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Diálogo e empatia na escola

O que é uma boa conversa? É com esse questionamento que a psicóloga e assistente social Sandra Tudisco dá início à sua fala no painel Diálogo e empatia – como estão as relações na escola?, durante o primeiro dia da Bett Brasil. “Estamos tendo e […]

Publicado em 10/05/2022

por Gustavo Lima

O que é uma boa conversa? É com esse questionamento que a psicóloga e assistente social Sandra Tudisco dá início à sua fala no painel Diálogo e empatia – como estão as relações na escola?, durante o primeiro dia da Bett Brasil. “Estamos tendo e gerando boas conversas?”, reforça.

Em um momento de grande polarização e recuperação dos transtornos causados pela pandemia, os diálogos socioemocionais têm sido cada vez menos trabalhados e se tornam ainda mais desafiadores, em especial, para os profissionais da educação.


Leia: António Nóvoa: aprendizagem precisa considerar o sentir


Como indicador para avaliação de uma boa conversa – que acontece na relação dialética entre escuta e fala -, a psicóloga sugere a reflexão: se saímos igual a maneira que entramos, é sinal de que não foi uma boa conversa. Uma boa conversa transforma.

No contexto da educação, é necessário que a escola se reinvente para abordar esses aspectos, seja entre professores, gestores, pais ou estudantes. “É como se estivéssemos aprendendo a conversar com o outro”, explica a também psicóloga e facilitadora de aprendizagem Juliana Serra.

No mundo pandêmico, as bolhas de conversas se tornaram ainda mais evidentes. “A chave do diálogo está na escuta. Quem valida o falar é quem escuta e escutar é diferente de ouvir.”

No cotidiano escolar, as mais diversas e complexas situações são vividas, mas como escutar e ser empático em conversas difíceis? Sandra ressalta que a condição para uma boa conversa está na qualidade da escuta e apresenta seis “ingredientes” para mais empatia durante as conversas difíceis

1. Aprender a me escutar para escutar o outro (observação e autopercepção);

2. Ter a capacidade de sair de si mesmo (autocentrados e ansiosos);

3. Considerar a diversidade. Existe um outro que sente, pensa e age diferente;

4. Estar em suspenso durante o diálogo, abandonar suas certezas e convicções;

5. Exercitar o não julgamento;

6. Abrir um campo de abertura para deixar emergir o novo, o inédito a surpresa.

“Enquanto educador, deixamos marcas significativas na vida de cada aluno. É necessário ter o cuidado de se perceber para entrar em diálogo com o outro”, enfatiza a assistente social.

Com os avanços tecnológicos que, apesar de aproximar, muitas vezes também podem contribuir para um distanciamento social, temos cada vez menos espaço para o bom diálogo e para as conversas significativas.

“Quando uma criança quer falar, ela cria a oportunidade de escuta ao pedir coisas como ‘mãe, olha para mim’”, pontua Juliana. De acordo com a profissional, precisamos do tempo Kairós, um tempo único e oportuno que devemos encontrar.

Além da necessidade de olhar para o outro com mais cuidado, em tempos de polarização – como em um ano eleitoral – é preciso validar o outro, mesmo que suas opiniões e convicções sejam divergentes. “A escola tem essa possibilidade de trazer o convívio com o diferente”, aponta.


A Bett Brasil é o maior evento de educação e tecnologia na América Latina. Acontece de 10 a 13 de maio no Transamerica Expo Center, São Paulo. E nós, da Educação, estamos fazendo uma cobertura especial. Continue nos acompanhando. Clique aqui para ver nossa cobertura.


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Gustavo Lima


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