A escritora argentina Silvina Gruppo, autora de Oeste, título recém-chegado ao mercado com o selo da Cambalache, estará no Brasil para quatro eventos de lançamento que ocorrem a partir de 30 de julho, sempre às 19 horas em São Paulo e no Rio de Janeiro. A tradução da obra é de Laura Jahn Scotte. 

Oeste tem como ponto de partida a vida de uma mulher octogenária que fica viúva e tenta desfrutar um pouco de uma inesperada liberdade enquanto seus filhos tentam cercá-la de cuidados e atividades que a exasperam. É o primeiro romance de Silvina Gruppo, também professora universitária. Ela ministra cursos de escrita literária na Universidad de las Artes, de Buenos Aires. É também autora de Cigüeñal (2022), seu
livro mais recente.

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Os quatro eventos serão bate-papos com diferentes interlocutores, todos tendo como ponto de partida o livro, porém cada um com uma abordagem distinta. Dois deles serão realizados em São Paulo, na Escrevedeira e na Megafauna, nos dias 30 e 31. No primeiro, a autora irá compartilhar também sua experiência em oficinas de escrita com a escritora Luciana Gerbovic, que, além de oficinas, também coordena clubes de leitura. Neste ano, a sócia de A Escrevedeira lançou seu primeiro livro, A maior mentira do mundo.

No dia 31, Gruppo conversará com Lívia Deorsola, editora e tradutora do espanhol, acostumada às diversas variantes da língua, cada vez mais presente em edições brasileiras. Lívia é também coordenadora editorial da Global Editora.

No dia 1 de agosto, a autora argentina estará na Janela Livraria, no Rio de Janeiro, para um bate-papo com a psicanalista Júnia de Vilhena, coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa e Intervenção Social, LIPIS PUC-RJ que dedicou boa parte de suas pesquisas à condição dos idosos e ao processo de envelhecimento.

Já no dia 2 de agosto, Silvina Gruppo trocará impressões com Rafael Gutiérrez, escritor, editor, crítico literário e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em literatura latino-americana contemporânea. Além de Oeste, a dupla deverá comentar como vê o atual cenário literário no continente e sua presença cada vez maior no Brasil.

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Mais sobre a obra

Nessa viagem em direção ao crepúsculo, conduzida por Silvina Gruppo com precisão, sensibilidade e sem qualquer concessão às tentações do sentimentalismo, vemos desfilar pelos olhos cansados de Elsa um retrato da vida familiar de seu tempo. O marido que passou de encantador a ranzinza, mas sempre a cercear a esposa, os filhos que saem da condição de objetos do cuidado materno para sujeitos do cuidado com a mãe, a neta distante que aparece em uma situação surpreendente.

Ao alternar presente e passado, narrador em terceira e segunda pessoas – quando uma espécie de superego enxerga a própria Elsa e as pessoas que passam por sua vida sem nenhuma condescendência – a autora constrói com poucas pinceladas personagens familiares, que tomam emprestada consistência justamente do que têm em comum com gente que conhecemos. Do mesmo modo com que traz lembranças, Elsa vive pequenos e grandes esquecimentos, em uma rotina que deixa o leitor entrever a memória que se vai, o triunfo da cisma sobre a decisão razoável, a dissolução do bom senso e uma tomada de consciência difusa das amarras e frustrações com que teve de conviver.

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