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Professor com dedicação exclusiva a uma única escola para ter tempo de trabalhar de forma aprofundada suas atividades, incluindo o projeto de vida, é fundamental para a qualidade da educação no país. O problema é que a jornada docente ainda é exaustiva e desvalorizada. Vale […]
Publicado em 10/05/2022
Professor com dedicação exclusiva a uma única escola para ter tempo de trabalhar de forma aprofundada suas atividades, incluindo o projeto de vida, é fundamental para a qualidade da educação no país. O problema é que a jornada docente ainda é exaustiva e desvalorizada. Vale lembrar que estudo do Instituto Península divulgado no início do ano mostrou que a carreira docente é pouca atrativa para os jovens.
“Precisamos esquecer de dar aula em quatro escolas”, alertou Claudia Costin, diretora do CEIPE FGV (Centro de Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas), Rio de Janeiro, e que também foi diretora global de educação do Banco Mundial, durante o painel Agenda 2030 para a educação, que aconteceu hoje, 10, no primeiro dia da Bett Brasil.
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Ela também criticou que a “formação docente é completamente desconectada da necessidade; a formação que foi feita no curso de medicina no século 19 precisa agora ser realizada na educação, como fez a Finlândia e, mais recentemente, o Chile”. A especialista defende um currículo escolar flexível, que promova a interdisciplinaridade e a colaboração, aspectos que as formações superiores ainda não abrangem com força.
Claudia resumiu que a Agenda 2030 da ONU busca assegurar uma educação equitativa, de qualidade, inclusiva e ao longo da vida para todos e todas. “A mudança [com a Agenda] é que estamos falando de acesso e também de conclusão.”
Essa educação equitativa implica que todos devem ter o mesmo acesso, sem distinção. “Não é para ter educação para os mais pobres e outra para os mais ricos.”
“Até 2030, alunos devem obter conhecimentos e habilidades para promover sustentabilidade. Nunca foi tão urgente educar para a paz como o momento que hoje vivemos”, completou Claudia Costin.
A diretora do CEIPE defendeu ainda que a educação precisa ser baseada em evidências científicas, no caso, abraçar pesquisas e estudos que apresentam o contexto do setor – principalmente se tratando de políticas públicas.
Por falar em dados, a especialista lembrou que no último Pisa o Brasil é o segundo território mais desigual entre os 79 participantes.
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