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A educação básica como agente transformador no nível de proficiência dos brasileiros: uma visão do copo meio cheio

Por Rodrigo Souto*: A pandemia de Covid-19 desencadeou transformações profundas na educação, impactando significativamente o ensino de idiomas na Educação Básica brasileira. O prolongado fechamento das escolas gerou desafios consideráveis na continuidade do aprendizado, resultando em prejuízos substanciais na proficiência linguística dos alunos. O Brasil, […]

Publicado em 18/01/2024

por Apresentado por CNA

Por Rodrigo Souto*: A pandemia de Covid-19 desencadeou transformações profundas na educação, impactando significativamente o ensino de idiomas na Educação Básica brasileira. O prolongado fechamento das escolas gerou desafios consideráveis na continuidade do aprendizado, resultando em prejuízos substanciais na proficiência linguística dos alunos. O Brasil, quarto país com escolas fechadas por mais tempo durante o período pandêmico, vem enfrentando uma quebra na consistência educacional, conforme indicado por pesquisas que apontam a queda no nível linguístico dos alunos de língua inglesa. 

O impacto negativo na proficiência tornou-se uma preocupação central, especialmente porque o ensino remoto, muitas vezes adotado como medida emergencial, não conseguiu atender adequadamente às demandas específicas do ensino de línguas estrangeiras em escolas regulares. A ausência do ambiente presencial, aliada às limitações de infraestrutura e recursos tecnológicos, bem como as dificuldades de engajamento e interação online, contribuíram para um declínio significativo na qualidade do ensino. 

Diante desse cenário, é importante destacar que a pandemia não apenas revelou fragilidades no sistema educacional, mas também acentuou a necessidade de adaptação e transformação para garantir um futuro linguístico mais robusto para os estudantes brasileiros. 

O relatório mais recente do EF English Proficiency Index (edição 2023), referência global na avaliação das habilidades em língua inglesa em diversos países, destacou uma queda significativa no nível de proficiência dos brasileiros, classificado como “baixo”. O Brasil ocupou a 70ª posição em um ranking de 113 nações, atrás dos vizinhos Argentina (28º), cuja classificação de proficiência foi “alta”, Uruguai (39º), Bolívia (41º), Paraguai (45º) e Venezuela (56º), que apresentaram proficiência “moderada”, de acordo com a pesquisa. Tal resultado evidencia a urgência de um plano de ação voltado ao combate dos problemas históricos e à melhoria desses índices, começando, prioritariamente, pela Educação Básica. A qualidade e consistência na formação linguística nesse estágio inicial são cruciais para que o Brasil avance no ranking e fortaleça sua posição internacional em competências linguísticas. 

Para elevar a proficiência em língua inglesa é imperativo que as instituições de Educação Básica adotem medidas proativas e busquem alternativas inovadoras. A implementação de métodos modernos, a integração de recursos tecnológicos e o investimento em treinamento adequado para os professores são passos cruciais para mitigar os impactos negativos observados nos níveis de proficiência. Essas mudanças podem ser implementadas por meio de recursos próprios ou recorrendo ao mercado, buscando parcerias estratégicas com especialistas no ensino de línguas estrangeiras que oferecem às escolas a expertise necessária para fortalecer a qualidade do ensino, levando a toda a comunidade escolar as melhores condições para uma aprendizagem mais efetiva. 

educação básica
Foto: shutterstock

Ao somar esforços com parceiros estratégicos, as instituições de ensino podem potencializar seus recursos e oferecer aos alunos uma experiência educacional mais enriquecedora. 

A colaboração com especialistas externos pode contribuir significativamente para o desenvolvimento de programas de ensino de idiomas mais eficientes, proporcionando um ambiente propício ao aprimoramento das habilidades linguísticas dos estudantes. A colaboração entre escolas regulares e instituições especializadas em idiomas, como o CNA, vem se mostrando uma solução estratégica cada vez mais eficaz para a mudança deste cenário. Parcerias podem proporcionar aos alunos acesso a recursos adicionais, como material didático atualizado, exclusivo e alinhado aos principais preceitos do mercado educacional, com a possibilidade de atuação na matriz curricular, além de turnos estendidos e programas de imersão. Além disso, a experiência de profissionais especializados em ensino de línguas estrangeiras pode enriquecer o currículo das instituições de ensino, beneficiando diretamente os alunos.

Outra importante característica de um parceiro especialista em ensino de idiomas é a possibilidade de levar às instituições a aplicação de Exames Internacionais. Essas certificações, como as da Cambridge University Press & Assessment, Linguaskill e IELTS do British Council, aplicadas pelo CNA, têm como principais objetivos comprovar a qualidade do ensino, ampliar o horizonte pessoal e profissional do aluno, além de abrir portas para empresas e universidades do mundo todo. 

Com a constante evolução do cenário educacional brasileiro, as tendências no ensino de idiomas para os próximos anos apontam para abordagens inovadoras que visam aprimorar a proficiência dos alunos na Educação Básica. Em um mundo cada vez mais globalizado, dominar diferentes línguas tornou-se uma habilidade fundamental. Nesse contexto, a tecnologia desempenha um importante papel, com a utilização de plataformas de aprendizagem online, aplicativos e recursos digitais personalizados ganhando destaque e auxiliando na consolidação do conhecimento adquirido em sala de aula, tornando a aprendizagem de idiomas mais envolvente e motivadora para os alunos e promovendo a prática constante e aplicação do conhecimento linguístico mesmo fora do ambiente escolar. 

Além disso, a oferta de soluções centradas no aluno ganha força, com enfoque em um ensino cada vez mais personalizado. Projetos interdisciplinares que integram o ensino de idiomas com outras disciplinas, além de um método que contemple os aspectos culturais da língua inglesa, são partes fundamentais de um programa mais completo, que prepara os alunos para uma comunicação eficaz em diversas situações do cotidiano, proporcionando experiências culturais autênticas e oportunidades para a prática do idioma em contextos reais. Em 2024, o ensino de idiomas na Educação Básica está se transformando, abraçando a inovação para garantir que os alunos não apenas aprendam, mas também se tornem proficientes e confiantes comunicadores em um mundo globalizado.

A superação dos desafios pós-pandemia exige ações coordenadas e estratégicas. Ao reconhecer o papel fundamental das escolas regulares na formação linguística dos estudantes e ao estabelecer parcerias estratégicas com instituições especializadas, podemos iniciar um processo efetivo de recuperação da proficiência em língua inglesa em nosso país. Investir na educação é investir no futuro, cuidando da base e preparando os alunos para um mundo cada vez mais desafiador e competitivo.

*Rodrigo Souto é coordenador de parcerias educacionais do CNA

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