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O esforço da famíliaAs mães de alunos expostos a riscos sociais depositam grandes expectativas na escola e se empenham para garantir a escolarização dos filhos. Esta é a conclusão da pesquisa Esforços educativos de mães num território de alta vulnerabilidade social: um estudo de caso, […]

Publicado em 01/03/2013

por Camila Ploennes

iStockphoto

O esforço da família
As mães de alunos expostos a riscos sociais depositam grandes expectativas na escola e se empenham para garantir a escolarização dos filhos. Esta é a conclusão da pesquisa Esforços educativos de mães num território de alta vulnerabilidade social: um estudo de caso, conduzida pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Por meio de entrevistas e acompanhamento do cotidiano de 12 famílias moradoras da periferia da zona leste de São Paulo, os pesquisadores concluíram que a realidade contraria o senso comum segundo o qual a relação das famílias de meios vulneráveis com a escola é de indiferença ou distanciamento.

Uma das evidências dessa conclusão refere-se à matrícula: praticamente todas as mães tentam escolher a escola onde matriculam seus filhos, apesar da compatibilização automática, sistema que privilegia a indicação de unidades de ensino mais próximas da casa de cada família. Por razões variadas, as mães evitam a instituição localizada em seu bairro, região que sofre com enchentes de verão e presença do tráfico de drogas. Muitas dessas mulheres temem o uso de drogas pelos filhos, sobretudo na saída da escola.
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Das 12 famílias, oito apresentam mães cuja relação com a vida escolar dos filhos é marcada por um forte envolvimento. Com idades entre 25 e 44 anos e renda familiar entre R$ 500 e R$ 1.700, essas mulheres frequentaram a escola de modo irregular (não estudaram ou chegaram no máximo até o ensino médio), mas apresentam grande expectativa educacional em relação aos filhos e a elas mesmas. Segundo o estudo, a notável vontade de romper com a trajetória de dificuldade escolar tem influência sobre como as mães lidam com a escolarização de seus dependentes.

Os esforços identificados pelo estudo também incluem a participação no cotidiano das escolas, a reparação do desempenho escolar, antecipação e intensificação direta do trabalho da escola, incentivo à leitura, aquisição de materiais e organização do espaço doméstico, acompanhamento
escolar, prática dos estudos como controle da rotina diária e controle dos contatos no território.

Videogame feito em sala
O debate sobre o papel do educador na integração dos alunos com a tecnologia sempre leva à questão do nível de habilidade tecnológica e pedagógica desenvolvido pelo professor. Este assunto marcou a programação da Campus Party, evento de inovação tecnológica que aconteceu em São Paulo entre o fim de janeiro e início de fevereiro. Uma das apresentações, a do professor de história e geografia Rodrigo Ayres de Araújo, trouxe à tona um conceito a partir do qual os próprios alunos elaboram um videogame durante dois bimestres do ano letivo.

Chamada por Araújo de “gameficação da pedagogia” em seu trabalho final de pós-graduação no curso de Programação e Produção de Games (Senac), a ideia foi levada à Escola Municipal Dr. Achilles de Almeida, em Sorocaba, no interior de São Paulo. O resultado foi o jogo Sorocaba, cidade limpa, feito pelos alunos das quatro turmas de 8ª série para as quais o docente lecionava no ano passado.

Cada sala pesquisou um quadrante do município, que é urbanizado e industrial. Depois, cada turma trabalhou com um tema: coleta de lixo, combate à dengue, cidade sustentável (combate à poluição gerada pelas indústrias) e mutirão verde (plantação de árvores). Os assuntos correspondem às quatro fases do jogo. Segundo Araújo, o game levou quatro meses para ficar pronto e um ponto curioso dessa experiência é que ainda existem crianças avessas à tecnologia e aos jogos. “Mas sempre vai ter um aluno pesquisador, outro desenhista, outro programador; o professor é o guia”, defende (www.baudobarao.blogspot.com).

