Por Mara Cristina Pane*: Como a evolução química, em que composições simples passam por diversas reações formando compostos complexos, assim são os estudantes diante de uma educação de qualidade. A evolução que podemos levar por meio do ensino para nossas crianças e jovens tem o poder de transformar não só a vida deles, mas de suas famílias, comunidades e de todo um entorno.

Como educadora, sempre entendi que em meu propósito estava o de formar cidadãos. Agora, assumindo um novo desafio em minha carreira, percebo que nosso papel vai muito além. Também é nosso dever mostrar aos alunos que existem inúmeras possibilidades de futuro, muito além do que lhes foi apresentado em seu meio. Diria mais, é nossa obrigação abrir portas e janelas que impedem essas crianças de sonhar. 

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Trajetória completa

Para isso, não há como fugir. É necessário garantir uma educação básica consistente e de qualidade, para formar a base de conhecimento que beneficiará os estudantes por toda a sua jornada, seja pessoal, acadêmica ou no mercado de trabalho. É também por meio dela que podemos apoiar no desenvolvimento do pensamento crítico, por exemplo, tão importante e urgente nos dias de hoje. 

É ensinar o básico, mas com qualidade, para então oferecer formações extracurriculares que permitam o contato do aluno com novas experiências, novos conteúdos e novas possibilidades.

A educação sempre foi a base para a construção de um futuro melhor para todos. É ela que forma um alicerce sólido para o desenvolvimento de todo um país. Mas, não há como ignorar que a educação é um saber vivo e em constante evolução.

Desafios atuais e futuros da educação

A questão que fica é: como torná-la encantadora a ponto de manter os alunos interessados? É fato que hoje não é mais possível manter a figura do professor como o proprietário da informação, mas sim como um curador e mediador para troca de conhecimento com os estudantes. 

Além disso, precisa ser desafiadora e inspiradora para que os jovens busquem por conhecimento, questionem e mantenham um olhar curioso para tudo o que os rodeiam.

Por isso, é necessário também, além de uma educação básica de qualidade e atenta às necessidades dos alunos, ressignificar cada vez mais os espaços escolares, tornando-os adaptáveis às perspectivas educacionais do futuro; reforçar a formação de professores e equipes para que todos estejam em sintonia com os novos tempos; e ainda potencializar uma cultura interna que acolha esses alunos, com todas as suas necessidades, compreendendo e respeitando a suas diferenças culturais, e capaz ainda de promover vivências que colaborem para a formação de indivíduos que consigam transpor os desafios inerentes a sociedade em que vivemos.

*Mara Cristina Pane é superintendente de ensino da Fundação Bradesco, educadora e mestre em ensino de ciências

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