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João Jonas Veiga Sobral

É professor de Língua Portuguesa e orientador educacional

Publicado em 29/10/2018

Em casa e na escola

Coluna discorre sobre quando os alunos não vão bem na prova e colocam a culpa no professor

— Filho, como foi a prova de Literatura? Você foi bem?

— Não, pai. Não fui bem na prova. Aliás, ninguém foi bem.

— Como assim? Estava difícil?

— Difícil? Estava impossível?

— Mas o que foi cobrado na prova? A turma não se preparou?

— O professor não cobrou nada do que ensinou. Havia duas questões que não tínhamos estudado.

— Isso é possível?
— É sim. Todo mundo foi mal.

— Nossa, é verdade. Você tem razão. Olha aqui no WhatsApp do grupo de pais. Muitos pais estão dizendo que os filhos estão reclamando da prova de Literatura.

— Não falei, pai? Não sei o que deu na professora.

— Vou ligar lá no colégio para saber. [LIGA] Por favor, gostaria de falar com o orientador.

— Pois não, o que deseja?

— No grupo de pais do WhatsApp, todos estão dizendo que a professora cobrou questões que ela não ensinou. Por que fez isso?

— Caro pai, creio que seu relato não procede. A prova é revista pela coordenadora do curso, que a cotiza com o planejamento e com as atividades desenvolvidas.

— Mas os alunos todos disseram que havia questões não trabalhadas pela professora. E todos foram mal na prova.

— Estou com a avaliação aqui. Os exercícios e aulas são equivalentes ao que foi cobrado na prova. As atividades desenvolvidas estão todas sinalizadas em cada uma das questões da prova. De fato, foi um prova difícil. Muitos alunos não obtiveram nota acima da média. Mais precisamente cinquenta e oito por cento dos alunos. É um percentual alto, mas não são todos.

— Meu filho disse que as questões eram impossíveis?

— As questões eram relativas ao livro “O cortiço”. Todas elas extraídas de vestibulares de anos anteriores. Testadas e corrigidas pelas universidades, faculdades e cursinhos. Não eram impossíveis para quem leu bem o livro e assistiu às aulas com qualidade.

— Meu filho leu o livro todo e assistiu ao filme também. Aliás, é um livro absurdo e pornográfico. Como é possível que se cobre um livro desses no vestibular e na escola?

— Isso é um exagero, não é?

— O quê? O que falei ou a adoção?

— Vamos marcar uma reunião para tratar disso tudo?

— Claro!

— Mas é importante que os pais venham preparados para a discussão.

— Então vamos marcar para daqui a quinze dias, assim todos os pais terão tempo de reler o livro. Que tal?

— …

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