NOTÍCIA

Academia Líderes de Educação

Autor

Fernando Leal

Publicado em 07/10/2025

Caminhos alternativos para o aprendizado de qualidade

Entre escolas públicas e redes privadas, há diferentes possibilidades de experiências. Conheça casos da Fundação Bradesco e da Associação Ceteb, debatidas em painel de evento da revista Educação

No espaço entre as escolas públicas, amplamente majoritárias, e as redes privadas de ensino, há uma ampla gama de caminhos alternativos e experiências diversificadas, capazes de contribuir com a busca de uma educação de excelência no país. Isso é o que evidencia o painel Experiências públicas, iniciativas privadas, realizado durante evento* da Academia Líderes de Educação (nova iniciativa da revista Educação), contando com a participação da Fundação Bradesco e da Associação Ceteb. 

Entre as iniciativas que se destacam, a busca de uma gestão eficiente e voltada ao aprendizado dos alunos é um aspecto em comum, e que serve como referência para os diversos modelos de estabelecimento de ensino. “Somos uma instituição privada que atende principalmente um público que depende do acesso à educação gratuita”, afirma Flávio Constantino, gerente sênior de supervisão educacional da Fundação Bradesco. “Fazemos isso de forma inclusiva e com ferramentas modernas de gestão, aliadas aos melhores materiais didáticos e metodologias”, acrescenta. 

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Respeito às necessidades locais

A Fundação Bradesco atende primordialmente crianças e jovens em condição de vulnerabilidade social, com o objetivo declarado de propiciar o desenvolvimento de suas potencialidades, transformando vidas por meio da educação de qualidade, com impactos positivos para a família e o entorno dos estudantes. Ao todo são 42 mil matrículas em todo o Brasil, com 40 escolas, distribuídas em todas as unidades da federação, e investimentos da ordem de R$ 10,6 bilhões nos últimos dez anos. 

Flávio Constantino explica que a gestão integrada das escolas alinha o trabalho de cada uma com as diretrizes do MEC e os valores da Fundação, mas sempre respeitando a diversidade e as necessidades locais, tanto da perspectiva pedagógica como operacional. “Temos muito ‘Brasis’ aqui. Por isso, esse movimento é necessário e vivido diária e intensamente. Não podemos impor o que definimos em São Paulo, porque queremos uma educação de protagonismo social, em que os estudantes são protagonistas do que estão aprendendo”, ressalta. 

caminhos para o aprendizado

Flávio Constantino, gerente sênior de gestão educacional da Fundação Bradesco (Foto: divulgação)

Formação e Supervisão Educacional

Ao mesmo tempo, o Centro Educacional da Fundação, localizado na matriz, no município de Osasco (SP), oferece suporte às escolas por meio de diversas ações, como a formação de professores e outros profissionais, como diretores, orientadores educacionais e gerentes administrativos. Algumas são realizadas presencialmente e outras de forma remota. Somente no ano passado, foram 40 mil horas de formação, cobrindo várias áreas, que abrangem temas como os valores da Fundação, as competências essenciais à liderança e o trabalho em sala de aula. 

Em paralelo, a área de Supervisão Educacional tem como missão assegurar que todas as escolas apliquem as diretrizes da Fundação, gerando dados e indicadores operacionais que possibilitam impactar a gestão das unidades, inclusive com ajustes de rota e até mesmo mudanças estratégias. “Esse sistema é um dos nossos grandes diferenciais e permite irmos além da administração propriamente dita, contribuindo para a orientação individualizada de cada estudante, em várias dimensões,  incluindo o desempenho escolar e a saúde física e mental”, destaca Flávio. 

Parceria com espírito público 

Um exemplo bem diferente, mas igualmente representativo, vem da Associação Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia (Ceteb), que, desde 2021, é responsável pela gestão de três estabelecimentos públicos de ensino em Minas Gerais: a Escola Estadual Francisco Menezes Filho e Maria Andrade Resende, ambas em Belo Horizonte, e a Escola Estadual Coronel Adelino Castelo Branco, em Sabará, região metropolitana da capital mineira.

Essas três escolas têm apresentado resultados significativos, com destaque para o Ideb superior à média estadual e taxas de evasão próximas a zero. Para o diretor-executivo da Ceteb, Claudenir Machado, o segredo é a atenção especial à gestão, aos processos e aos resultados. 

Junto com a comunidade foram estabelecidos objetivos específicos e planos de ação para o alcance dos resultados firmados com o poder público, tudo com monitoramento trimestral. “Adotamos a chamada metodologia ágil, que prevê o acompanhamento e a adoção de ajustes em ciclos menores, identificando rapidamente os problemas e buscar as soluções”, explica Claudenir. “Também de forma coletiva, as escolas construíram sua missão, sua visão e seus valores”, acrescenta. 

A Ceteb também procura inovar na execução do planejamento, com o surgimento do cargo de diretor-geral da escola, que desempenha um papel mais estratégico, com foco nos processos e nos objetivos a serem alcançados. Para isso, foi fundamental a criação de três novas posições: os vice-diretores pedagógico, administrativo e de relações comunitárias. “Separamos as frentes de trabalho e valorizamos a área pedagógica que passou a ter um vice-diretor e dois coordenadores”, diz Claudenir. 

Claudenir Machado, diretor-executivo da Associação Ceteb (Foto: divulgação)

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Gestão compartilhada

Criada em 1998, a Ceteb vivenciou sua primeira experiência de parceria com o poder público em Feira de Santana, assumindo a gestão de uma escola técnica de Ensino Médio. “Fomos pioneiros nesse tipo de gestão social e já tivemos a oportunidade de apresentar a experiência em vários países, detalhamento tanto os aspectos administrativos como os pedagógicos”, conta Claudenir. Essa parceria se encerrou em 2016, mas até hoje a Associação mantém uma escola na cidade, que oferece ensino fundamental e ensino médio, inclusive na modalidade Profissional e Tecnológica. As vagas são ocupadas tanto por crianças e jovens que podem pagar mensalidade tanto por bolsistas de até 100%. 

Na perspectiva de Claudenir, é importante disponibilizar variados modelos de organização da oferta de ensino, deixando que a sociedade faça escolhas e validar os resultados educacionais. “Mas sem transferir para o parceiro privado a responsabilidade pela educação que, na essência, é do poder público. Não se trata simplesmente de uma prestação de serviço. O que se busca é a gestão compartilhada, em que o parceiro privado pode contribuir com sua vocação para a gestão, sempre mantendo o espírito público.”

*O evento ‘Em tempos turbulentos, como manter a escola firme’ acontece hoje, 7, em Pinheiros, cidade de São Paulo, e conta com outros painéis e palestrantes.

Saiba mais sobre o evento clicando aqui.

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