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Entre 2007 e 2015, o número de estudantes matriculados em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil caiu 31%, de 4,9 milhões para 3,4 milhões. A queda é mais acentuada no ensino fundamental do que no médio. Os dados mostram que a diminuição do público da EJA é muito significativa e sua curva aponta para uma tendência.
Segundo especialistas, a falta de um modelo flexível para o ensino ofertado ao público adulto, que muitas vezes tem um cotidiano mais atribulado devido ao trabalho ou ao cuidado com os filhos, influencia na procura e na possibilidade de completar o segundo grau com tranquilidade e pragmatismo. O cenário, por vezes, leva à evasão e mesmo à não percepção da EJA como uma alternativa viável.
Destacam-se também as mudanças na determinação da idade mínima para matrícula no ensino fundamental da EJA ao longo dos anos e a dependência das políticas estaduais e municipais. No Estado de São Paulo, por exemplo, a idade mínima de ingresso passou de 15 para 16 anos no ensino fundamental em 2011. A alteração, possivelmente, levou ao distanciamento de estudantes de 14 e 15 anos muito atrasados com relação ao período ideal de formação.
Por fim, existem avaliações de que o fato de as redes receberem menos dinheiro para a manutenção dos alunos da modalidade do que para os estudantes de turmas convencionais leva a EJA a ser preterida pelas políticas regionais de educação e, consequentemente, à diminuição de escolas e turmas que a oferecem.
Perfis
Atualmente, segundo dados do Censo da Educação Básica 2015, a EJA contabiliza 3.491.869 estudantes, sendo que 63% estão matriculados no ensino fundamental e 37% cursam o ensino médio.
Desses jovens e adultos, 51% são homens, 36% se autodeclaram negros (pretos e pardos, segundo orientação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE), e 15% são brancos.
Considerando a idade dos estudantes, 19% têm acima de 40 anos, outros 19% estão na faixa etária entre 20 e 24 anos e 18% têm entre 15 e 17 anos. Os demais percentuais e os números absolutos podem ser conferidos na tabela ao lado.
Ainda segundo dados do Censo da Educação Básica 2015, existem 249.171 professores de EJA no Brasil (a educação básica convencional reúne mais de 1,9 milhão de docentes). Desses, 67% (166.726) são mulheres, a grande maioria com idade entre 41 e 50 anos e formados em licenciaturas (199.263).
Chama a atenção o fato de que 16% (39.410) dos professores da modalidade têm o ensino médio como nível máximo de formação.