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Quando a tecnologia entra na escola

Em encontro da programação geral, participantes discutem a relação entre recursos tecnológicos e a educação

Publicado em 09/02/2012

por Camila Ploennes

Gustavo Morita
Mauricio Curi, Priscila Gonsales, Samantha Shiraishi, Luiz Algarra e Mila Gonçalves discutem a tecnologia na educação

Em um momento no qual as tablets começam a ser adotadas pelas escolas, o debate “A educação vai se reeducar?”, da programação da Campus Party 2012 nesta quinta-feira (9), levantou reflexões sobre as mudanças nas relações entre alunos, professores e pais conforme os recursos tecnológicos são incorporados ao espaço escolar. “Cada vez mais se fala na transformação do ambiente da escola por causa dos recursos tecnológicos. A escola das minhas filhas começou a usar as tablets, mas me parece a mesma velha escola, com as mesmas regras, só que agora com a tablet. Em que medida está havendo mudança de fato?”, questionou o jornalista Luiz Algarra, que mediou o encontro.

A partir dessa pergunta, Priscila Gonsales, especialista em Educação, Família e Tecnologia pela Universidade Pontifícia de Salamanca (Espanha) e co-fundadora do Instituto Educadigital, que desenvolve projetos de integração da cultura digital nas escolas, a jornalista Samantha Shiraishi, o diretor da Educartis do Brasil Mauricio Curi e a psicóloga Mila Gonçalves, gerente da área de Educação, Cultura e Juventude da Fundação Telefônica no Brasil, discutiram sobre as práticas de professores e instituições de ensino nesse cenário de sucessivas mudanças.

“A cultura digital é parte da vida das crianças nos outros espaços. É preciso que ela entre também na escola, porque os recursos da tecnologia deixam o cérebro livre para pensar e os educadores têm, sim, interesse em aprender a levar esses recursos para dentro da sala de aula”, defendeu Priscila, que coordena projetos de formação de educadores, comunidades virtuais de aprendizagem entre escolas e materiais didáticos de apoio em meios eletrônicos e impressos dentro do Programa EducaRede no Brasil, coordenado pela entidade social Centro de Estudos em Educação, Pesquisa e Ação Comunitária (Cenpec) em parceria com a Fundação Telefônica e a Fundação Vanzolini, da Poli/USP.

Na sequência, Mauricio problematizou: “Como pensar em levar a tecnologia para dentro das escolas se tem até lei [vigorando em estados como São Paulo e Rio de Janeiro], que impede o uso de celular dentro da escola pública?”. Segundo Priscila, há experiências feitas pelos professores com o aparelho em classe: “São aulas interessantes, porque levam a realidade de fora para dentro do ambiente escolar”. O projeto de lei 2246 de 2007, que propôs tal proibição a todas as escolas do Brasil por considerar que o celular compromete o desenvolvimento e a concentração dos alunos, está arquivado na mesa diretora da Câmara dos Deputados. Para Mila Gonçalves, o maior desafio é mobilizar a sociedade para ações de aprendizagem com tecnologia: “As mudanças não vão vir de decretos. Se o educador quiser, ele muda sua forma de trabalhar”, defende.
O debate fez parte da programação geral da Campus Party, que este ano contou com o EducaParty, voltado a educadores do país.

Autor

Camila Ploennes


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