É professor de Língua Portuguesa e orientador educacional
Publicado em 17/05/2020
Neste artigo, João Jonas V. Sobral cria mais um curioso caso de interpretação de texto em que o centro é o aluno tirando dúvidas com o professor
— Professor, bom dia, tudo bem? Espero que esteja bem e com saúde. Estou com algumas dúvidas sobre as aulas 01 e 02 postadas.
— Obrigado, João. Estou bem e com saúde. Desejo que você e sua família também estejam bem. Estão? Quais são suas dúvidas sobre as aulas e atividades postadas?
— Estamos bem sim, professor. Obrigado. Então, na real eu não entendi nada do que estava postado.
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— Absolutamente nada?
— Sim, não entendi absolutamente nada.
— Nem mesmo “Queridas alunas e queridos alunos, seguem duas atividades para esta semana. A primeira (01) para registrar no caderno, fotografar e arquivar para futura solicitação; e a segunda (02) para responder, até o dia e o horário sinalizados na página da classe e na ficha, e enviar aqui no classroom.”?
— Mais ou menos, professor.
— Diga o que não entendeu.
— A primeira atividade é para enviar agora?
— O que está propondo a instrução?
— Está propondo o registro, a fotografia e o arquivo para futura solicitação.
— Sim, sua dúvida é se o “futura” é agora ou depois, certo?
— Isso mesmo!
— Olha, o “futura” não é agora não no presente, tudo bem? Eu pedirei os registros fotografados mais adiante. E sobre a segunda orientação (atividade 02), João, qual a dúvida?
— Não entendi direito se a segunda é para entregar agora, tipo hoje.
— O que diz a instrução?
— Diz que deve ser entregue no dia 23/03, até as 13h20.
— Hoje é dia 19/03, certo? Então não é para hoje.
— Ah, entendi. Fiquei confuso com as duas atividades e com as datas de entrega.
— Esclarecemos, pelo visto, não?
— Sim.
— Quais são as outras dúvidas, João? Você disse que não entendeu nada.
— Eu posso escrever a redação no próprio e-mail?
— Você diz no corpo do correio eletrônico?
— Sim.
— O que propõem as instruções da atividade?
— É para escrever a redação em documento word, salvar (não gravar em PDF) e enviar como documento anexo.
— Você viu as instruções também sobre como anexar?
— Vi.
— Entendeu bem?
— Sim, eu sei anexar. Isso é tranquilo.
— Então, você não deve escrever redação no corpo de e-mail. Tudo bem?
— Ah, sim. Entendi.
— Você leu as instruções sobre as informações que devem constar no título da mensagem de seu correio eletrônico e no corpo do documento em que produzirá seu texto?
— Deixa eu ver aqui. Sim, entendi agora. É para escrever no título da mensagem o seguinte: Redação – aula 02, meu nome, meu número e minha série. No corpo do documento word, é para escrever de volta Redação – aula 02, meu nome, meu número e minha série. Embaixo o título do texto e depois texto.
— Boa, João. Isso mesmo.
— Obrigado, professor. Agora entendi tudo.
— De nada! João, leia com atenção a coletânea de textos proposta, observe com atenção as instruções para elaboração de sua redação. Leia com muita cama. Grife tudo. Se for o caso, peça ajuda para o grupo da sala no chat ou para mim aqui neste espaço de diálogo e de plantão, tudo bem?
— Tudo. Relaxa, mestre. Não tenho muita dificuldade em interpretação de textos. Mas se eu tiver dúvida, procurarei ajuda. Valeu!
— Espero que corra tudo bem, João. Obrigado. Bom trabalho.
*João Jonas Veiga Sobral é professor de Língua Portuguesa e orientador educacional.
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