NOTÍCIA
Nos EUA, até 26% dos dias letivos são preparações para avaliações externas Professor ou “testador”?Por determinação, as escolas dos Estados Unidos têm 180 dias letivos. Mas nem sempre isso corresponde à realidade. Isso porque a preparação das turmas para testes padronizados e dos professores para […]
Publicado em 10/07/2013
Nos EUA, até 26% dos dias letivos são preparações para avaliações externas |
Professor ou “testador”?
Por determinação, as escolas dos Estados Unidos têm 180 dias letivos. Mas nem sempre isso corresponde à realidade. Isso porque a preparação das turmas para testes padronizados e dos professores para analisar os resultados dessas provas têm tomado aproximadamente 26% dos dias de aula. Ao menos isto é o que afirma a professora Katie Lapham, professora de inglês em Nova York, em postagem no site Education Week (edweek.org), respeitada publicação sem fins lucrativos sobre notícias da área de educação.
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Nos EUA, como a educação pública dá grande ênfase à coleta de dados e análise, as escolas têm formado equipes de professores que analisam essas informações, o que, segundo a docente, consome uma importante parcela do período de aulas. Ela chegou a esta conclusão somando o tempo de aula gasto para preparar seus alunos para testes estaduais (40 dias) e os 7 dias letivos dedicados à participação de workshops de desenvolvimento profissional do Departamento de Educação da cidade de Nova York. Desses cursos, Katie considera dois importantes para sua prática docente: um sobre novas estratégias para o ensino de leitura e escrita a estudantes de língua inglesa e outro sobre esforços colaborativos de ensino. O restante, afirma, trata unicamente de questões de accountability, o forte sistema de responsabilização vigente no país, baseado nas avaliações padronizadas. Alguns exemplos são os workshops sobre como usar ferramentas de estimativa e como ler os resultados da “New York StateEnglish as a SecondLanguageAchievement Test” (NYSESLAT), ou prova de inglês como segunda língua de Nova York, em tradução livre. Diante do um quarto de dias letivos sem aula de fato, a docente pergunta: “Sou uma professora ou uma testadora?”.
A influência do teste em São Paulo |
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Uma professora da Emef Altino Arantes, na zona leste da capital, revela à Educação uma situação parecida com a de Katie. Em 2011, a escola envolveu os professores de todas as disciplinas unicamente na preparação para um teste que contempla português, matemática e ciências naturais. Os docentes das áreas de humanas (história, arte, geografia, inglês) de sua escola deram apenas aulas de português por cerca de 30 dias antes da Prova São Paulo daquele ano. “Deixei minha matéria de lado por um mês e meio para ensinar só português antes do teste”, afirma a docente, que não quis se identificar. Segundo ela, como o resultado dos alunos em português e matemática foi aquém do apresentado pelos estudantes de escolas vizinhas, os docentes de humanas receberam a determinação de lecionar apenas português. Para reforçar o ensino de matemática, foram convocados professores de ciências. “O trabalho avaliado não foi o de um ano, mas o daqueles dias, sem história, geografia e ciências, para melhorar a nota e não o ensino”, diz. A Prova São Paulo, que avaliava de forma censitária os alunos da rede municipal desde 2007, foi extinta neste ano pelo prefeito Fernando Haddad sob o argumento de que a Prova Brasil, amostral, já é suficiente. Embora acredite que a Prova São Paulo não refletia o perfil dos estudantes da rede, a professora é contrária ao fim do teste. “Os alunos não têm o costume de fazer prova e estão num sistema de inclusão e progressão, que valoriza o conhecimento que eles já têm”, diz. Mas a docente acredita que, se a prova levasse em conta a abordagem da rede, “possibilitaria uma análise mais eficaz”. O problema maior, segundo ela, era que dificilmente os professores tinham acesso aos resultados. “Existia o ranking, mas era muito mais para comparar do que para melhorar a oferta”, finaliza. |
Tatiana Belinky em 2012: escritora mantinha sua casa aberta às crianças |
Tributo a Tatiana Belinky
A literatura infantojuvenil brasileira lamenta a perda de uma escritora prolífica e divertida, que deixa um legado de mais de 250 livros. Membro da Academia Paulista de Letras, a premiada Tatiana Belinky faleceu no dia 15 de junho, aos 94 anos, depois de passar dez dias internada em um hospital de São Paulo. Nascida em 18 de março de 1919, em Petrogrado, atualmente São Petersburgo, Tatiana veio com a família para o Brasil aos 10 anos de idade durante a guerra civil na Rússia.
