ARTIGO

Olhar pedagógico

Ex-refugiado que criou bibliotecas no Quênia ganha prêmio global

Abdullahi Mire criou organização que abriu três bibliotecas em campos de refugiados para expandir as oportunidades de aprendizado dos jovens. Iniciativa foi reconhecida pela Agência da ONU para Refugiados, a Acnur

Publicado em 12/01/2024

por Redação revista Educação

bibliotecas no Quênia_refugiado_destaque Abdullahi Mire, vencedor do Prêmio Acnur Nansen para Refugiados em uma das bibliotecas que fundou no campo de refugiados de Dadaab, no Quênia Foto: ©ACNUR/Anthony Karumba

Abdullahi Mire ex-refugiado e jornalista que defendeu o direito à educação ao distribuir 100 mil livros para crianças refugiadas no Quênia é o vencedor global do Prêmio Acnur Nansen para Refugiados em 2023, realizado pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur).

“Abdullahi Mire é a prova viva de que ideias transformadoras podem surgir de comunidades deslocadas”, afirma Filippo Grandi, alto comissário da ONU para refugiados. “Ele demonstrou grande desenvoltura e tenacidade no fortalecimento da qualidade da educação das pessoas refugiadas.” 


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História

Nascido na Somália, Mire cresceu nos campos de refugiados de Dadaab, no Quênia. Ele acabou sendo reassentado na Noruega, mas o desejo de servir à sua comunidade o atraiu de volta. Ele encontrou trabalho no Quênia como jornalista e criou o Centro de Educação para Jovens Refugiados, uma organização liderada por pessoas refugiadas que abriu três bibliotecas nos campos — abastecidas com livros doados — e expandiu as oportunidades de aprendizado para dezenas de milhares de crianças e jovens deslocados.   

“A vitória não é só minha”, disse Mire, que tem 36 anos. “É para todos os voluntários com quem trabalho… É para as crianças nas escolas.” 

Outros vencedores regionais foram homenageados

– Elizabeth Moreno Barco (Américas): ativista dos direitos humanos que defende as comunidades afetadas por conflitos internos armados na Colômbia; 

– Asia Al-Mashreqi (Oriente Médio e Norte da África): fundadora e presidente da Fundação para o Desenvolvimento Sustentável, que prestou assistência a quase 2 milhões de pessoas afetadas por conflitos no Iêmen; 

– Abdullah Habib, Sahat Zia Hero, Salim Khan e Shahida Win (Ásia-Pacífico): quatro contadores de histórias Rohingya que documentam as experiências de pessoas refugiadas Rohingya apátridas; 

– Lena Grochowska e Władysław Grochowski (Europa): um casal polonês cuja rede de hotéis e sua fundação oferecem abrigo e treinamento para pessoas refugiadas. 

Os prêmios são possíveis graças ao apoio dos governos da Noruega e da Suíça, da IKEA Foundation e da cidade e do cantão de Genebra. Eles receberam o nome do explorador, cientista, diplomata e humanitário norueguês Fridtjof Nansen.



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