Base Nacional Comum Curricular apresenta conteúdos obrigatórios da educação básica, que devem ser integrados aos regionais; gênero e diversidade foram incluídos como temas transversais
Quais conteúdos todos os estudantes brasileiros devem dominar? Apesar de estar prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, o Brasil ainda não tinha uma base única que guiasse os professores e gestores a planejarem o currículo escolar em todo o país. Em 2016, a Base Comum será uma realidade. O Ministério da Educação (MEC) lançou ontem um site que sistematiza a proposta para o currículo nacional. Ele receberá contribuições da sociedade do dia 25 de setembro até 15 de dezembro para, em abril do próximo ano, ser entregue ao Conselho Nacional de Educação.
A Base está dividida entre as áreas de linguagem, matemática, ciências da natureza e ciências humanas, com conteúdos distribuídos da educação infantil ao ensino médio. Assuntos como gênero, diversidade e ética estão incluídos no documento, distribuídos entre as disciplinas, como temas integradores. Haverá discussão sobre preconceito tanto durante as aulas de sociologia, quanto nas de biologia, por exemplo.
Os conteúdos apresentados pelo MEC devem ser complementados com temas regionais, definidos por cada estado. O intuito é que a Base represente 60% das matérias estudadas nas escolas públicas e particulares, enquanto o currículo regional seja cerca de 40%. “[A BNC] iguala as oportunidades e vai fazer com que cada região seja empoderada”, afirmou o ministro Renato Janine Ribeiro.
Consulta pública
A consulta pública tem como objetivo melhorar o documento antes de entregá-lo ao Conselho Nacional de Educação, em abril de 2016. Tanto pessoas físicas, quanto escolas e entidades que se dediquem ao tema poderão contribuir de 25 de setembro a 15 de dezembro.