NOTÍCIA
A partir do dia 15 de outubro, espaço vai sediar uma série de oficinas abertas ao público. Encontros estão organizados em três eixos: proteção integral de crianças e adolescentes, educação para as relações étnico-raciais e diversidade e inclusão
A Casa Futura, uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, abre as portas em Belém com uma programação especial para o mês de outubro. Localizado na região central da capital paraense, o espaço convida moradores e visitantes a debaterem temas atuais à luz das discussões sobre mudanças climáticas, em preparação para a COP 30, que acontecerá em novembro.
O lançamento da Casa Futura acontece no dia 26 de setembro, a partir das 18h, no Museu da Imagem e do Som (MIS). Para celebrar a iniciativa, haverá a pré-estreia do programa Caça Joia Belém, seguido de uma roda de conversa sobre o projeto, que apresenta os principais talentos da música independente paraense. Ao todo, 13 artistas de diferentes estilos — do hip hop ao brega, passando pelo rock e outros gêneros — se apresentam na série, sob a curadoria do músico e apresentador Chinaina. Na sequência, às 19h, um coquetel para convidados na Casa Futura abre oficialmente esse espaço.
A Casa Futura leva a essência dos conteúdos, projetos e metodologias do Canal Futura para a região Norte do Brasil. Durante três meses, o local sediará uma série de atividades produzidas em parceria com organizações locais, abordando educação, cultura e qualificação profissional.
“A Casa Futura chega a Belém como um espaço de encontros, trocas e formação, reafirmando o compromisso do Futura com a valorização dos saberes locais. Junto a parceiros da região, vamos promover oficinas e atividades culturais ao longo da programação. Também teremos estreias especiais nas telas do Futura”, conta a supervisora do Canal Futura, Mariana Seivalos.
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Ela adianta algumas novidades que o público poderá conferir, em breve, no canal. “Vamos ter a nova temporada do Caça Joia – Especial Belém, revelando talentos da música amazônica; o documentário Amazônia Urbana, dirigido por cineastas paraenses; uma nova temporada do Tem Clima pra Isso e a segunda temporada do Manual de Sobrevivência para o Século XXI, com Marcos Palmeira. Tudo isso em sintonia com a chegada da COP30, reforçando nosso papel na construção de um futuro mais justo e sustentável”, destaca Seivalos.
Algumas atividades já começaram na Casa Futura. Desde 22 de setembro, vinte jovens paraenses selecionados pelo Canal Futura participam do programa Geração Futura, uma imersão audiovisual de duas semanas que proporciona vivência nos bastidores da televisão — da criação de roteiros e produção à gravação, edição e exibição de programas.
“A Casa Futura é um espaço feito para os belenenses. Nos próximos meses, receberá uma programação que conecta as temáticas do Futura e da Fundação Roberto Marinho ao diálogo com o território. Teremos oficinas, lançamentos de filmes e rodas de conversa sobre sustentabilidade e mudanças climáticas, entre outras atividades. É uma agenda aberta a todos: juventudes, educadores, instituições locais e quem mais quiser estar conosco nesse espaço de trocas e saberes”, afirma Vanessa Ronchi, líder de projetos da Fundação Roberto Marinho e responsável pela Casa Futura.
Nos próximos meses, Casa Futura receberá atividades de cultura e educação (Foto: Jorge Ramos)
A partir do dia 15 de outubro, a Casa Futura vai sediar uma série de oficinas abertas ao público. Para participar, basta fazer inscrição de forma gratuita. Os encontros estão organizados em três eixos: proteção integral de crianças e adolescentes, educação para as relações étnico-raciais e diversidade e inclusão. A programação completa e as inscrições podem ser realizadas no site: https://futura.frm.org.br/projeto/casa-futura.
“Levaremos para a Casa Futura quatro oficinas do projeto Crescer sem Violência, que vão abordar temas como educação sexual, proteção e segurança digital, saúde socioemocional e a proteção integral das adolescências. Todas elas dialogam diretamente com as pautas de justiça climática e social que estarão em evidência na COP30”, explica Priscila Pereira, coordenadora do Crescer sem Violência. A iniciativa do Canal Futura existe desde 2009 e atua na mobilização de famílias, educadores e de toda a sociedade com o objetivo de combater as diversas violências que vitimizam crianças e adolescentes no país.
Para Priscila, incluir esse debate na agenda climática é essencial, já que a crise no clima amplia as vulnerabilidades que expõem meninas e meninos a diferentes formas de violência. Ela observa ainda que grandes eventos, por atraírem milhares de visitantes, costumam intensificar essas violações. Por isso, destaca, é fundamental pautar essa discussão em Belém e na COP30. “É preciso que a agenda climática também seja uma agenda de direitos humanos, com crianças e adolescentes reconhecidos como sujeitos centrais na construção de um futuro sustentável e justo”, defende.
Jovens de Belém durante oficina do Geração Futura (Foto: Jorge Ramos)
A Casa Futura também oferece uma programação especial voltada a professores e educadores sociais, a partir do A Cor da Cultura — programa de valorização do patrimônio histórico e cultural afro-brasileiro e indígena com mais de 20 anos de existência. Estão previstas duas edições da oficina “Corpo que Ensina, Território que Aprende”, que destaca a vivência e os saberes indígenas no processo de aprendizagem, além de duas edições da formação “Diário de Bordo: narrativas insulares ribeironas”, dedicada às múltiplas formas de construir e compartilhar narrativas. Os encontros serão realizados em parceria com atores e instituições locais.
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O terceiro eixo temático vai tratar de temas ligados à convivência, diversidade e inclusão, com foco em práticas educativas que promovem respeito, equidade e ambientes de aprendizagem mais seguros e plurais. Serão quatro oficinas realizadas a partir do conteúdo e metodologia do projeto Maleta Conviver, do Futura. Elas abordarão a convivência nos contextos educativos, trazendo reflexões sobre desafios socioemocionais, ambientais e de prevenção de conflitos; as práticas de comunicação inclusiva para ampliar a participação de pessoas com deficiência; a desconstrução de padrões nocivos de masculinidades; além de recursos pedagógicos para enfrentar a LGBTfobia e apoiar a construção de espaços de aprendizagem mais seguros, plurais e afirmativos.
Thyago Corrêa, líder de projetos da Fundação Roberto Marinho, ressalta que o envolvimento de professores, educadores sociais e lideranças do território nas atividades é estratégico para que o conteúdo seja multiplicado e alcance mais pessoas.
“A expectativa é que levem as metodologias e reflexões para criar ações coletivas em espaços escolares, familiares e comunitários, transformando o aprendizado em práticas que valorizem a diversidade, fortaleçam o respeito às diferenças, incentivem a convivência democrática e contribuam para a prevenção de violências. O impacto vai além da formação, reverberando no fortalecimento das redes educativas locais e na construção de uma educação inclusiva e transformadora”, conclui.
Este projeto faz parte do Plano Plurianual do Canal Futura, viabilizado pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, apresentado pelo Ministério da Cultura.
Casa Futura vai promover programação educativa e cultural em Belém (Foto: Jorge Ramos)
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