Depois de trabalhar como secretária bilíngue, Tatiana adaptou histórias infantis para teatro e para a televisão, caso do Sítio do Pica-Pau Amarelo. Conhecedora de russo, alemão, inglês e francês, traduziu cerca de 80 obras de grandes escritores como Anton Tchekhov, Fyodor Dostoiévski e Johann Wolfgang von Goethe. Foi crítica de teatro e livros infantojuvenis para jornais antes de publicar suas próprias criações – a primeira delas, Limeriques das coisas boas, em 1987, que está em sua 5ª edição (Formato/Saraiva). Na Bienal de São Paulo em 2012, lançou uma série na qual reconta clássicos da literatura mundial (Melhoramentos).
Vencedora de diversos prêmios na área de educação, a escritora teve seu nome escolhido para um concurso literário realizado desde o ano passado entre alunos do ensino fundamental das redes pública e particular de São Paulo, o Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques. Isso porque a chegada ao Brasil do limerique, poema de versos curtos e engraçados criado pelo inglês Edward Lear, é atribuída à autora. www.portalpanapana.com.br
Graffiti da rua para a sala |
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O graffiti, a arte que nasceu nas ruas, nos muros das cidades, ganha destaque no 20º Salão de Arte, no clube A Hebraica, na região oeste de São Paulo. Uma sala abrigará murais dos artistas Eduardo Kobra, Evol, Mauro, Paulo Ito, Sliks e Mundano, que é o curador dessa parte da mostra. Seu trabalho Pimp my carroça (ou “enfeite minha carroça”), realizado com os catadores de materiais recicláveis, teve grande repercussão na internet. Frases como “Meu carro não polui” e “Recicle seus conceitos” coloriram as carretas de trabalhadores que fazem a coleta em São Paulo. Obras de mais de 65 expositores compõem a exposição, que também reúne obras inéditas de Anita Malfatti, Tomie Ohtake, Di Cavalcanti e Portinari. 20º Salão de Arte de São Paulo |
As TIC segundo os professores
A formação inicial de professores ainda não integra as novas tecnologias, mas eles estão cada vez mais familiarizados com os aparatos. É o que se pode concluir a partir da leitura da pesquisa TIC Educação, realizada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (Cetic.br), do Comitê Gestor de Internet no Brasil (CGI). Nas escolas públicas, por exemplo, a proporção de professores com computador portátil subiu 10 pontos porcentuais de 2011 para 2012, passando de 63% para 73% dos entrevistados. Do total de docentes, 8% possuem tablet e a metade deles leva o equipamento à escola. São 2% os que não sabem usar o computador e/ou a internet.
Mesmo com o crescimento da aquisição e do uso dos dispositivos pelos professores, a utilização das TIC em atividades pedagógicas ainda é instrumental. Segundo o levantamento, 99% das escolas públicas possuem computador e 88% destas têm acesso à internet. Mas para 79% dos professores, o número insuficiente de computadores para todos dificulta o uso das TIC no ensino; 73% também atribuem a dificuldade à baixa velocidade de conexão com a internet.
Entre os professores que procuraram capacitação para aprender a usar o computador e/ou a internet, 73% pagaram um curso, 22% frequentaram aulas oferecidas pelo governo ou secretaria de Educação e 13% participaram de curso oferecido pela escola.
A ideia da pesquisa é construir uma série histórica sobre a presença das TIC na educação para criar condições de monitoramento e elaboração de políticas públicas. O estudo de 2012 é baseado em entrevistas presenciais com 1.592 professores, 8.332 alunos do 5º, 9º e 2º ano do ensino médio, 773 coordenadores pedagógicos e 831 diretores, num total de 856 escolas.