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Números para o raciocínio

As atividades didáticas devem ser desenvolvidas com foco na construção de ideias matemáticas, e não com a mera reprodução de conhecimento

Publicado em 05/06/2013

por Redacao

Para Ettiene Cordeiro Guérios, titular em Didática para Matemática na Universidade Federal do Paraná e integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Professores que Ensinam Matemática, na UFPR, o grande tema para a disciplina é desenvolver um ensino que permita aos alunos a compreensão das ideias e conceitos matemáticos, deixando de focar unicamente em tópicos como resolver contas e algoritmos. “A grande proposta é desenvolver uma ação docente que faça o aluno pensar, que desenvolva o raciocínio. Não adianta insistir apenas na repetição de procedimentos”, afirma. Voltando a discussão especificamente para os docentes que estão hoje em sala de aula, ela aconselha atenção ao processo de aprendizagem dos alunos, “para que esse professor entenda como está construindo o conhecimento matemático escolar”, bem como que procurem o aperfeiçoamento contínuo da didática que desenvolvem. “É importante que os professores desenvolvam a atividade didática preocupados com a construção de ideias matemáticas, e não com a mera reprodução de conhecimento. Não cabe mais a exercitação pura e simples, pois passada essa fase o aluno “esquece” o que aprendeu, ou seja, não aprendeu”, avalia.

“Penso que nosso desafio hoje é formar professores que tenham autonomia de pensamento; escolham o seu caminho e sua metodologia pela análise crítica das propostas existentes e pela própria capacidade de observação do desempenho das crianças”, afirma a pedagoga Maria Lydia Manara de Mello, responsável pelas disciplinas Didática da Matemática I e II no curso de pedagogia do ISE Vera Cruz. Ela aponta a questão da distância entre a criança e o conteúdo que se ensina, notadamente nos primeiros anos do ensino fundamental. “Acredito que ainda ensinamos conteúdos que elas não têm condição de entender; perde-se muito tempo e ensina-se tudo de novo no ano seguinte; nossas crianças não aprendem a pensar autonomamente e criticamente”, avalia. “Temos uma necessidade de mediação para a didática da matemática, de provocar o aluno abrindo mão dessas “receitas”. Nós, professores, precisamos nos arriscar mais”, sustenta. “As crianças gostam da matemática, ela é um grande jogo, com regras claras, mas ainda é a escola que nos ensina a não gostar da matemática. É isso que precisamos mudar.”

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