Primeira sul-americana finalista do Global Teacher Prize, prêmio que a colocou entre os 10 melhores professores do mundo
Publicado em 14/03/2022
Experimentações e vivências de aprendizagem devem ganhar espaço com o novo ensino médio. Neste artigo, Garofalo explica sobre a nova lei
Esse ano está entrando em vigor o novo ensino médio e com ele uma mudança significativa na educação com os itinerários formativos. Muitas escolas têm feito isso de forma escolanada de modo a organizar os seus currículos e atender às diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e os referenciais dos itinerários formativos.
Tenho dialogado com muitos professores pelo Brasil que estão com muitas dúvidas de como potencializar esse aprendizado, afinal, tudo é novo. Os itinerários são a grande novidade da reforma do novo ensino médio e tratam de trilhas e percursos formativos que os estudantes vão percorrer ao longo do ensino médio para alcançar o seu projeto de vida.
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Aproveitamento da tecnologia digital requer transformação cultural e didáticas inovadoras
Eles são organizados a partir de eixos estruturantes e estão alinhados aos objetivos e demandas dos nossos jovens em que a tecnologia não pode ficar de fora, porque os nossos estudantes são nascidos na era digital, por isso é necessário aliar o uso da tecnologia a novas formas de metodologias como o STEAM.
Saiba + STEAM é uma abordagem pedagógica que integra áreas das ciências, tecnologia, matemática, engenharia e artes e é baseado em projetos, tendo como objetivo formar pessoas com diversos conhecimentos para que desenvolvam diferentes habilidades, entre elas as competências da BNCC, trabalhando questões socioemocionais e preparando nossos alunos para os desafios futuros e resoluções de problemas. |
Assim, os itinerários formativos são um conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas unidades escolares que possibilitam aos estudantes um aprofundamento dos seus conhecimentos, em que parte do currículo é flexível preparando para a continuidade dos estudos.
A escolha dos itinerários fica a cargo dos estudantes, que podem cursar um ou mais itinerários de acordo com afinidade, e isso é importante para o protagonismo juvenil.
A definição da oferta dos itinerários é realizada pelas unidades escolares, considerando o seu público, suas particularidades e seu território educativo, em que o objetivo não é termos aulas expositivas, mas novos formatos como cursos, laboratórios, trilhas, por projetos, entre outros. Vamos conhecer um pouco mais sobre os itinerários formativos e sua conexão com as tecnologias.
A BNCC apresenta cinco itinerários formativos que compõem essa carga, sendo:
Além disso, temos os eixos estruturantes, sendo que cada itinerário deve passar por pelo menos um deles (preferencialmente todos).
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Desta maneira, temos a tecnologia como pilar integrante do novo ensino médio para que os estudantes possam estar em consonância às exigências do mundo do trabalho e suas necessidades frente a novos desafios.
A tecnologia não vem sozinha, vem acompanhada de novas abordagens de ensino como as metodologias ativas, ensino híbrido e suas metodologias e ainda abordagens investigativas como o STEAM para que sejam aliadas e tragam inovação ao processo de ensino e aprendizagem, mas sem esquecer da educação integral.
Os percursos precisam estar pautados em pilares importantes como as tecnologias digitais da informação e da comunicação, cultura digital e pensamento computacional para que os estudantes possam desenvolver habilidades e competências relacionadas a ferramentas como videoaulas, gráficos interativos, podcasts, cultura maker, entre outros,a fim de possibilitar experimentação e vivencias de aprendizagem, ao permitir que os alunos não sejam apenas consumidor de tecnologia, mas essencialmente produtor dela.
Apesar do medo e dos receios com o tema, essa é uma transformação necessária à educação que irá impactar milhares de estudantes, trazendo pertencimento, mas acima de tudo oportunidades que estão sempre ligadas ao projeto de vida de cada um.
Débora Garofalo é a primeira sul-americana finalista do Global Teacher Prize, prêmio que a colocou entre os 10 melhores professores do mundo