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Redação revista Educação

Publicado em 27/03/2019

Conexões para a educação bilíngue

Por Marina Dalbem, diretora do Programa Bilíngue Edify

Em um país que ocupa baixas colocações em rankings de proficiência em inglês (o Brasil está na 53ª posição, entre 80 nações, do Índice de Proficiência em Inglês da EF – Education First, publicado em 2018), faz-se necessário investir em soluções educacionais cada vez mais inovadoras para mudar esse cenário. Apenas 85% dos docentes da disciplina possuem domínio da língua, segundo dados do Ministério da Educação, o que evidencia a escassez de investimentos na própria formação do professor.

É preciso que a língua inglesa deixe de ser tratada apenas como uma disciplina curricular. A nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC) propõe uma elevação do nível de proficiência no Brasil, permitindo que o idioma cumpra a missão de aprofundar a compreensão do aluno sobre o mundo em que vive. Com a BNCC, o inglês ganha importância não só como segunda língua a ser trabalhada nas escolas, mas como um meio importante de transformação da educação para preparar cidadãos globais.

É com essa orientação que programas bilíngues podem promover o uso do inglês para construir conhecimento de forma ativa e por meio de momentos memoráveis para os estudantes a partir do início da vida escolar. As aulas, em consonância com a BNCC, constroem mais do que a base linguística. Elas têm o potencial de trabalhar competências como empatia, cooperação, criatividade, senso crítico, resolução de problemas, expressão corporal, comunicação, argumentação, inovação e valorização de repertórios culturais.

Para alcançar bons resultados – que podem ser medidos através de exames de proficiência, por exemplo -, as escolas precisam ampliar a carga horária da disciplina na grade curricular para ao menos cinco horas semanais. Além disso, é necessário trabalhar com metodologias que insiram o inglês no contexto diário dos alunos, trabalhando o idioma de forma mais espontânea. Independentemente do programa bilíngue a ser adotado, o importante é que se incentive o protagonismo dos alunos no próprio aprendizado, tendo a língua inglesa como meio, não como fim.

Todo esse processo é desafiador. Mas esse desafio também oferece uma grande oportunidade de não só melhorar o ensino do inglês nas escolas, mas também de treinar e qualificar os professores para o ensino da língua nesse novo cenário. Iniciativas focadas no desenvolvimento de professores podem se estender até mesmo à criação de escolas de formação de docentes, como o Instituto Edify – uma instituição focada na formação continuada dos educadores do Brasil – que será lançada no mês de maio, no Bett Educar 2019, em São Paulo.

A troca de experiências entre escolas e profissionais também se mostra como positiva e necessária, a exemplo da conferência “HUB: Conexões para a educação do futuro”, realizada em 2018 pelo programa bilíngue Edify, que contou com a participação de profissionais de educação de todo o Brasil. Em 2019, uma nova edição está confirmada para os dias 7 e 8 de junho, no Rio de Janeiro, debatendo as principais tendências sobre educação, entre elas, o ensino bilíngue.

Em meio a novas soluções que se apresentam, torna-se cada vez mais nítido que a valorização do ensino do inglês representa uma atitude de abertura para o mundo. Para resultados mais eficazes na formação de brasileiros aptos a atuar como cidadãos globais, não há outro caminho que não seja construído a partir de engajamento e conexão de todos.

educação bilíngue

Foto: divulgação

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