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O baú colorido do “maluco beleza” Lançado nos cinemas em março, Raul – O início, o fim e o meio (Brasil, 2012, 124 min) atraiu quase 200 mil espectadores. Pode não parecer muito em um país de mais de 190 milhões de habitantes, mas é […]
O baú colorido do “maluco beleza”
Lançado nos cinemas em março, Raul – O início, o fim e o meio (Brasil, 2012, 124 min) atraiu quase 200 mil espectadores. Pode não parecer muito em um país de mais de 190 milhões de habitantes, mas é um número expressivo para documentários, que circulam em um circuito muito menor do que os longas-metragens de ficção. Agora disponível em DVD, o filme tende a ampliar de maneira significativa o seu público, alcançando moradores dos milhares de municípios brasileiros que não dispõem de salas de cinema.
Dirigido pelo fotógrafo Walter Carvalho, Raul nasceu de um impressionante volume de pesquisas, com dezenas de depoimentos e diversas imagens raras. Para organizar esse vasto material, a montagem não segue a linearidade cronológica de documentários biográficos convencionais, optando por explorar o personagem de acordo com temas. Um dos principais blocos, por exemplo, investiga as relações pessoais e profissionais entre Raul Seixas e o escritor Paulo Coelho, que foram parceiros de trabalho nos anos 1970.
Raul consagrou-se como um roqueiro singular e algumas de suas canções, como Maluco beleza, Metamorfose ambulante, O dia em que a Terra parou e Sociedade alternativa, continuam a ter um grande apelo contestador. Não por acaso, boa parte do público que assistiu ao filme nos cinemas não tinha nascido ou ainda era criança quando o compositor e intérprete morreu precocemente, em 1989, aos 44 anos. Para eles, o documentário não representa apenas um mero retrato de artista: a janela aberta por Carvalho, usando Raul como fio condutor, contempla aspectos importantes da história e da cultura popular do Brasil desde os anos 1950.
Arquitetura da opressão |
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Depois de estrear na direção de longa-metragem com Trabalhar cansa (2011), codirigido por Marco Dutra e exibido na mostra Um Certo Olhar do Festival de Cannes, a cineasta Juliana Rojas retornou neste ano ao principal evento de cinema do mundo com o curta O duplo, que está percorrendo agora o circuito de festivais brasileiros. No filme, uma professora (Sabrina Greve, de Uma vida em segredo) é perturbada, na escola onde trabalha, pela aparição de um “Doppelganger” (ser fantástico que assume a forma de uma pessoa). Qual foi o ponto de partida para O duplo? Você levou algo da sua experiência escolar para a ambientação e os personagens? Nas exibições, você ouviu comentários de espectadores relacionados ao fato de a protagonista ser professora e o filme se ambientar em uma escola? |