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Políticas Públicas

8 em cada 10 adolescentes já presenciaram violência escolar

Nas redes sociais a proporção é de 9 para 10, aponta pesquisa da Alesp, governo de SP e Unicef

Publicado em 06/07/2021

por Redação revista Educação

violencia-escolar Foto: Envato Elements

Casos de violência escolar já foi visto por oito em cada 10 adolescentes entre 12 e 19 anos. Já nas redes sociais, o número é maior: nove em cada 10 adolescentes disseram ter visto situações de violência no ambiente virtual. É o que aponta uma pesquisa do Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, formado pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), governo estadual e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), com a participação de 747 adolescentes na Grande São Paulo no começo deste ano.

Além das redes sociais e das escolas, os bairros e as ruas são os principais espaços em que a violência é recorrente presenciada por adolescentes. Outros ambientes, como de atendimento a adolescentes, têm menos registros de violência, segundo a pesquisa.

Leia: Pesquisadora questiona o senso comum que vê o aumento da violência escolar

Vulnerabilidade perigosa

De acordo com a pesquisa, entre mulheres e a população LGBTQIA+, é mais recorrente citarem a própria casa como ambiente de violência frequente com adolescentes. Para a presidente do comitê, a deputada Marina Helou (Rede), é preciso esforço coletivo do poder público e da sociedade civil para assegurar a criação de políticas de prevenção de violência e homicídios de adolescentes no Estado.

“Apenas no estado de São Paulo, em média, morrem 400 adolescentes – de 10 a 19 anos – vítimas de mortes violentas letais intencionais todos os anos. De 2014 ao final do primeiro trimestre de 2020, 3.562 adolescentes tiveram suas vidas perdidas por crimes de homicídio, lesão corporal seguida de morte, latrocínio e morte decorrente de intervenção policial. Prevenir essas mortes é possível”, diz Marina Helou.

A parlamentar desta ainda a importância de garantir segurança aos adolescentes. “Não podemos deixar as múltiplas violências paralisarem os jovens, fazendo com que eles deixem de se desenvolver e de aproveitar oportunidades. Estar na escola ou acessar um serviço de saúde ou assistência deveria ser sempre sinônimo de proteção.”

Leia: A janela periférica que multiplica os olhares

violência escolar

Violência escolar escancarada (foto: Envato Elements)

Comitê

Em resumo, o comitê é uma parceria suprapartidária entre a Alesp, o governo do estado e o Unicef. A deputada Marina Helou é presidente do grupo desde 2019 e além dela representam a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo a deputada Leci Brandão (PCdoB) como relatora, a deputada Monica da Mandata Ativista (PSOL) e os deputados Estevam Galvão (DEM) e Delegado Bruno Lima (PSL).

A proteção à vida dos adolescentes demanda esforços conjuntos, por isso, o Poder Legislativo, o Executivo, o Judiciário e a sociedade civil são atores estratégicos na garantia desse direito. O comitê, segundo os membros, é uma oportunidade para que essas entidades assumam suas responsabilidades e se tornem protagonistas na construção de uma agenda de prevenção à morte e a violência de adolescentes paulistas.

Em 2020, em parceria com a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, o grupo obteve dados relativos a mortes violentas intencionais, essas informações permitiram identificar o perfil das crianças e adolescentes vítimas de violência letal no estado, bem como mapear quais são os déficits de informações que precisam ser preenchidos e qualificados pelas instituições, com o propósito de direcionar políticas e ações de prevenção e proteção à vida de crianças e adolescentes.

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Redação revista Educação


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