NOTÍCIA

Exclusivo Assinantes

Autor

Redacao

Publicado em 12/01/2015

Pensar novos rumos

Obra traz reflexões sobre o quê e como ensinar matemática na escola

 Quais saberes contam como verdadeiros nas aulas de matemática? Quais são desqualificados como saberes matemáticos no currículo escolar? Quem tem a legitimidade para defender isso? É com esses instigantes questionamentos que Etnomatemática em movimento se apresenta ao público e é em torno deles que as autoras Gelsa Knijnik, Fernanda Wanderer, Ieda Maria Giongo e Cláudia Glavan Duarte se detêm nas quase 120 páginas deste livro, destinado aos futuros professores e profissionais da área que buscam uma reflexão sobre o campo da educação matemática.

Esse campo se fundamenta no princípio de que todos podem produzir matemática nas suas mais variadas expressões, ideia que se expande sob a ótica das autoras, integrantes de um grupo de pesquisa que difere de outros tantos por atribuir novos sentidos vinculados às configurações econômicas, sociais, culturais e políticas da contemporaneidade a esse campo de conhecimento – a etnomatemática.

#R#

Essa vertente da educação matemática se desenvolveu na década de 1970 e, desde então, coloca em questão a pretensa universalidade da matemática da escola ao se interessar em examinar as práticas de fora da escola. Também introduziu deslocamentos quanto à relevância de considerar a variável cultura no ensinar e aprender matemática. Nessa perspectiva, a cultura não é compreendida como algo pronto, fixo e homogêneo e nem as práticas matemáticas são entendidas apenas como um conjunto de conhecimentos a serem transmitidos mas que estão constantemente adquirindo novos significados, pois são produtos e produtores de cultura.

Para um melhor entendimento sobre o movimento que a etnomatemática tem operado entre os que transitam nesse campo, as autoras escolheram considerar pesquisas que tiveram a intenção de mostrar como a matemática escolar se constitui em um corpo hierarquizado de conhecimentos, sustentado por pré-requisitos que instituem uma racionalidade específica, além de mostrar como a disciplina não incorpora alguns conhecimentos em seu currículo e demarca fronteiras sobre os que podem ou não ser enfatizados.

As autoras finalizam ao convocar aqueles que atuam no campo da educação matemática a refletirem sobre suas práticas, entendê-las como atravessadas pelas relações de poder e pela disputa por imposições de significados e pensá-las como uma área que não é apenas técnica, asséptica, marcada pela neutralidade, pelo conhecimento desenraizado.

Nádia Maria Jorge Medeiros, doutora em Educação pela Universidade de Brasília (UnB)


Leia Exclusivo Assinantes

Janela

Livro reúne crônicas de Rubem Braga em que meio ambiente é o personagem...

+ Mais Informações
shutterstock_313288676

Oito transformações recentes da língua portuguesa e como a escola deve...

+ Mais Informações
iStock_000013978039Large

Escassez de laboratórios de ciências nas escolas brasileiras limita...

+ Mais Informações
DSC_0018

Escolas oferecem disciplinas para facilitar ingresso em universidades...

+ Mais Informações

Mapa do Site