um organismo inteiro, vivo e dinâmico. Qualquer movimento que a educação faz impacta a todos. É o que aponta a professora Amábile Pacios, presidente da Câmara de Educação Básica no CNE (Conselho Nacional de Educação), sobre a necessidade de integração da educação básica com o ensino superior.
Já a professora Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, entidade que representa as faculdades particulares, destaca o problema dos jovens que se sentem desmotivados durante sua vida escolar, e ressalta que a universidade, a escola básica e seus professores devem e podem chamar a atenção para políticas públicas que possam corrigir esse desencanto.
—–
Leo Fraiman: o que adianta o aluno saber fissão nuclear e não saber quem ele é?
Não ter medo de errar é o primeiro passo para inovar na educação
—–
O tema foi discutido pelas professoras durante o painel Integrando e fortalecendo as trajetórias da educação básica e do ensino superior para melhores resultados acadêmicos, que aconteceu nesta quarta-feira, 3, no primeiro dia do GEduc 2024, e foi moderado por José Carlos Barbieri, mantenedor e reitor do Centro Universitário Cidade Verde.
Motivação dos jovens
Segundo Lúcia Teixeira, hoje existe a necessidade de “tornar o aluno o centro do ensino e aprendizagem”, e a escola mais atrativa, objetivando preparar esse jovem para conviver bem com outras pessoas.
Para motivar os estudantes, o educador também precisa pesquisar e entender qual é o perfil de cada um dos alunos, para assim, propor algo que interesse a esse jovem. Currículos diferenciados e ampliação de conhecimentos voltados à tecnologia são outras formas de cativar os alunos que cursam o ensino superior.
“Eles precisam ser motivados, estimulados, para que não haja tantos jovens que abram mão da própria vida”, salienta a professora e presidente do Semesp sobre os jovens que desistem de suas carreiras e sonhos.
Amábile Pacios também alerta que “as escolas perderam a parte de mostrar o encantamento pelo conhecimento” e esse cenário afeta diretamente na escolha profissional de cada um dos alunos, acarretando na diminuição de jovens que começam a cursar as licenciaturas.
Futuros professores
Sobre um possível apagão de professores no futuro, Lúcia Texeira reconhece que o jovem acredita que não será valorizado nesta profissão e defende incentivos para a carreira docente.
Como outra forma de diminuir o déficit de professores que o Brasil já vive, de acordo com Amábile Pacios, recentemente o CNE criou um parecer, ainda não homologado, com o intuito de aumentar a valorização desses profissionais. O documento elimina a possibilidade de EAD nos estágios para licenciaturas, e também dá um suporte maior para as instituições de ensino superior particulares receberem os futuros professores.
—–
Revista Educação: referência há 28 anos em reportagens jornalísticas e artigos exclusivos para profissionais da educação básica
—–