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Autor

Redação revista Educação

Publicado em 04/11/2025

Saúde mental: função da escola é intrinsecamente preventiva

Um em cada sete adolescentes enfrentam questões de saúde mental, aponta OMS. Diante disso, diretor pedagógico fala do papel da escola no bem-estar do estudante

A escola, vista tradicionalmente como um local de instrução acadêmica, também tem um papel importante na construção da saúde mental dos alunos. O ambiente escolar saudável é uma das linhas de defesa contra o aumento de problemas como ansiedade, depressão e burnout na juventude.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em um estudo publicado em 2024 no Journal of Adolescent Health, conduzido pela OMS e junto da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, um em cada sete adolescentes enfrentam questões envolvendo saúde mental, como ansiedade e depressão. 

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Rafael Galvão, diretor pedagógico do ensino fundamental anos finais e ensino médio da Rede Alfa CEM Bilíngue, localizada no Rio de Janeiro, explica como essa transformação, que exige uma abordagem multifacetada, se concretiza na prática.

“A função da escola é intrinsecamente preventiva. O primeiro passo é capacitar o aluno, construindo uma base de resiliência por meio da autonomia intelectual, ao capacitar os alunos a pensar criticamente, resolver problemas complexos e gerenciar desafios acadêmicos com o suporte adequado. Essa capacidade de autogestão e adaptação é fundamentalmente protetiva contra a ansiedade e o burnout”, explica o educador Rafael Galvão.

Segundo Galvão, o ambiente acadêmico, muitas vezes marcado pela pressão, é equilibrado com o desenvolvimento de habilidades de gestão do tempo e técnicas de estudo eficientes, mitigando a ansiedade de desempenho e promovendo um aprendizado mais significativo.

saúde mental dos alunos

Escola, vista tradicionalmente como um local de instrução acadêmica, também tem um papel importante na construção da saúde mental dos alunos (Foto: Shutterstock)

O cuidado como parte da educação

Além da resiliência individual do aluno, no entanto, o espaço coletivo de apoio deve ser amplamente abordado pela própria escola. A promoção ativa de uma cultura de confiança e proximidade é o que leva o aluno a se sentir acolhido.

“Essa cultura se materializa em programas de mentoria, aconselhamento individualizado e canais abertos para que os estudantes se sintam seguros para expressar suas preocupações. A identificação precoce de sinais de sofrimento é facilitada por essa relação”, afirma o diretor pedagógico.

Para o educador, professores que se sentem apoiados e valorizados tendem a criar uma sala de aula mais empática e menos estressante, favorecendo a concentração e o aprendizado do aluno.

Outro ponto importante para o diretor é a organização da rotina, que precisa incluir carga horária e busca por resultados, mas também deve ser estruturada com pausas estratégicas e suporte pedagógico contínuo. 

“A busca por resultados acadêmicos de alto nível e a preparação intensiva para desafios como o Enem exigem uma carga horária grande. No entanto, as pausas e as áreas de descanso também devem incentivar a socialização e a descompressão, para que os alunos possam recarregar energias e fortalecer o senso de comunidade”, finaliza Galvão.

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