NOTÍCIA
Segundo o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira, Nordeste lidera municípios com maiores avanços educacionais
Publicado em 01/04/2024
De acordo com os dados do Ioeb (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira) 2023, o Nordeste segue liderando quanto aos municípios que tiveram maiores avanços na educação em 2023 (67%). Os dados da pesquisa são da Roda Educativa (antiga Comunidade Educativa CEDAC), que em sua 5ª edição apresenta os resultados da análise que considera as oportunidades educacionais ofertadas nos municípios e estados brasileiros para garantir melhores condições para o sucesso educacional das crianças e jovens.
Esta edição foi calculada a partir de indicadores educacionais recentes, entre eles Censo Escolar e Saeb, analisando como as oportunidades educacionais se diferenciam em cada território. Para isso, o índice analisa não só os resultados de aprendizagem dos estudantes, mas também os insumos, ou seja, condições da política educacional para favorecer tais aprendizagens.
—–
Fazer docente: é preciso liberdade para o educador explorar e criar
Perigo. Uma granada foi colocada no bolso do Novo Ensino Médio
—–
—–
Escola precisa ter sentido para as juventudes
Cai entrada da direção escolar por indicação e cresce via processo seletivo
—–
Tereza Perez diretora-presidente da Roda Educativa, aponta que a edição de 2023 inclui uma radiografia da pandemia da covid-19 na educação ‘as grandes desigualdades que já existiam foram acentuadas desde então.’
O Ioeb teve uma pequena variação no período, passando de 5,0 na edição 2021 para 5,1 em 2023. Há também uma queda no ritmo de crescimento do indicador: a variação positiva no quadriênio 2019-23 (4,3%) é menor que a observada no quadriênio anterior (2017-21) (8,9%).
“A queda na variação possivelmente tem relação com a crise provocada pela pandemia da covid-19. No entanto, é preciso observar também que muitos municípios e estados mantiveram a evolução mesmo com a pandemia, o que pode sinalizar o esforço das políticas públicas locais, principalmente na educação, mas também de forma intersetorial”, afirma Tereza Perez.
O Ioeb inibe a atribuição exclusiva do resultado a uma rede educacional ou a um segmento, ao propor um índice único para toda a educação básica – abarcando da educação infantil ao ensino médio, de todas as redes de ensino existentes no território (municipal, estadual e particular) -, bem como todos os moradores locais em idade escolar, e não apenas os que estão efetivamente na escola.
O índice é formado a partir da composição de determinados indicadores relacionados a insumos (escolaridade dos professores; número médio de horas aula/dia; experiência dos diretores; taxa de atendimento na educação Infantil nas redes públicas) e resultados educacionais (Ideb ajustado dos anos iniciais do ensino fundamental; Ideb ajustado dos anos finais do ensino fundamental; taxa líquida de matrícula do ensino médio ajustada), ponderados com diferentes pesos que são coerentes com o modelo estatístico.
Um dos avanços do Ioeb está no cruzamento entre os indicadores de insumos e resultados, o que faz com que o índice possa revelar as oportunidades de educação ofertadas no território. Outros diferenciais do índice são a inclusão das crianças e jovens em idade escolar que estão fora da escola, o nivelamento da influência da questão socioeconômica no resultado (Ideb ajustado) e a junção de dados que se referem às redes estaduais, municipais e à rede privada, a fim de favorecer uma leitura por território – não por rede de ensino.
“Enquanto o Ideb está focado nas escolas e captura apenas os estudantes que estão dentro do sistema de ensino, o Ioeb usa os dados do estado ou município como unidade de análise, capturando os matriculados em todas as redes e também aquelas crianças e jovens em idade escolar, mas que estão fora da escola. Olhar o município como um todo implica observar todo o ecossistema da educação daquela localidade . Isso inclui todas as redes de educação e todas as crianças em idade escolar, mas que estão fora da escola. Portanto, são índices complementares, necessários para uma avaliação mais sistêmica da educação”, diz Tereza.
Consulte os dados do Ioeb 2023 em www.ioeb.org.br
—–
Revista Educação: referência há 28 anos em reportagens jornalísticas e artigos exclusivos para profissionais da educação básica
—–