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Políticas Públicas

Ioeb 2023: Nordeste lidera avanços na educação

Segundo o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira, Nordeste lidera municípios com maiores avanços educacionais

Publicado em 01/04/2024

por Redação revista Educação

De acordo com os dados do Ioeb (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira) 2023,  o Nordeste segue liderando quanto aos municípios que tiveram maiores avanços na educação em 2023 (67%). Os dados da pesquisa são da Roda Educativa (antiga Comunidade Educativa CEDAC), que em sua 5ª edição apresenta os resultados da análise que considera as oportunidades educacionais ofertadas nos municípios e estados brasileiros para garantir melhores condições para o sucesso educacional das crianças e jovens.

Esta edição foi calculada a partir de indicadores educacionais recentes, entre eles Censo Escolar e Saeb, analisando como as oportunidades educacionais se diferenciam em cada território. Para isso, o índice analisa não só os resultados de aprendizagem dos estudantes, mas também os insumos, ou seja, condições da política educacional para favorecer tais aprendizagens.

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Norte, Nordeste e Centro-Oeste

  • Há grande proporção de municípios do Nordeste que estão no quadrante otimizado, ou seja, mostram uma boa evolução no quadriênio 2019-2023​. 
  • Embora o Ceará seja destaque com 70 municípios dentre os 500 com maior Ioeb (38,3% dos município dentre os analisados no índice), vale ressaltar o avanço da região Nordeste como um todo, que ampliou o número de estados com municípios na lista dos 500 maiores Ioeb.​
  • O Nordeste segue liderando quanto aos municípios que tiveram maiores avanços em 2023 (67%). 
  • É possível notar melhora nos municípios das regiões Nordeste e Centro-Oeste em relação à edição anterior. 
  • A região Norte apresentou crescimento: 19% dos municípios alcançaram variações positivas acima da mediana. ​
  • Municípios menores (abaixo de 50 mil habitantes) têm situação mais crítica, sinalizando para maior demanda de apoio em termos de regime de colaboração para redução das desigualdades educacionais.

Outros destaques

  • As regiões Sul e Sudeste concentram três de cada quatro municípios com os maiores valores numéricos de Ioeb em 2023​, indicando que nessas duas regiões está concentrada a grande maioria dos municípios que oferecem melhores oportunidades educacionais a suas crianças, adolescentes e jovens.
  • Analisando a evolução do Ioeb por unidade federativa, é possível notar que no conjunto dos estados houve uma evolução discreta em relação a 2021. A mediana da variação positiva foi de apenas 0,9% para o quadriênio 2019-2023.
  • Na edição de 2023, observa-se que 1.015 municípios analisados não apresentaram avanços no Ioeb, o que representa 23% do total analisado. O valor é consideravelmente superior à edição anterior (11%).
  • Ceará, São Paulo e Santa Catarina, embora tenham valores altos de Ioeb na edição 2023, apresentaram evolução abaixo da mediana e negativa no período entre 2019-2023. 

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  • Alguns estados se destacam na análise. Distrito Federal, Espírito Santo,  Pernambuco e Rio Grande do Sul se mantiveram no quadrante “otimizado”, que reflete maiores valores de Ioeb e maiores avanços, o melhor cenário. Outros se mantiveram no quadrante “em desenvolvimento” no Ioeb 2021 e 2023: Alagoas, Bahia, Maranhão, Pará, Paraíba e Sergipe.  Vale destaque também o esforço do Mato Grosso que passou do quadrante “atenção” para o “otimizado”.
  • 40% dos municípios do Sudeste não apresentaram avanços no Ioeb. 
  • Embora São Paulo seja o estado que tem o maior número de municípios com altos valores de Ioeb (179, o correspondente a 33,6% dentre os analisados no índice), merece atenção por concentrar a maior parte destes municípios que tiveram baixos avanços no quadriênio 2019 -2023.​
  • Considerando a ampliação de oportunidades ao longo do tempo, os estados do Sudeste mostram resultado pouco expressivo, com apenas 3% dos municípios entre os que mais avançaram. Apesar disso, a concentração de municípios com alto Ioeb nessa região continua marcante. 

A pandemia e o Ioeb

Tereza Perez diretora-presidente da Roda Educativa, aponta que a edição de 2023 inclui uma radiografia da pandemia da covid-19 na educação ‘as grandes desigualdades que já existiam foram acentuadas desde então.’

O Ioeb teve uma pequena variação no período, passando de 5,0 na edição 2021 para 5,1 em 2023. Há também uma queda no ritmo de crescimento do indicador: a variação positiva no quadriênio 2019-23 (4,3%) é menor que a observada no quadriênio anterior (2017-21) (8,9%).

“A queda na variação possivelmente tem relação com a crise provocada pela pandemia da covid-19. No entanto, é preciso observar também que muitos municípios e estados mantiveram a evolução mesmo com a pandemia, o que pode sinalizar o esforço das políticas públicas locais, principalmente na educação, mas também de forma intersetorial”, afirma Tereza Perez.

Eficácia do Ioeb

O Ioeb inibe a atribuição exclusiva do resultado a uma rede educacional ou a um segmento, ao propor um índice único para toda a educação básica – abarcando da educação infantil ao ensino médio, de todas as redes de ensino existentes no território (municipal, estadual e particular) -, bem como todos os moradores locais em idade escolar, e não apenas os que estão efetivamente na escola.

O Ioeb como ferramenta de avaliação

O índice é formado a partir da composição de determinados indicadores relacionados a insumos (escolaridade dos professores; número médio de horas aula/dia; experiência dos diretores; taxa de atendimento na educação Infantil nas redes públicas) e resultados educacionais (Ideb ajustado dos anos iniciais do ensino fundamental; Ideb ajustado dos anos finais do ensino fundamental; taxa líquida de matrícula do ensino médio ajustada), ponderados com diferentes pesos que são coerentes com o modelo estatístico.

Um dos avanços do Ioeb está no cruzamento entre os indicadores de insumos e resultados, o que faz com que o índice possa revelar as oportunidades de educação ofertadas no território. Outros diferenciais do índice são a inclusão das crianças e jovens em idade escolar que estão fora da escola, o nivelamento da influência da questão socioeconômica no resultado (Ideb ajustado) e a junção de dados que se referem às redes estaduais, municipais e à rede privada, a fim de favorecer uma leitura por território – não por rede de ensino. 

“Enquanto o Ideb está focado nas escolas e captura apenas os estudantes que estão dentro do sistema de ensino, o Ioeb usa os dados do estado ou município como unidade de análise, capturando os matriculados em todas as redes e também aquelas crianças e jovens em idade escolar, mas que estão fora da escola. Olhar o município como um todo implica observar todo o ecossistema da educação daquela localidade . Isso inclui todas as redes de educação e todas as crianças em idade escolar, mas que estão fora da escola. Portanto, são índices complementares, necessários para uma avaliação mais sistêmica da educação”, diz Tereza.

Consulte os dados do Ioeb 2023 em www.ioeb.org.br 

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