Pesquisa aponta que investir em educação na primeira infância traz mais retorno do que em outras fases da escolarização
Investir em corrigir déficits educacionais durante a primeira infância é mais eficaz e barato do que fazer isso em outra fase da vida. Para um governo, por exemplo, o valor investido rende pela metade ao investir na redução da desigualdade do aprendizado a partir do ensino fundamental em comparação à educação infantil. Esta é a conclusão de uma pesquida feita pelo Núcleo Ciência pela Infância (NCPI), que reune pesquisadores de Harvard, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal.
A afirmação se baseia na premissa de que os conhecimentos apreendidos a cada etapa de escolarização e da vida somam-se ao conhecimento exigido para a próxima. Assim, quanto mais cedo uma defasagem é corrigida, menos etapas serão afetadas. Além disto, o desenvolvimento cognitivo dos 0 aos 6 anos é importante para a toda a vida, já que quanto mais novo, mais conexões o cérebro faz. A pesquisa também considerou que a chamada taxa de retorno a cada dólar investido na educação do indivíduo decresce quanto maior a sua idade, caindo pela metade entre a primeira infância e o ensino fundamental.
O estudo também sugere que as políticas públicas de desenvolvimento da primeira infância sejam priorizadas por todos os níveis e órgãos de governo de uma vez. “Nenhuma área de investimento isoladamente é capaz de garantir o sucesso no desenvolvimento das crianças”, diz o documento.
A publicação O Impacto do Desenvolvimento na Primeira Infância sobre a Aprendizagem pode ser lida neste link.