NOTÍCIA

Bett Brasil

Autor

Carol Firmino

Publicado em 01/05/2025

Pedagogia de futuros: como preparar escolas para imaginar e construir amanhãs melhores

Abordagem propõe ferramentas práticas para que educadores(as) e gestores(as) fortaleçam o imaginário coletivo e formem estudantes capazes de projetar mundos mais justos e sustentáveis

Em tempos de incertezas globais, imaginar futuros melhores é uma competência importante para se desenvolver nas escolas. Segundo Karina Tomelin — professora, consultora educacional e autora do livro Pedagogia de futuros —, essa abordagem envolve a capacidade de imaginar, discutir e cocriar cenários possíveis, desejáveis e sustentáveis, um letramento de futuros. 

Karina Tomelin participa hoje, 1º de maio, da Bett Brasil 2025*, às 11h30, no Espaço Criativo, 2º andar. Ela irá propor que educadores(as) e gestores(as) pensem em ferramentas práticas nesse contexto. Para Karina, formar profissionais e estudantes capazes de reconhecer sinais de mudança e agir com propósito é essencial para construir um amanhã mais justo e equilibrado. 

“A escola é um lugar estratégico para desenvolver essas habilidades, pois é onde formamos cidadãos e futuros tomadores de decisão”, destaca. 

pedagogia de futuros

Karina Tomelin participa hoje, 1º de maio, da Bett Brasil 2025 (foto: @viniwaknin)

Como aplicar a pedagogia de futuros na prática?

As ações devem combinar imaginação, pensamento crítico e resolução de problemas reais a partir da construção de cenários futuros. A principal inspiração são metodologias como o design especulativo e a análise de tendências, que promove visão sistêmica e ética sobre o futuro, ao mesmo tempo em que valoriza a diversidade pedagógica já existente nas escolas.

Para começar a cultivar o letramento de futuros, Karina sugere duas atividades:

  • Capa de revista do futuro

Estudantes (ou professores em formação) criam a capa de uma revista imaginária publicada em 2035, refletindo cenários desejáveis sobre temas como educação, tecnologia ou sustentabilidade.

  • Carta para o ‘eu’ do futuro

Alunos escrevem cartas endereçadas a si mesmos no futuro, expressando expectativas, sonhos e compromissos para os próximos anos.

Essas práticas, segundo Karina, ampliam o repertório simbólico dos estudantes, trabalham competências socioemocionais e conectam o presente às ações de longo prazo. Outro ponto destacado pela professora é que a construção de futuros desejáveis não é tarefa individual. 

Envolver toda a comunidade escolar — alunos, professores, gestores, famílias e funcionários — é fundamental. Oficinas de cenários, mapas de desejos e cápsulas do tempo são estratégias práticas que transformam a imaginação coletiva em ação concreta.

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Ato de resistência: esperançar 

Inspirada por Paulo Freire, Karina defende que o letramento de futuros fomenta uma esperança ativa, que move os indivíduos para a ação consciente e responsável. Ela lembra que fortalecer o imaginário requer garantir acesso à arte, à ciência, à natureza e às diversas culturas e saberes.

“O professor é jardineiro do tempo”, resume Karina. Para cultivar o imaginário dos outros, esse profissional precisa cuidar do seu próprio. 

“Em um mundo onde o ruído é constante, onde as redes sociais alimentam o medo e a desinformação, o professor precisa criar pausas, proteger sua atenção e se nutrir de coisas que ampliem seu repertório simbólico e afetivo”, conclui. 

Bett Brasil

*A Bett Brasil é um dos maiores eventos de inovação e tecnologia para a educação da América Latina. Em 2025, acontece de 28 de abril a 1º de maio, no Expo Center Norte, SP. E nós, da Educação, estamos fazendo uma cobertura especial. Clique aqui para ficar por dentro de tudo.

Nossa cobertura jornalística tem o apoio das seguintes empresas: Epson, International School e FTD Educação.

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