A série Electric dreams traz boas adaptações de contos de ficção cientifica (Crédito: Divulgação)
A boa ficção científica melhora com o tempo. Em alguns casos, de forma até espantosa: são as obras que, escritas há décadas, parecem ter antecipado características sociais, políticas, culturais e comportamentais do nosso tempo, como se os seus autores tivessem acesso a um portal que possibilitasse fazer visitas ao futuro.
O prestígio ainda crescente do americano
Philip K. Dick está relacionado a esse fenômeno. Ele morreu aos 53 anos, em 1982. Não teve tempo nem mesmo de assistir à consagração de
Blade Runner, o caçador de androides (1982), baseado em seu romance
Androides sonham com ovelhas elétricas? (1968), como um clássico do gênero no cinema.
Desde então, o cinema e a TV se encarregaram de fisgar novos contingentes de leitores para seus contos e romances, com diversas adaptações bem-sucedidas. A mais recente delas é a série
Electric dreams (2017), produzida pela Amazon para exibição inicial no serviço de streaming Prime. A primeira temporada reúne 10 episódios independentes, com menos de uma hora cada um.
Geraldine Chaplin, Bryan Cranston, Steve Buscemi, Greg Kinnear, Vera Farmiga e Timothy Spall estão entre os atores que trabalham nessa coletânea, bem próxima ao espírito de Dick. De um lado, as histórias especulam cenários futuristas com muita imaginação. Mas, de outro, boa parte do que acontece guarda relação estreita com o mundo que já conhecemos.
O consumismo desenfreado, por exemplo, está no centro do episódio 8, talvez o melhor da temporada. Um marido abusivo, uma política reacionária que estimula a violência, uma jovem vítima de ansiedade social e viagens por meio de realidade virtual são alguns dos outros temas de histórias que parecem ter sido criadas ontem, mas que foram concebidas nas décadas de 1950 a 1970.
Muito além de Blade runner
Clássicos de Philip K. Dick também adaptados para cinema e TV:
Realidades adaptadas
Coletânea publicada no Brasil pela Aleph, reunindo os contos que inspiraram O vingador do futuro (1990, refilmado em 2012), Minority report (filme de 2002 e minissérie de 2015) e Os agentes do destino (2011), entre outros.
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O Homem do castelo alto
O romance de 1962, sobre um mundo que emerge de um final alternativo para a Segunda Guerra Mundial, deu origem em 2015 a minissérie também produzida pela Amazon para o serviço de streaming Prime.
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