NOTÍCIA

Políticas Públicas

Qual o futuro do Projeto GENTE?

Com a proposta de personalizar o ensino por meio das novas tecnologias, criar um novo papel para o professor e proporcionar autonomia aos alunos, o Projeto GENTE foi divulgado como a menina dos olhos da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro e de seus parceiros no setor privado. Mas uma dúvida ainda persiste: de que forma ele pode ajudar a resolver os problemas de toda uma rede?

Publicado em 29/04/2014

por Redacao

Do portão da escola já é possível ouvir as vozes e as risadas dos alunos que circulam pelos corredores. Na quadra de educação física, a típica correria dos que jogam futebol, enquanto outros disputam o primeiro lugar de uma partida de pingue-pongue. Um grupo de meninas conversa livremente na arquibancada e uma turma de curiosos se aproxima da reportagem de Educação para serem fotografados. À primeira vista, a escola André Urani, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, se parece com qualquer outra escola de ensino fundamental da rede pública. Mas aos poucos é possível perceber que o colorido que predomina em todo o ambiente, do chão às prateleiras, mesas e cadeiras, é um anúncio do que está por vir.

No lugar de salas de aula, dois grandes salões são ocupados por estudantes do 7° ao 9° ano. Em vez de carteiras enfileiradas e professores frente à lousa, há mesas redondas e pufes onde os alunos podem trabalhar em seus próprios computadores. O professor especialista dá lugar à figura de um “professor mentor”, que tem como missão facilitar a aprendizagem de seus alunos em todas as disciplinas-base: português, matemática, ciências, história e geografia.

#G#

Desde o início de 2013, a Escola Municipal André Urani foi transformada no Ginásio Experimental de Novas Tecnologias Educacionais, mais conhecido por Projeto GENTE. Idealizado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME-RJ), em parceria com diversas empresas, fundações e institutos sociais, o projeto nasceu para criar um novo modelo de escola, cujos pilares principais são a personalização do ensino a partir do uso de novas tecnologias, o desenvolvimento de habilidades cognitivas e socioemocionais, a autonomia do aluno e a ressignificação do papel do professor.

Divulgado como uma das maiores apostas da secretaria e de seus parceiros no setor privado, o Projeto GENTE ainda não tem resultados concretos de seu impacto na aprendizagem, mas já desperta a dúvida sobre como ele pode influenciar as outras 1.430 escolas da rede e seus mais de 600 mil alunos.

Inspiração internacional
Para a elaboração desse novo projeto pedagógico, a secretaria e seus parceiros buscaram referências internacionais, como a portuguesa Escola da Ponte e as norte-americanas School of One e Summit School, além de experiências já desenvolvidas na própria rede, como o Ginásio Experimental Carioca (GEC) e as Escolas do Amanhã. A Educopédia, plataforma on-line colaborativa com aulas digitais, por exemplo, já era utilizada por outras escolas da rede e hoje é um dos pontos-chave do Projeto GENTE.

“A Educopédia é uma iniciativa interessante porque os conteúdos são desenvolvidos pelos próprios professores da rede, que conhecem o currículo, o perfil dos alunos, os recursos disponíveis. Isso faz com que falem entre pares, em um contexto que é comum para todos”, pontua Alice Ribeiro, coordenadora do projeto. Alice ressalta também que a plataforma possibilita a personalização do processo de aprendizagem, pois por meio dela os professores podem indicar conteúdos e exercícios específicos de acordo com as necessidades individuais dos alunos, além de o estudante ter autonomia para avançar para as aulas seguintes no seu ritmo.

Ensino sob medida
No início do ano letivo de 2013, os 180 alunos da escola André Urani passaram por uma avaliação diagnóstica para mapear seus conhecimentos em relação aos conteúdos escolares. Suas características socioemocionais também foram avaliadas por meio de um questionário. “Como a proposta do GENTE é personalizar a aprendizagem estimulando a colaboração, essas avaliações foram fundamentais para montar os times”, explica Alice. A partir desses resultados, os alunos foram divididos em dez times de 18 alunos, independentemente de idade ou série. Cada time é formado pelas chamadas famílias, que são compostas por seis alunos.

De segunda a quinta-feira, cada aluno segue um itinerário formativo individual que contém as habilidades que ele deve desenvolver naquela semana. O itinerário está ligado à Educopédia, aos conteúdos selecionados como importantes para o desenvolvimento daquelas habilidades e a itens para aferir o desenvolvimento delas. Às sextas-feiras, os alunos que não conseguiram desenvolver as habilidades previstas naquela semana são direcionados para aulas de reforço.

