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Sala dos professores em escola estadual de SP Um currículo, um professor Política educacional vigente no Estado de São Paulo desde 2007, a unificação do currículo da rede recebe constantes críticas por parte dos docentes. O assunto passou dos corredores das escolas para a análise […]

Publicado em 01/08/2013

por Camila Ploennes

Gustavo Morita
Sala dos professores em escola estadual de SP


Um currículo, um professor

Política educacional vigente no Estado de São Paulo desde 2007, a unificação do currículo da rede recebe constantes críticas por parte dos docentes. O assunto passou dos corredores das escolas para a análise acadêmica na dissertação de mestrado “As reformas educacionais do Estado de São Paulo, 2008: repercussões na formação do aluno e do professor de geografia”. A pesquisa do geógrafo e coordenador pedagógico Edjailson Bezerra da Silva, defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, conclui que a proposta curricular não levou em conta a figura do professor na participação dessa política.

Em 2008, durante sua implantação, a Proposta Curricular foi transformada em currículo oficial de São Paulo. Ela abrangia uma etapa inicial de recuperação de 42 dias de duração, orientada por uma apostila chamada de “jornalzinho”, e a aplicação de uma prova diagnóstica unificada ao final desse período. Além das apostilas, os professorem recebiam um manual com roteiros de aulas.
#R#
A pesquisa qualitativa de Silva estudou entrevistas com 202 professores de 10 escolas da diretoria de ensino com mais escolas estaduais na cidade de São Paulo (Sul 3).

Os questionários eram sobre como os docentes se viam após a implantação do currículo único. Aplicando os conceitos de Pierre Bourdieu, como campo, habitus e poder simbólico, o pesquisador analisou as respostas e os documentos oficiais da área de Educação dos governos federal e estadual. “Alijando o professor das decisões referentes à própria prática e ao cotidiano do aluno, a [Secretaria de Educação] SEE-SP pressupõe entender, melhor do que o professor, como este deve portar-se e quais as necessidades dos alunos. Reduz, dessa forma, a profissão de professor a mero transmissor do receituário do Estado”, afirma Silva na conclusão do texto.

Ele analisa que, ao buscar a homogeneização do aprendizado dos estudantes, o currículo unificado do programa São Paulo Faz Escola desconsidera características específicas de cada região e desigualdades culturais e sociais entre os alunos, além de aumentar o controle do Estado sobre o trabalho docente, negando sua autonomia.

Alfabetização avaliada

A três meses da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) ainda não informou como fará para divulgar os resultados da prova sem que isso gere rankings de escolas.

Por enquanto, o que se sabe é que a prova será aplicada entre 11 e 21 de novembro de 2013, com divulgação em abril de 2014. Até o fechamento desta edição, a avaliação ainda estava sendo elaborada e a matriz não havia sido divulgada. Sobre a extensão da prova, o presidente do Inep, Luiz Claudio Costa, afirmou que ela terá poucas questões,
sem especificar quantas, porque os alunos são muito novos. A ANA, que avaliará as crianças do 3º ano do ensino fundamental das escolas públicas do Brasil, será aplicada de forma censitária para turmas regulares e amostral para as classes multisseriadas.

A prova é parte do Plano Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), programa do governo federal que pretende alfabetizar todas as crianças até os 8 anos, com prazo para 2022. A ANA passa a integrar o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ao lado da Prova Brasil e da Avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb). A Prova Brasil ou Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc) é aplicada aos alunos de 5º e 9º anos das escolas públicas com o mínimo de 20 alunos matriculados na série avaliada. Já a Aneb acontece de maneira amostral para 5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio.

META PRÓPRIA
Se a dúvida sobre se existe uma idade certa para alfabetizar foi levantada pelo Pnaic e, mais recentemente, pela Avaliação Nacional da Alfabetização, o governo de São Paulo adicionou em julho mais um fator a esse debate.

O estado aplicará uma prova para avaliar a alfabetização dos alunos do 2º ano, ou seja, na faixa dos 7 anos de idade, no âmbito do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp). A prova será realizada em outubro, quando será definido um prazo para essa meta ser alcançada.

Salário de vereador
Em Jaú, no interior de São Paulo, tramita na Câmara Municipal um projeto que vai à contramão dos aumentos de salários dos políticos: a proposta de uma emenda à Lei Orgânica municipal que igualaria os vencimentos dos vereadores à média salarial dos professores da rede.

Atualmente, o presidente da Câmara de Jaú ganha R$ 6.224,86 e os outros vereadores recebem 4.608,01. Se aprovado, o projeto do vereador Fernando Frederico de Almeida Junior (PMDB) reduzirá os salários dos membros da Casa para R$ 1.700. O autor da matéria não respondeu ao pedido de entrevista para comentar o que motivou a proposta.

