NOTÍCIA
Criado em 2010, curso de mestrado profissional para professores de matemática ganha nova edição
Publicado em 01/06/2012
A prioridade dada à melhoria da formação dos professores ganhou um reforço em 2010, quando a UAB inaugurou o seu primeiro curso de mestrado profissional, voltado a professores de matemática do ensino médio (o Profmat). Trata-se de uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM). “Dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica 2012 revelam que, em 2009, apenas 11% dos alunos que concluíram o ensino médio tinham a proficiência esperada. E o ideal seria que esse número fosse da ordem de 70%”, afirma Hilário Alencar, presidente da SBM, que coordena o Profmat. “No Brasil, a matemática, do ponto de vista de pesquisa, é de alto nível. Mas na Educação Básica, a situação é crítica. Por meio das Olimpíadas de Matemática pudemos identificar os pontos de maior dificuldade, que estão diretamente relacionados com a formação do professor”, conta Alencar.
Diante de um desafio de proporções continentais (formar bons professores de matemática em um país como o Brasil), a SBM viu na UAB uma forma de garantir qualidade em larga escala. Depois de organizada a ideia, ela foi apresentada à Capes, que encampou o primeiro mestrado profissional da Universidade Aberta do Brasil, com duração de dois anos. A primeira turma, formada em 2010, teve cerca de 20 mil candidatos. Participam 59 instituições de ensino, que mantêm 74 polos de apoio presencial, em todos os estados, atendendo 2.767 professores-alunos.
Para garantir a qualidade do que tem sido oferecido, existem avaliações constantes in loco. Além disso, será feita uma avaliação nacional aplicada aos alunos dos professores cursistas. Essa aferição será conduzida por uma comissão externa à Capes e à SBM, que irá avaliar todo o programa. Na aplicação da prova para admissão do Profmat, a SBM identificou que o problema da formação inicial é generalizado, ou seja, não se concentra nesta ou naquela região do país. Na primeira prova, em 2010, houve nove participantes que acertaram todas as questões. Em 2012, de uma nova leva de 20 mil candidatos, apenas um conseguiu a proeza. “Houve candidato formado em universidade federal que zerou a prova. Isso indica que as licenciaturas também precisam de uma revisão profunda”, revela Alencar. Para ele, melhorar as licenciaturas de um lado e formar em serviço os professores já formados, por meio da UAB, é um caminho longo, mas que precisa ser tomado para o Brasil melhorar os índices de aprendizagem na disciplina.
“Já sentimos que muitos professores do mestrado profissional, por terem uma formação consistente, mudaram sua postura em sala de aula. Quando você melhora o conhecimento dos professores, isso ocorre naturalmente. Eles também passam a querer uma avaliação meritória e o reconhecimento pelo avanço nos estudos, além de exigirem melhor remuneração. Isso tudo é positivo para a educação”, analisa Alencar. O professor adianta que outros mestrados como o Profmat (em áreas como Língua Portuguesa e Ciências) já estão a caminho e serão ofertados pela UAB.