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Ricardo Tavares

Ricardo Tavares é diretor-geral da FTD Educação

Publicado em 14/07/2022

O papel de cada um na retomada da aprendizagem

É preciso unir gestores, educadores e entidades representativas

Diverse Business Team Working Foto: Envato Elements

Entramos no segundo semestre de 2022 com um cenário educacional ainda desafiador, mas repleto de missões para todos os agentes da comunidade educacional e escolar. Com a consolidação da retomada das aulas presenciais, o foco volta-se especialmente para a retomada do aprendizado. Além do enfrentamento à evasão e ao abandono escolar – especialmente na educação básica -, e do acolhimento socioemocional dos estudantes e professores. 


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É importante traçar estratégias para implementar programas e ações nesse sentido porque os números são impactantes. Alerta da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) destacou que mais de 1,3 bilhão de alunos no mundo foram impactados de alguma forma nos últimos dois anos, o equivalente a quase 80% da população mundial de estudantes. 

Para responder aos diferentes níveis de impactos é necessário o envolvimento de todos os atores da educação, passando também por investimentos, novos materiais e programas, políticas públicas e comprometimento. 

O próprio Banco Mundial anunciou, recentemente, projeto no valor de US $250 milhões para recuperação das perdas de aprendizagem no Brasil.

O programa é voltado para as escolas primárias e secundárias das regiões Norte e Nordeste do país e vai apoiar a estratégia brasileira para a recuperação da aprendizagem e redução da evasão escolar relacionada à crise sanitária, por meio da implementação de programas e sistemas inovadores que visam fortalecer a gestão educacional nas instituições de ensino. 

Além dos programas governamentais e da equidade educacional, para que todos os estudantes tenham acesso aos meios digitais, cabe às grandes empresas de soluções educacionais e às edtechs ajudar com a criação de novos programas de recuperação de aprendizagem e até de consolidação da alfabetização. Esses programas podem auxiliar e dar suporte, principalmente às escolas da rede pública e aos educadores, com material de qualidade, curso de formação para professores, acesso à literatura infantojuvenil entre outros. 

Para ajudar a minimizar os déficits de aprendizagem percebidos no retorno às aulas presenciais, especialmente nas escolas públicas, a FTD Educação, por exemplo, desenvolveu uma iniciativa de recuperação de aprendizagem com foco na alfabetização, com três níveis diferentes, de acordo com as necessidades dos estudantes. 

Esse programa de recuperação de aprendizagem é voltado para as mais de 140 prefeituras que já utilizam o SIM, sistema de ensino da empresa voltado para as escolas municipais, e, também, para outras cidades que queiram adotar o programa. Além dos materiais didáticos e de trilha formativa online para os professores, a iniciativa agrega obras de literatura infantojuvenil de grandes autores, como Bichodário, de Telma Guimarães; O Cata-vento e o ventilador, de Luís Camargo; e Cumarim, a pimenta do reino, de Rosane Almeida. Os livros de literatura, escolhidos para cada nível do programa, têm papel fundamental na consolidação da alfabetização. 

Essas ações e outras são urgentes e necessárias para que os estudantes sejam, principalmente, alfabetizados visto que relatório recente do Banco Mundial e da Unesco dá conta de que cerca de 70% das crianças com 10 anos de idade em países de baixa e média renda são incapazes de compreender um texto simples. 

Partindo do macro para o micro, cabe às instituições de ensino analisar seus diagnósticos e propor soluções e planos de recuperação pedagógico nessa retomada, contando com a união de gestores, educadores e entidades representativas. 

Também é importante ressignificar os estudos e oferecer propósito para reduzir a evasão escolar e trazer de volta estudantes que abandonaram a escola. 

Orientar os alunos na construção do projeto de vida para que sejam protagonistas de sua história pessoal e profissional, além de dar apoio socioemocional em momentos de dúvida e ansiedade também são estratégias que criam elos mais fortes entre escola e aluno. E por fim, não podemos esquecer do papel do professor como agente agregador e de conexão no processo de aprendizagem, que passa pelo elo digital, mas se realiza na presença do docente.

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