O objetivo é que futuramente isso seja feito por um sistema informatizado. “Para ter esse desenvolvimento semanal, a Máquina de Testes irá gerar relatórios dos alunos para mostrar aonde eles chegaram e o que precisam melhorar. A ideia é que esses resultados retroalimentem o itinerário formativo. Como ainda estamos caminhando para isso, trabalhamos com um sistema misto. Alguns testes são realizados em ambiente digital e os mentores acompanham de perto o desenvolvimento dos alunos para aferir, em parceria com outros educadores, como eles estão se desenvolvendo”, acrescenta a coordenadora do projeto.

Professor ou mentor?
O papel do professor no projeto pedagógico do GENTE não tem o mesmo significado do que o de uma escola tradicional. “O objetivo é que o professor passe a atuar de forma mais ampla comparado ao professor especialista, que tem foco em uma disciplina. O mentor acompanha apenas um time ao longo de todo o ano letivo e é responsável por auxiliar o aluno no seu processo de aprendizagem”, explica Rafael Parente, ex-subsecretário de novas tecnologias educacionais da SME-RJ, um dos idealizadores do projeto, atualmente assessor do Movimento Todos pela Educação.

Para Ivonilton Fonseca, transformação é a palavra que define sua rotina dentro do projeto GENTE. Professor de biologia na rede desde 1984, ele conta que passou por um processo de desconstrução durante o curso de capacitação oferecido pela rede antes de os educadores assumirem seus postos como mentores. “A gente não usa mais a expressão `dar aula´. O trabalho é fornecer ferramentas para os alunos buscarem informações e para isso precisamos traçar com eles um plano de aprendizagem personalizada”, diz.

“O nosso `dar aula´ é sentar ao lado do aluno muitas vezes e aprender com ele. Não existe mais aquela coisa de que o professor é o único detentor do conhecimento”, opina o professor Diego Teixeira. Já para o professor Gilberto Pires, a maior diferença desse novo formato é a aproximação que ele proporciona. “Nós ficamos o tempo todo com um grupo reduzido de alunos. Eu conheço pelo olhar como o aluno está, sei o interesse dele nas aulas e como auxiliá-lo”, ressalta.

Apesar de os três professores acreditarem na mudança da função docente e afirmarem que sua relevância não é a mesma dentro do processo de aprendizagem, eles destacam a importância de suas intervenções na implementação do projeto. “A forma como algumas coisas foram idealizadas pode funcionar em uma realidade empresarial, mas quando a estrutura mínima pensada é trazida para a realidade, ela, muitas vezes, funciona de outra forma”, argumenta Ivonilton. “Na adaptação surgiu a necessidade de convergência de tecnologias. Como a Máquina de Testes não ficou pronta, por exemplo, nós professores tivemos de criar ferramentas de avaliação e outras formas de interação de rede que pudessem dar conta do nosso programa. O barato é esse: se nós não criássemos essas ferramentas, não teríamos como ocupar um processo metodológico que pudesse ser avaliado.”

Na opinião do professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Luiz Carlos de Freitas, é preciso olhar com cautela para os novos papéis que são designados aos educadores. “Essas ideias rondam a educação desde o início do século passado com a formulação da Escola Nova. A ideia é de transformar o aluno e o professor em pesquisadores. Quem paga a conta disso é exatamente a classe mais pobre. Esta não tem como adquirir o conhecimento que deixa de ser aprendido no interior da escola, pois não se pode aprender tudo pela pesquisa. Aquilo que não couber na pesquisa, ficará fora do domínio das crianças. Os pobres não têm como recuperar isso, pois só têm a escola como fonte de aprendizagem e conhecimento”, defende.

Já na visão do educador José Pacheco, criador da Escola da Ponte – uma das experiências inspiradoras do projeto carioca –, as decisões tomadas no desenvolvimento do GENTE são bem fundamentadas. “Vejo com agrado como esse projeto pode influenciar positivamente outras secretarias e regiões”, diz. O educador pondera, no entanto, que, para além da introdução de novas tecnologias, os professores, em seu novo papel, têm de agir segundo a pedagogia. “Não sou refratário à utilização das novas tecnologias, mas talvez seja necessário não se iludir, levando em conta os riscos de uma introdução ‘avassaladora’ das novas ferramentas de aprendizagem. Se elas não contribuírem para a humanização da escola, melhor que não as adotemos”, enfatiza.

Lógica empresarial
A entrada do setor privado nas redes públicas de ensino tem sido cada vez mais determinante no debate educacional, influenciando, inclusive, as políticas públicas, como mostrou a reportagem “Cabo de guerra”, publicada na edição 202 de Educação. No caso do Projeto GENTE, as parcerias se deram em diferentes níveis: algumas por meio de recursos financeiros, outras por conhecimentos técnicos. Os parceiros, entre eles Fundação Telefônica, Instituto Natura, Intel, Tamboro e Instituto Ayrton Senna, se dividiram em cinco frentes de trabalho: infraestrutura física, infraestrutura de tecnologia, projeto pedagógico, sistematização e avaliação e comunicação.

