NOTÍCIA
James J. Heckman esclarece a importância de uma educação infantil de alta qualidade para a melhoria da sociedade
Publicado em 29/07/2019
O investimento na primeira infância tem impacto positivo crucial na sociedade e na melhoria de vida dos favorecidos. Essa é a defesa do Nobel da Economia de 2000 e professor de economia da Universidade de Chicago, James J. Heckman.
Acima de tudo, nessa fase da vida, do zero aos cinco anos, o cérebro está maleável ao desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais. Com isso, o economista afirma que há um alto retorno financeiro para cada valor investido nas crianças, além do fato de os alunos desenvolverem habilidades como autocontrole e terem mais chances de conseguirem se colocar no mercado de trabalho.
Leia também
Um dos criadores do Pisa analisa o investimento público em educação no Brasil
Contudo, Heckman pesquisou os dados do experimento Perry Preschool Project, realizado nos Estados Unidos, em 1962, e que dividiu 123 crianças em dois grupos: um com acesso à educação de alta qualidade e outro com pouco recurso educacional. O objetivo era descobrir se uma boa educação infantil influencia a vida pessoal e profissional dos alunos.
Recentemente, o ganhador do Nobel divulgou nova pesquisa com base nos estudos do Perry e, em entrevista à BBC News Brasil, relatou que o retorno para cada dólar investido na educação infantil acontece, principalmente, por conta da redução de crimes.
“Nós olhamos não para o QI, mas para as habilidades sociais e emocionais que os participantes demonstraram em etapas seguintes da vida, e vimos que o programa era, na verdade, muito mais bem-sucedido do que as pessoas achavam. Constatamos que os participantes tinham mais probabilidade de estarem empregados e tinham muito menos chance de ter cometido crimes.”
Ler para crianças tem um grande impacto no desenvolvimento delas, ainda mais se a atitude vier da família, defendeu o economista na entrevista.
Em resumo, vale destacar que o pesquisador critica as aulas expositivas e defende as metodologias ativas de ensino, que colocam o aluno como protagonista do aprendizado.
Educação infantil: o teste do marshmallow revisitado
Ruy Fausto: educação e democracia estão sob ataque