Arte e ciência em exposição
Reunindo trabalhos de artistas de Argentina, Brasil, Estados Unidos, Europa e Ásia, a exposição Exemplos a seguir! Expedições de estética e sustentabilidade passa uma temporada em São Paulo após viajar por Alemanha, Índia, China e Etiópia. Em cartaz no Memorial da América Latina até o dia 7 de abril, a mostra coletiva apresenta fotografias, instalações, filmes e performances que relacionam ciências e arte. A proposta é alimentar a reflexão sobre o convívio com o ambiente.

No filme Under discussion (foto), que compõe a exposição, um homem atravessa com seu barco o leste da Ilha de Vieques, em Porto Rico, onde os pescadores testemunharam a destruição daquele ecossistema ao longo dos anos, mas acabaram se mobilizando contra o dano ecológico que prejudicou o sustento da população local. Com curadoria da alemã Adrienne Goehler e da brasileira radicada na Alemanha Tereza de Arruda, a mostra também inclui trabalhos de brasileiros como James Kudo, José de Quadros, Marlene Almeida, Shirley Paes-Leme e Sonia Guggisberg.

Exemplos a seguir! Expedições em estética e sustentabilidade
De terça a domingo, das 9h às 18h, até 7 de abril
Memorial da América Latina – Galeria Marta Traba (portões 1 e 5)
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Barra Funda, São Paulo (SP)
Entrada gratuita
www.memorial.org.br

Incentivo à escrita
“E agora eu e minha equipe esperamos mais uma Olimpíada para tentar trazer mais uma medalha de ouro.” O texto de Heitor Ribeiro, de 10 anos, traduz a expectativa de alunos e docentes do ensino fundamental para o próximo concurso literário infantil Espantaxim, que em 2012 contou com 1.010 participantes, 700 a mais do que em 2011. Alunos de escolas públicas e particulares, incentivados pelos professores, inscreveram seus textos na segunda edição do prêmio,
que tinha a Olimpíada como tema.

Heitor, assim como outros quatro estudantes, ganhou um troféu na categoria redação, que foi dividida por faixa etária. Em sua escola, o Instituto Teresa Valsé, de Uberlândia (MG), Ana Carolina Rodrigues Ávila, de apenas 8 anos, também tirou o 1º lugar em redação. “A qualidade das produções das crianças foi tão surpreendente que resolvemos abrir mais categorias de premiação”, conta a escritora e criadora do concurso, Dulce Auriemo, à Educação.

Há, por exemplo, a categoria superação, que destacou a aluna Camila Braga Manzolli, de 10 anos, aluna do Colégio Marista Santa Maria, de Curitiba (PR). “Meu nome é Camila e estou participando da minha primeira paraolimpíada, porque sou portadora de síndrome de Down. Sou ginasta e adoro dançar”, escreveu. Na categoria cartas, Pedro Marcos Prado de Melo, de 12 anos, aluno do Colégio Piaget de São Paulo (SP), redigiu um agradecimento: “Caros fãs, agradeço por terem me apoiado em tudo que eu fiz, mesmo até pelas pessoas que me vaiaram, pois por causa delas fiquei mais forte…”. Segundo Dulce, a originalidade e a criatividade das crianças foram os principais critérios de avaliação.

Foram premiados ainda trabalhos nas categorias poesia e mensagem. No total, venceram 14 textos, que serão publicados em edição fac-similar, com lançamento previsto para o mês de abril.

Aperfeiçoamento on-line
Cursos livres de diversas áreas produzidos na Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Unesp) podem ser acessados gratuitamente por educadores no site Unesp aberta. O portal agrupa os recursos pedagógicos digitais desenvolvidos para os cursos de graduação, pós-graduação e extensão da universidade.  Entre os temas estão TICs aplicadas ao ensino; conteúdos e didáticas de artes, história, literatura e português; didática geral; educação especial e inclusiva; educação infantil; filosofia da educação; psicologia e sociologia da educação. Além dos cursos da área de humanas, também há materiais de exatas e biológicas. (http://www.unesp.br/unespaberta)

Autor

Camila Ploennes


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