NOTÍCIA

Edição 249

O que um educador precisa saber antes de aprender a incluir um autista

Veja algumas informações básicas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Publicado em 04/05/2018

por Redacao

shutterstock_569810575 Veja informações sobre o TEA | Crédito: Shutterstock

TEA

Veja algumas informações sobre o TEA | Crédito: Shutterstock

> O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou autismo, é um distúrbio na evolução dos neurônios que interfere no desenvolvimento e na forma como o afetado percebe e interage com o mundo e as pessoas.
> Entre seus efeitos comuns estão limitações cognitivas, de convivência em grupo, comportamento, comunicação social e de linguagem verbal e não verbal, além de comportamentos repetitivos e estereotipados (balançar e bater mãos e pés e gritos, por exemplo).
> Como ainda não há cura científica, o TEA permanece como distúrbio neurológico crônico, e não doença regular. Pela complexidade e variedade de número e intensidade de sintomas, foi definido como espectro – e passou a ser chamado de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
> O diagnóstico de TEA necessita identificar ao menos duas situações: deficiência significativa e persistente de comunicação social e de interações sociais; e padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.
> A primeira situação envolve pontos como déficit expressivo em comunicação verbal e não verbal; ausência de reciprocidade social; e incapacidade parcial, importante ou total de desenvolver e manter amizades e relacionamentos esperados para cada fase de vida.
> A segunda abriga os padrões restritos e repetitivos de postura, interesses e atividades; comportamentos motores e/ou verbais estereotipados; manifestações sensoriais incomuns; apego excessivo a rotinas e padrões ritualizados e interesses restritos, fixos e intensos.
> Esses sintomas começam a surgir logo no início da infância, mas muitos podem não se manifestar até que a rotina de vida da pessoa com TEA os traga à tona, normalmente expondo limites de capacidade para enfrentá-los.

A Classificação Internacional de Doenças (CID), adotada pelo sistema de saúde brasileiro, divide o TEA nas seguintes categorias:

Autismo clássico ou transtorno autístico – Geram atrasos importantes de linguagem, desafios sociais e de comunicação, comportamentos incomuns e repetitivos, dificuldades de cognição e de aprendizagem.
Transtorno geral de desenvolvimento não especificado – Apresentam algumas características do autismo clássico, com funcionalidade geralmente entre o moderado e o alto.
Transtorno desintegrativo da infância – Envolve crianças pequenas e pré-escolares. Há perda de habilidades linguísticas e sociais. Na maioria dos casos, a funcionalidade vai de baixa a moderada.
Síndrome de Asperger – Apresentam deficiências, muitas vezes leves, de interações sociais e linguagem. Na maioria dos casos, apresentam capacidade quase plena de controlar o convívio social e a rotina. Costumam passar a impressão de serem extremamente inteligentes, sobretudo na realização de tarefas ligadas a coisas que admiram. É a parte do autismo glamourizada em filmes e parte da mídia – o que leva muitos a acreditar, equivocadamente, que todo autista é “gênio” e que déficits de cognição e inteligência inexistem neste mundo.
Síndrome de Rett – Atinge geralmente mulheres e se desenvolve à medida que a criança envelhece, gerando funcionalidade baixa ou moderada. Por ter sua causa confirmada como genética e gerar características clínicas e comportamentais particulares, deixou de ser enquadrada no espectro formal do TEA por grupos importantes de especialistas. Mas permanece na CID como transtorno global de desenvolvimento.
> Sinais de autismo podem surgir nos primeiros meses de vida da criança. Os mais comuns: o bebê não olha dos olhos de quem a encara e nem responde quem a chama, ainda que com insistência. O primeiro sintoma a ser percebido costuma ser o atraso na fala, normalmente em torno dos dois anos de vida da criança. Em grande parte dos episódios, os pais, desinformados, atribuem o problema a outras causas.
> Não há exames de laboratório específicos para identificar TEA. O diagnóstico é feito a partir de observações clínicas do comportamento das pessoas com suspeita de ter o problema.
> O tratamento é multidisciplinar. Envolve psicólogos, fonoaudiólogos, neurologistas, psiquiatras e terapeutas. Na parte escolar, com pedagogos e educadores. Pessoas com TEA podem apresentar também distúrbios associados ao problema, as chamadas comorbidades. Um problema agrava o outro. As principais comorbidades são hiperatividade, depressão, ansiedade e distúrbio de atenção.
> Existem, no mínimo, 450 genes com cromossomos capazes de gerar predisposição ao autismo. Alguns exames identificam as alterações. Além disso, o TEA pode ser desencadeado por problemas físicos e imunológicos ocorridos durante a gestação ou pela ação de alguns medicamentos utilizados pela mãe durante a gravidez.
> Oitenta por cento (um em cada cinco) dos diagnosticados com TEA são homens.
> Uma a cada 68 crianças nascidas no mundo tem diagnóstico enquadrado de alguma forma no espectro da TEA.
> Nos início dos anos 1980, a relação era de uma para cada 500.
> Apesar da evolução no diagnóstico, o aumento de registros deixou assustados até os especialistas da ONU, que estimam uma população de no mínimo 71 milhões de pessoas com TEA no mundo, entre elas pouco mais de dois milhões no Brasil.

Veja também:

http://www.revistaeducacao.com.br/como-esta-inclusao-pessoas-com-autismo/

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