Um dos maiores críticos das reformas empresariais na educação, o professor Luiz Carlos de Freitas avalia que essa entrada está ligada a interesses específicos do empresariado. “Essa lógica tem em si uma grande desconfiança na capacidade do setor público e uma idolatria dos métodos da iniciativa privada. Não tenho nada contra os empresários depositarem dinheiro em uma conta para que seja usado pelas secretarias, mas garanto que não vão querer, pois desconfiam do setor público e querem o controle pedagógico da escola”, afirma.

“Eu acho que existe uma tendência nos institutos e fundações de tentar auxiliar os governos a melhorar a qualidade de educação. Seja por responsabilidade social, por quererem sua marca mais valorizada, ou porque a melhoria da educação pública vai melhorar o seu próprio negócio com funcionários mais bem preparados”, acredita Rafael Parente, ex-subsecretário de novas tecnologias educacionais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Hoje assessor do movimento Todos pela Educação, ele argumenta que é difícil aplicar dinheiro público na área de inovação sem uma comprovação de que o projeto dará certo. “Com os parceiros privados ganhamos agilidade. Além disso, acredito que a discussão sobre o modelo pedagógico ficou muito mais rica, já que muitas dessas empresas estão envolvidas em outros projetos inovadores”, argumenta.

Um dos principais parceiros do projeto, a Fundação Telefônica viu no GENTE um encontro dos mesmos desejos. “Tivemos uma sinergia grande. A Fundação acredita em modelos inovadores com o uso de novas tecnologias”, conta Mila Gonçalves, gerente de educação da Fundação Telefônica. Com um investimento inicial de R$ 1 milhão e previsão de mais R$ 500 mil por ano, a Fundação Telefônica trabalhou em cima da concepção do projeto pedagógico e da adequação física da escola.

“Nós nos dividimos em grupos para dar agilidade, mas todos os parceiros tinham algumas inspirações que norteavam a questão pedagógica, como o papel do professor, o trabalho em grupo, foco nas habilidades socioemocionais e no projeto de vida dos alunos”, acrescenta. Mila afirma que o papel do setor privado não é fazer política educacional. “Queremos inspirar coisas que muitas vezes o governo não pode fazer, seja pela morosidade ou pela burocracia. Estamos nesses lugares para arriscar e experimentar coisas que as políticas não estão fazendo”, analisa.

O Instituto Natura, convidado pela Fundação Telefônica, também compõe, juntamente com a Intel, o comitê estratégico do GENTE que está mais ativamente envolvido no acompanhamento e nos ajustes do projeto piloto. “Tivemos uma participação bastante importante junto à secretaria no apoio à gestão e governança do projeto. Com o tempo, fomos ajudando a secretaria a se organizar e ganhar autonomia”, explica Lucila Ricci, coordenadora de projetos educacionais inovadores do Instituto Natura.

Na opinião da coordenadora Alice Ribeiro, mais do que apoio financeiro, esse conhecimento técnico foi fundamental para a realização do projeto. Mas segundo ela, embora essa parceria tenha impulsionado o GENTE a sair do papel, ele é uma responsabilidade da rede. Ou seja, investimentos que são feitos de maneira corrente estão nas mãos da secretaria, como merenda, pagamento de professores e funcionários, internet, entre outros. “De forma alguma sem os parceiros o negócio cai. A ideia é de complementaridade, e não de suplementaridade”, afirma. “O ideal é que os aportes feitos pelos parceiros fiquem como um legado para a rede. Existem, por exemplo, parceiros que dão apoio para a avaliação do projeto, e para isso é necessário um investimento financeiro”, destaca.

Escola modelo: política pública ou de vitrine?
A avaliação do projeto sobre a qual a coordenadora se refere é, juntamente com a capacidade de autonomia da rede, crucial para que o desejo da Secretaria de Educação de tornar o Projeto GENTE uma ação em escala se torne possível.

“Não podemos esquecer que o GENTE é uma escola pública e os recursos disponibilizados têm de ser compatíveis e oriundos da rede pública, além de ter de ser um projeto de escala. Para uma escola, a realidade é uma. Para 1.400 é outra”, pondera Alice. A ideia inicial da secretaria é que ao menos as características do projeto já sejam replicadas em escolas da rede durante 2014. “Nós definimos o que deve ser levado em uma futura expansão. É importante lembrar, porém, que o objetivo não é tornar o GENTE uma franquia. Cada escola é uma escola”, lembra Mila Gonçalves.