No final do ano passado, os vereadores de Jaú aprovaram aumentos salariais para o prefeito (de R$ 14.157 para R$ 19 mil), o vice-prefeito (de R$ 3.576 para R$ 11.500) e os secretários municipais (de R$ 6.010 para R$ 6.030), mas mantiveram seus salários. Os mais beneficiados foram o prefeito Rafael Agostini (PT) e o vice Sigefredo Griso (PMDB), empossados em janeiro deste ano.

Na segunda quinzena de julho, um abaixo-assinado virtual organizado por Almeida Junior chegou a recolher assinaturas de 4.830 pessoas. Hoje, Jaú tem 96.500 eleitores. Mesmo sem efeito legal, as manifestações favoráveis à medida foram incorporadas à matéria, considerada constitucional pelos juristas. Além de Almeida Junior, outros seis vereadores assinam a proposta: Carlos Alberto Magnon (PV), Fábio Bueno Dorneles (PSDB), Tito Coló Neto (PSDB), Ronaldo Formigão (DEM), Paulo César Gambarini (PSDB) e José Aparecido Segura Ruiz (PTB). No total, a Câmara tem 17 vereadores.

Último grande retratista

Alemão radicado no Reino Unido por conta do antissemitismo nazista da 2ª Guerra Mundial, Lucian Freud (1922-2011) se notabilizou em sua carreira artística como um pintor capaz não apenas de retratar seus personagens pelo que são, mas de representar figurativamente seus estados psicológicos – talvez a maior influência de seu famoso avô, Sigmund Freud (1856-1939), o pai da psicanálise moderna. Na exposição Lucian Freud: corpos e rostos, organizada pelo Masp e o British Council, 44 gravuras e seis pinturas mostram pela primeira vez no Brasil como o artista buscava examinar a relação conflituosa existente entre aquele que pinta e seus modelos. Esse traço de sua poética fica evidente nas 28 fotografias de David Dawson, seu assistente, modelo e fotógrafo oficial, que acompanham a exposição. Nas pinturas trazidas ao público do Masp, é interessante atentar para o emocionalismo quase impressionista de suas obras, a exemplo de Van Gogh e Cézanne, carregadas de pinceladas fortes e do uso da técnica de água-forte.

Lucian Freud: Corpos e Rostos
Até 13 de outubro
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578
São Paulo (SP)
De terça a domingo, das 10h às 18h
Quinta-feira, das 10h às 20h
Entrada: R$ 15,00 (gratuito às terças-feiras)
Estudantes, professores e aposentados com comprovantes pagam
meia-entrada
Menores de 10 anos e maiores de 60 anos não pagam
Tel.: (11) 3251-5644
http://masp.art.br/

O renascer da razão
Depois do sucesso alcançado com a mostra Impressionismo, Paris e a modernidade, que trouxe 87 obras do Museu D’Orsay e cativou um público recorde de quase 1 milhão de visitantes paulistas e cariocas em 2012, o CCBB aposta agora nos clássicos para repetir o feito com a ambiciosa exposição Mestres do Renascimento: obras-primas italianas.  A mostra, que demorou quase dois anos para ser organizada, traz obras inéditas ao Brasil, como Leda e o cisne de Da Vinci e Santo Agostinho de Rafael, vindas de galerias de Florença, Roma, Veneza, Urbino, Ferrara e Milão, na Itália. Ao todo são 57 pinturas, desenhos e estudos arquitetônicos de artistas emblemáticos do período como  Rafael, Michelangelo, Donatello, Botticelli, Tintoretto e Ticiano, entre outros, responsáveis por mudar a perspectiva estética cristã dominante da Idade Média e dar lugar a uma visão mais individualista, autoral e, consequentemente, humana, às belas-artes por meio da evolução técnica obtida pelos estudos de luz, perspectiva e anatomia. Depois de passar por São Paulo, a mostra segue para Brasília. 

Mestres do Renascimento: Obras-primas italianas
Em São Paulo, até 23 de setembro de 2013
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado,
112 – Centro
Segundas, quartas, quintas das 10h às 22h; sextas das 10h às 23h; sábados das 8h às 23h; domingos das 8h às 22h
Tel.: (11) 3113-3651 / 3652
Em Brasília, de 12 de outubro de 2013 a 6 de janeiro de 2014
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
SCES, Trecho 02, Lote 22
Segundas, quartas, quintas e sextas das 7h às 23h; Sábados e domingos das 8h às 23h
Tel.: (61) 3108-7600

Autor

Camila Ploennes


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