É professor de Língua Portuguesa e orientador educacional
Publicado em 24/06/2019
Nesta coluna de João Jonas Veiga Sobral, o diálogo entre o orientador educacional e a aluna Laura acontece no corredor escolar
O orientador educacional encontra a aluna parada em frente ao balcão onde trabalha o bedel.
— Oi, Laura, tudo bem? Vi que está há um bom tempo aí no balcão do bedel. O que houve?
— Tudo bem, obrigada. Eu já estou voltando para a sala.
— Mas se você está aí parada, como pode “estar voltando”?
— Eu já vou voltar para a sala, estou pegando umas cartolinas para levar para a aula.
— E onde estão as cartolinas? O bedel foi buscá-las? Você está esperando por ele e por elas?
— Não, ele saiu agora mesmo para atender a um chamado no segundo piso. As cartolinas estão aqui na parte debaixo do balcão.
— Quanto tempo você leva para “estar pegando” as cartolinas, Laura?
— Leva uns segundos. Já estou indo, desculpe-me.
Leia também:
— Calma, não vá ainda. Parabéns, agora sim você usou o gerúndio em uma situação de movimento. Mas, antes de ir, me responda. Você está frequentando as aulas de recuperação paralela à tarde?
— Estou tentando, mas na semana que vem eu passarei a frequentar.
— Como seria o “estar tentando”? Qual a ação concreta dessa tentativa?
— É que eu volto com a van escolar bem no horário da aula de reforço. Estou conversando com o motorista para que ele venha me pegar mais tarde.
— Além de estarem conversando, você crê que o motorista esteja resolvendo o problema?
— Sim, ele disse que dará a resposta até o fim desta semana sobre a possibilidade de mudar o horário.
— Será importante que você frequente essas aulas para que possa “ir corrigindo” aula a aula seus problemas com matemática, não?
— Sim, verdade. Farei isso.
— Você está assistindo às aulas de reforço de língua portuguesa também?
— Não, mas eu estarei frequentando em breve.
— Excelente. Faça isso também.
— Farei. Bem vou indo.
— Laura, sem as cartolinas?
— Ah, sim, já ia me esquecendo…
*João Jonas Veiga Sobral é professor de Língua Portuguesa e orientador educacional