NOTÍCIA
Em escolas de educação básica e bilíngue, a atuação desse profissional tem como foco o desenvolvimento emocional, acadêmico e profissional dos alunos
Em um mundo em que profissões surgem e desaparecem rapidamente, competências mudam com velocidade e as crianças e jovens crescem em meio a altos níveis de ansiedade, o orientador educacional torna-se fundamental para apoiar estudantes e famílias na construção de caminhos acadêmicos, socioemocionais e carreiras consistentes.
O orientador educacional é o profissional responsável por acompanhar a trajetória acadêmica, emocional e social dos estudantes, atuando como mediador entre alunos, famílias e escolas. Sua função envolve apoiar o desenvolvimento integral dos jovens, promover uma convivência harmônica, identificar necessidades individuais, orientar escolhas acadêmicas e profissionais e contribuir para a construção de projetos de vida.
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Para desempenhar bem esse papel, esse profissional precisa reunir competências como escuta ativa, empatia, comunicação clara, inteligência emocional, postura acolhedora, capacidade de mediação de conflitos, visão pedagógica, pensamento crítico e sensibilidade para compreender diferentes realidades, interesses e contextos familiares.
Muito além da resolução de conflitos, o orientador também acompanha o desenvolvimento integral dos estudantes, ajuda a interpretar emoções, orienta escolhas, medeia expectativas familiares e atua como ponte entre currículo, aprendizagem e projeto de vida.
“É essa combinação de habilidades humanas e conhecimento técnico que permite ao orientador criar ambientes seguros, fortalecer vínculos e favorecer aprendizagens significativas”, explica Ana Júlia Nunes Gonzalez, orientadora educacional do colégio Progresso Bilíngue Taquaral, de Campinas (SP).

O orientador educacional é o profissional responsável por acompanhar a trajetória acadêmica, emocional e social dos estudantes (Foto: Shutterstock)
O profissional é ainda um agente de construção de identidade, propósito e autonomia. “O orientador educacional ajuda os estudantes a compreenderem suas emoções, interesses e responsabilidades. É um trabalho de formação humana, que incentiva o autoconhecimento, equilíbrio e capacidade de fazer escolhas conscientes. Quando o aluno se sente acolhido, ele aprende melhor, relaciona-se melhor e cresce com propósito”, afirma Ana Júlia.
No Progresso, o trabalho de orientação inclui conversas individuais, feiras de profissões, contato com especialistas e reflexões sobre interesses e habilidades. O foco é que o estudante construa um projeto de vida sólido, seja voltado à universidade, ao mercado de trabalho ou ao empreendedorismo, com autonomia e propósito.
Para Carlos Augusto Lima, orientador educacional do Brazilian International School – BIS, de São Paulo (SP), o papel do orientador educacional tornou-se essencial em um cenário em que crianças e adolescentes enfrentam sobrecarga de estímulos, comparações constantes, ansiedade e pressão por desempenho. Segundo ele, o trabalho começa pela escuta ativa e pela construção de vínculos genuínos, que permitem identificar sinais emocionais muitas vezes invisíveis à família ou ao próprio aluno.
“O orientador educacional é quem acolhe, observa e compreende o estudante para além do aspecto acadêmico. Atuamos na mediação de conflitos, na promoção da convivência ética e no desenvolvimento de habilidades como empatia, autorregulação e resiliência. É um trabalho diário de apoio emocional que ajuda o aluno a se conhecer, lidar com frustrações e construir segurança interna. Sem esse cuidado, a aprendizagem não se sustenta”, explica Carlos Augusto.
No BIS, esse acompanhamento socioemocional aparece em práticas como rodas de conversa, orientação individual, intervenções preventivas e projetos de autoconhecimento, que ajudam cada aluno a entender emoções, reconhecer forças e desenvolver equilíbrio em sua rotina escolar.
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