NOTÍCIA
Rodas de leitura devem fazer parte da rotina em sala de aula
Leitura de gibis no colégio Ofélia Fonseca |
Em um contexto de pouca valorização da leitura, como a escola pode contribuir para a formação de leitores no Brasil? Como superar seus desafios e formar leitores autônomos que gostem de ler? Ensinar algo tão grandioso é uma tarefa desafiadora, mas, talvez por isso mesmo, uma das mais fantásticas que existem.
Após a alfabetização, é importante que as crianças sejam estimuladas a participar ativamente da cultura letrada. Veja abaixo o cenário da formação de leitores no ensino fundamental 1, seus desafios e exemplos de práticas.
Cenário
Um dos problemas dessa etapa é avançar para além da alfabetização. “Quando se acompanha uma geração de alunos percebe-se que, em muitos casos, alcançadas as metas de alfabetização plena, os esforços para oferecer atividades de leitura diminuem”, lamenta o relações-públicas Volnei Canônica, coordenador do programa Prazer em Ler do Instituto C&A. A educação no Brasil ainda tenta avançar no que diz respeito ao aprendizado de leitura nos primeiros anos do fundamental. A pesquisa Geres (Estudo Longitudinal da Geração Escolar 2005), feita em parceria por seis universidades e realizada em 303 escolas públicas e particulares, de 2005 e 2008, mostra que, ao final do EF 1, os alunos de escolas públicas apresentam uma defasagem equivalente a dois anos de aprendizado em relação aos estudantes de instituições privadas.
Desafio
Desenvolver e consolidar a fluência na língua e a compreensão leitora são os grandes desafios da etapa. Ao mesmo tempo, seguir estimulando a participação ativa na cultura letrada numa hora em que já é possível dar autonomia para esse pequeno leitor. Professores podem e devem indicar livros, mas precisam propiciar à criança momentos em que ela possa fuçar bibliotecas e livrarias para descobrir o que a encanta. “A natureza, os animais, mistérios e fantasias atraem garotos e garotas”, diz Zoara Failla, gerente executiva de projetos do Instituto Pró-Livro.
Exemplos de práticas
Para trabalhar a fluência, a compreensão leitora e promover o interesse pela leitura, Gilda Carvalho, da Unesp, propõe o ensino da língua através de textos literários. “Ao mesmo tempo que aprendem a gramática, as crianças estão lidando com vários tipos de textos, gêneros e autores”, diz. Além disso, a criança recém-alfabetizada precisa ser estimulada a ler em voz alta. “O professor pode priorizar desde textos que contribuam para a alfabetização, com sílabas bem marcadas e rimas, até outros mais complexos, com narrativas mais engendradas, além de livros ilustrados e gibis”, recomenda Gilda. Rodas de leitura devem fazer parte da rotina em sala. “Encontros com autores e produções de texto também estimulam”, completa.
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