Ao longo da história educacional brasileira, experiências pontuais têm despertado o interesse de governantes, da imprensa e da sociedade civil que, em meio aos resultados insatisfatórios da educação, tentam encontrar nessas iniciativas fórmulas mágicas para problemas estruturais. Contudo, persiste a dúvida sobre se é possível transformar esses pilotos educacionais em políticas públicas e sair da experiência isolada para a sistematização.

Na análise do professor Romualdo Portela, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Feusp), o problema de criar escolas modelo é a sua generalização e as poucas chances de conseguir repetir seu sucesso em outros locais. “Esse tipo de experiência não resolve o problema de grandes redes. O projeto acaba se tornando uma vitrine e os problemas estruturais persistem”, avalia. O professor destaca também que a aplicação dessas experiências em apenas algumas escolas da rede acaba aprofundando as desigualdades, uma vez que proporciona melhores condições a um pequeno grupo.

Luiz Carlos de Freitas lembra que a ideia de escolas modelo já foi testada inúmeras vezes. “Basta olhar para a história do Estado de São Paulo, onde isso foi usado à exaustão”, diz. Para o professor, esse modelo está baseado em uma ideia equivocada de como se opera a mudança, pois parte do princípio de que ele pode ser transferido de um lugar para outro. “A mudança tem de ser construída localmente, é um processo relacionado às condições locais específicas. A destinação de experimentos como esse é, em um ambiente controlado, mostrar que mesmo a pobreza pode aprender e com isso cobrar as demais escolas e desmoralizar aquelas que não conseguem lidar com seu entorno problemático. Querem criar um efeito-demonstração”, afirma.

Na opinião do professor, o maior fracasso dessa visão é que após algum tempo as escolas modelo voltam a ser exatamente iguais a qualquer outra escola. “No entanto ninguém volta para examiná-las e elas são esquecidas”, acredita.

Replicar e escalar
Na tentativa de contornar esses problemas, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro encomendou uma análise de replicabilidade e estratégia de avaliação de impacto do Projeto GENTE, desenvolvida pelo Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS) em parceria com a Unesco.

Segundo Maurício Blanco, coordenador da pesquisa, sua primeira ação foi determinar todos os objetivos e a arquitetura do projeto para assim definir quais são os elementos centrais que devem ser levados em consideração em uma possível expansão. “Pensar que conseguiremos reproduzir o projeto como um todo, com todos os seus componentes, é algo que não existe”, afirma.

O pesquisador ressalta também a diferença entre replicabilidade e escalabilidade. “Podemos replicar a ideia de personalização do ensino para outras escolas, mas não podemos ter professores mentores em toda a rede municipal do Rio de Janeiro”, esclarece. “Já a escalabilidade tem a ver com a transformação do piloto em política pública e para isso temos de levar outros fatores em consideração”, acrescenta.

O primeiro deles, segundo Maurício, é descobrir se vale a pena escalar, ou seja, identificar quais são os impactos do projeto para os alunos. O segundo é saber quanto custa escalar o projeto. O terceiro fator, que mais preocupa o pesquisador, é saber se a rede tem condições para receber um projeto como o GENTE. “Os desafios são enormes. Em termos salariais, como prosseguir com a ideia do professor mentor? Como tornar todas as escolas integrais? O problema não está no piloto, pois questões técnicas são possíveis de resolver. O grande desafio da escalabilidade são as condições institucionais e políticas e como transformar um piloto em política pública”, argumenta.

Maurício destaca, por exemplo, o desafio de manter a qualidade durante um projeto de expansão uma vez que a gestão e os custos terão de ser assumidos pela prefeitura. Rafael Parente conta que a secretaria está buscando maneiras de diminuir os custos do projeto. Uma delas, por exemplo, é aumentar o número de alunos por professor de 18 para 24. “A princípio eram 18, agora serão 24 alunos. Se para absorver os custos a secretaria tiver de aumentar para 50 haverá queda de qualidade. Entre escalar e perder a qualidade a melhor opção é não escalar”, opina Maurício Blanco.

Para o coordenador da pesquisa, o ano de 2014 é importante para sedimentar o projeto e avaliar o que funciona. Além disso, ainda é preciso ajustar propostas pedagógicas e criar definições para termos como habilidades socioemocionais e autonomia. “Eu diria que estamos em um momento muito prematuro. O GENTE tem boas ideias que podem ser irradiadoras de metodologias e práticas pedagógicas, mas chegou a hora de sair de abstrações e levantar as mangas”, pontua. 

 

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Redacao


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