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Débora Garofalo

Primeira sul-americana finalista do Global Teacher Prize, prêmio que a colocou entre os 10 melhores professores do mundo

Publicado em 14/03/2022

Metodologias aliadas do novo ensino médio

Experimentações e vivências de aprendizagem devem ganhar espaço com o novo ensino médio. Neste artigo, Garofalo explica sobre a nova lei

Esse ano está entrando em vigor o novo ensino médio e com ele uma mudança significativa na educação com os itinerários formativos. Muitas escolas têm feito isso de forma escolanada de modo a organizar os seus currículos e atender às diretrizes da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e os referenciais dos itinerários formativos.

Tenho dialogado com muitos professores pelo Brasil que estão com muitas dúvidas de como potencializar esse aprendizado, afinal, tudo é novo. Os itinerários são a grande novidade da reforma do novo ensino médio e tratam de trilhas e percursos formativos que os estudantes vão percorrer ao longo do ensino médio para alcançar o seu projeto de vida.


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Eles são organizados a partir de eixos estruturantes e estão alinhados aos objetivos e demandas dos nossos jovens em que a tecnologia não pode ficar de fora, porque os nossos estudantes são nascidos na era digital, por isso é necessário aliar o uso da tecnologia a novas formas de metodologias como o STEAM.

 
Saiba +
STEAM é uma abordagem pedagógica que integra áreas das ciências, tecnologia, matemática, engenharia e artes e é baseado em projetos, tendo como objetivo formar pessoas com diversos conhecimentos para que desenvolvam diferentes habilidades, entre elas as competências da BNCC, trabalhando questões socioemocionais e preparando nossos alunos para os desafios futuros e resoluções de problemas.
 

Itinerários formativos e sua conexão com as tecnologias

Assim, os itinerários formativos são um conjunto de unidades curriculares ofertadas pelas unidades escolares que possibilitam aos estudantes um aprofundamento dos seus conhecimentos, em que parte do currículo é flexível preparando para a continuidade dos estudos.

A escolha dos itinerários fica a cargo dos estudantes, que podem cursar um ou mais itinerários de acordo com afinidade, e isso é importante para o protagonismo juvenil.

A definição da oferta dos itinerários é realizada pelas unidades escolares, considerando o seu público, suas particularidades e seu território educativo, em que o objetivo não é termos aulas expositivas, mas novos formatos como cursos, laboratórios, trilhas, por projetos, entre outros. Vamos conhecer um pouco mais sobre os itinerários formativos e sua conexão com as tecnologias.

 

A BNCC apresenta cinco itinerários formativos que compõem essa carga, sendo:

  • Linguagens e suas tecnologias;
  • Matemáticas e suas tecnologias;
  • Ciências da natureza e suas tecnologias;
  • Ciências humanas e sociais aplicadas;
  • Formação técnica e profissional.

Além disso, temos os eixos estruturantes, sendo que cada itinerário deve passar por pelo menos um deles (preferencialmente todos).

  1. Iniciação cientifica: relacionado ao conhecimento de práticas e produções cientificas, habilidades de pensar e fazer científico para promover a qualidade de vida da comunidade e do entorno do território educativo.
  • Criatividade: conhecimentos relacionados a artes, cultura, cultura digital que parte da criatividade e da construção de soluções inovadoras para a vida em sociedade.
  • Mediação e intervenção sociocultural: conhecimento das questões relacionadas a vida humana e ao planeta, atuação socioambiental, cultural e mediação de conflitos.
  • Empreendedorismo: conhecimento ao mundo do trabalho, iniciativas empreendedoras, articulação com o projeto de vida, criatividade, inovação para atuar com o protagonismo.

Leia: Educando para os valores: BNCC e o novo ensino médio


Desta maneira, temos a tecnologia como pilar integrante do novo ensino médio para que os estudantes possam estar em consonância às exigências do mundo do trabalho e suas necessidades frente a novos desafios.

A tecnologia não vem sozinha, vem acompanhada de novas abordagens de ensino como as metodologias ativas, ensino híbrido e suas metodologias e ainda abordagens investigativas como o STEAM para que sejam aliadas e tragam inovação ao processo de ensino e aprendizagem, mas sem esquecer da educação integral.

Os percursos precisam estar pautados em pilares importantes como as tecnologias digitais da informação e da comunicação, cultura digital e pensamento computacional para que os estudantes possam desenvolver habilidades e competências relacionadas a ferramentas como videoaulas, gráficos interativos, podcasts, cultura maker, entre outros,a fim de possibilitar experimentação e vivencias de aprendizagem, ao permitir que os alunos não sejam apenas consumidor de tecnologia, mas essencialmente produtor dela.

Apesar do medo e dos receios com o tema, essa é uma transformação necessária à educação que irá impactar milhares de estudantes, trazendo pertencimento, mas acima de tudo oportunidades que estão sempre ligadas ao projeto de vida de cada um.

Débora Garofalo é a primeira sul-americana finalista do Global Teacher Prize, prêmio que a colocou entre os 10 melhores professores do mundo

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