NOTÍCIA
Mensalidade atrasada e mesmo assim se comprometer com o salário dos educadores e colaboradores. Melhorar a estrutura escolar, ficar de olho na evasão e captação de alunos, conversar com famílias, professores e ainda se atentar à aprendizagem dos estudantes. Diante de um turbilhão de tarefas […]
Publicado em 27/04/2022
Mensalidade atrasada e mesmo assim se comprometer com o salário dos educadores e colaboradores. Melhorar a estrutura escolar, ficar de olho na evasão e captação de alunos, conversar com famílias, professores e ainda se atentar à aprendizagem dos estudantes. Diante de um turbilhão de tarefas é fato que recursos que chegam para otimizar o tempo e ainda solucionar problemas escolares – oportunizando ao gestor ou gestora focar o que considera prioridade –, vieram para ficar.
A plataforma kedu, voltada exclusivamente ao setor da educação, acaba de chegar ao mercado e em seu leque de serviços oferece soluções para a área de gestão administrativa, contábil, financeira, jurídica e de marketing, sendo que o seu comprometimento principal é estabilizar financeiramente a escola. Tanto que em 2022, seu primeiro ano de atuação, a empresa pretende atingir mais de 220 escolas e assim garantir a essas instituições contas a receber acima de 300 milhões de reais.
A kedu pertence ao mesmo grupo da Meireles e Freitas Cobrança Digital, empresa com mais de 30 anos de história e que tem entre seus clientes escolas particulares de todo o país.
Esses recebíveis funcionam da seguinte forma: a escola apresenta à kedu o valor de seus recebíveis e, todo mês, recebe de forma antecipada os valores das mensalidades mediante uma pequena taxa. Com isso, a inadimplência escolar deixa de ser um problema, a previsibilidade de caixa se torna real e o contato sobre questões financeiras com os responsáveis dos alunos passa a ser papel da empresa.
Para focar essencialmente o setor educacional, o CEO da kedu, Venâncio Freitas, e sua equipe mergulharam ainda mais na realidade do segmento. Indagado sobre as principais dores da gestão escolar, Venâncio destaca: “elevada inadimplência; imprevisibilidade de caixa; pouca profissionalização na realização das atividades administrativas e financeiras; falta de acesso a linhas de crédito e financiamento; concorrência predatória; plano de mídia e comunicação deficientes; inadequação à LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais]; ausência de treinamentos específicos para elevar o nível da equipe administrativa”.
O lançamento da plataforma kedu aconteceu no último dia 5 de abril, por meio de um evento presencial em Fortaleza, CE, e contou com a participação de Maria Inês Fini, ex-presidente do Inep e uma das criadoras do Enem, e de Eduardo Deschamps, que presidiu as comissões do Ensino Médio e BNCC (Base Nacional Comum Curricular) no Conselho Nacional de Educação. Os dois especialistas falaram aos convidados sobre A escola que temos e a escola que queremos: desafios da gestão escolar para enfrentar a evasão e preparar para o Enem de 2024.
Maria Inês defende uma escola acolhedora e significativa. “Essa escola que queremos ainda temos que construir. O que não queremos mais é a escola conservadora, atrasada e antiga de hoje.”
A especialista também destaca os problemas impulsionados pela pandemia, como a evasão escolar, e que é preciso trazer esses alunos de volta. Ela exalta ainda o papel do professor e que este necessita de apoio. “Ele precisa aprender mais, ser apoiado, ter outro tipo de carreira, ter oportunidade de aprender no âmbito da escola – nada de levar trabalho no contraturno, final de semana. Quem vai fazer a mudança mesmo é o professor.”
Alinhar o papel da escola com as demandas de uma sociedade cuja aprendizagem hoje já não é mais exclusiva da instituição escolar é uma das principais preocupações de Eduardo Deschamps. “Há outras formas de reunir conhecimento e o ambiente escolar disputa a atenção desse jovem, desse adolescente com várias outras mídias. Essa relevância da escola passa a ser o ponto muito importante de debate: como garantir acesso, qualidade, permanência do jovem em um ambiente que precisa se renovar, ser inovador, estar sintonizado com as demandas da sociedade do século 21 e, principalmente, com as competências e habilidades que precisamos desenvolver em nossas crianças e jovens para que eles possam ter uma posição de destaque nessa sociedade que é digital e completamente diferente da que conhecíamos no século 20, nos padrões tradicionais da educação?”
Ele aconselha a observar e conversar com os jovens para entender suas expectativas sobre a escola e, assim como Maria Inês, coloca o incentivo à formação docente como central nesse processo.
Com a implantação do novo ensino médio a partir deste ano, as escolas já estão de olho no Enem de 2024 e de que forma os itinerários formativos – conjunto de disciplinas e/ou oficinas focado em uma área do conhecimento e escolhido pelo aluno – serão inclusos na segunda fase do exame. “Aqueles como nós, comprometidos com a educação básica, com o ensino médio, ainda resistem que essa segunda prova seja vinculada às carreiras do ensino superior. Para muitos ainda é preferível um aprofundamento nas quatro áreas do conhecimento, mas há no parecer, que não foi homologado pelo Ministério da Educação, uma perspectiva de negociação com as carreiras do ensino superior. A minha orientação para todas as nossas escolas parceiras públicas e privadas é que a gente se concentre naquilo que as áreas de conhecimento do ensino médio dizem que nossos alunos têm que aprender”, esclarece Maria Inês Fini.
*Conheça mais sobre a kedu. Fuja da inadimplência escolar e fique no azul: https://kedubr.com/
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