ARTIGO
O período médio sem aulas presenciais nas escolas brasileiras por conta da pandemia chegou a 279 dias, bem acima da média de outros países da América Latina, como Chile e Argentina, com 199 dias. Nesse cenário, 99,3% das instituições adotaram estratégias de aprendizagem no formato […]
O período médio sem aulas presenciais nas escolas brasileiras por conta da pandemia chegou a 279 dias, bem acima da média de outros países da América Latina, como Chile e Argentina, com 199 dias. Nesse cenário, 99,3% das instituições adotaram estratégias de aprendizagem no formato remoto. As informações são do Inep a partir dos resultados obtidos no levantamento Resposta educacional à pandemia de Covid-10 no Brasil.
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Sobre o momento atual – com o retorno das aulas presenciais -, o grande desafio dos educadores é lidar com os efeitos emocionais, sociais e econômicos do período pandêmico, além de estarem preparados para uma aprendizagem humanizada.
Nesse sentido, um dos coordenadores de cursos de licenciaturas do Senac EAD, Caio Augusto Carvalho Alves, ressalta a importância das diretrizes estabelecidas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
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Caio argumenta que a solução mais assertiva para os profissionais de educação no período de suspensão das aulas presenciais foram os cursos de formação continuada. “No momento em que muitos educadores se depararam com as mudanças drásticas da pandemia, os treinamentos voltados ao domínio de ferramentas tecnológicas contribuíram para a construção de saberes aplicados às adversidades encontradas.”
Essa condição continuada deve permanecer, até porque o aperfeiçoamento constante é uma das premissas na carreira pedagógica. Contudo, o coordenador reforça a necessidade de trabalhar as competências socioemocionais a fim de oferecer o acolhimento necessário aos estudantes.
“São vários fatores a serem considerados, entretanto um dos mais relevantes é a carga emocional típica de uma pandemia, na qual milhares de pessoas faleceram. Será preciso ter atenção às manifestações de ansiedade, depressão, hiperatividade e apatia que muitos alunos podem expressar”, pontua.
Sobre o comportamento da turma no ambiente online, Caio Augusto relembra que a empatia é o principal aspecto a ser fortalecido e que o professor deve ser ativo, no sentido de despertar a interação.
“Durante as aulas remotas, por mais que os alunos apareçam somente por quadrados, é preciso saber como eles estão, o que estão sentindo e se estão aprendendo. Isso só se sabe perguntando, indo atrás da informação. O fato de mostrar preocupação já pode ser o começo de um diálogo fértil para desenvolver competências socioemocionais tanto no aluno, quanto no professor”, avalia.