A Albaf divulgou carta assinada por mais de 100 grupos educacionais
Publicado em 18/01/2019
A Associação Brasileira de Alfabetização (Abalf) divulgou, recentemente, uma carta se manifestando sobre as declarações do ministro da Educação, Ricardo Vélez, e do secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, em que ambos criticam o conceito do letramento e defendem uma metodologia única de alfabetização.
A carta, assinada por mais de 100 grupos de centros de pesquisa, ONGs, associações científicas e dirigentes, afirma que a associação está aberta para diálogos com a secretaria de Nadalim para discussões e proposições de política de alfabetização para o país.
Entretanto, o grupo deixa claro que a história da educação passou por diversos períodos e que merece atenção uma análise das conquistas do passado em comparação com o presente, uma vez que só criticar o momento atual acaba desconsiderando as lutas antigas.
“Há uma ideia amplamente difundida de que a alfabetização não avança no Brasil. Essa conclusão equivocada resulta da análise isolada de índices, que desconsidera uma comparação essencial entre séries históricas. Por exemplo, do final do século XIX até as primeiras décadas do século XXI, passamos de 17,7% de alfabetizados (primeiro Censo de 1872, sem computar a população escrava) para 93% da população com 15 anos ou mais de idade (IBGE, 2017)”, reforça o grupo na carta.
Outro ponto que vale destacar é que a associação enfatiza que os problemas na educação são mais complexos do que se imagina e que não será uma metodologia que trará resultados. Após inúmeros experiências na prática, nas escolas, “…consolidou-se uma pedagogia da alfabetização, que não nega sua faceta fonológica e traz evidências de que, para ensinar a escrita alfabética, todos os métodos tiveram que lidar com as lógicas que compõem o sistema alfabético: as letras, os sons, as sílabas e suas relações. Assim, não existe apenas um método para essa abordagem”, declara o grupo.
Este mês um grupo de escolas construtivistas criticaram em manifesto o ministro da Educação por defender a Escola sem Partido e outras causas. No manifesto as instituições, entre elas a Escola da Vila, de São Paulo, afirmam que Ricardo Vélez deveria se preocupar com a valorização do professor, que para elas é um dos principais problemas educacionais do país.
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