NOTÍCIA

Edição 258

Metade dos diretores já presenciaram agressão em ambiente escolar

Afirmação é resultado de uma pesquisa feita pelo Saeb sobre agressão escolar e divulgada recentemente. Nela, foram analisadas mais de 70 mil escolas da rede pública e cerca de 5,5 milhões de alunos

Publicado em 18/05/2019

por Redação revista Educação

diretores-agressao-escolar Foto: Shutterstock

Episódios de agressão física ou verbal de alunos a professores e também a funcionários foram confirmados por metade dos diretores de escolas públicas, e cerca de 10% deles dizem ter sido ameaçados pelos estudantes. As informações são do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) 2017, realizado a cada dois anos no país e divulgado recentemente. Mais de 70 mil escolas da rede pública e cerca de 5,5 milhões de alunos participaram da avaliação.


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A pesquisa — desenvolvida e gerenciada pelo Inep — aponta que, mesmo 72% dos diretores afirmando haver projetos sobre violência, 72,4% dos professores revelam que no último ano houve agressão física e verbal entre alunos.

Sobre as atividades de estudo, 56,7% dos estudantes declaram fazer as lições de casa de português sempre ou quase sempre, 25,5% fazem às vezes e 13,4% nunca ou quase nunca. Quando o assunto é matemática, 52,6% sempre fazem as tarefas, 26,7% de vez em quando e 16,6% nunca.

Falta de estímulo

A propósito, no Saeb, também chama a atenção que 60% dos professores do ensino médio cumpriram menos de 80% do planejado. Segundo os diretores escolares, a falta de recursos financeiros é um dos principais motivos da situação.

A ausência de material didático, em 2017, é a queixa de mais da metade dos diretores, sendo que há estados cuja taxa de reclamação ultrapassou 70%. Em Rondônia, 75,3% reclamaram da falta dos livros; Mato Grosso, 75,3%; Distrito Federal, 73,2%; Espírito Santo, 70,2%, entre outros.

Sobre leitura, cerca de 58,6% dos professores leem livros sempre ou quase sempre. Porém, em relação aos alunos, conforme os anos passam, a frequência à biblioteca ou ao espaço de leitura diminui: no 5º ano, 29,6% dos estudantes frequentam esses ambientes sempre ou quase sempre; já no 3º ano do ensino médio, apenas 11,8%.

Sem professor e sem infraestrutura

Além dessa pesquisa, em 2018, durante cerca de oito meses, 46 escolas municipais de São Paulo foram fiscalizadas pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). Participaram das entrevistas 542 alunos dos 7º, 8º e 9º anos e 504 professores.

Aliás, assim como no Saeb, a violência nessa pesquisa também é sentida: cerca de 68% dos professores ouvidos contam que já sofreram agressão verbal de estudantes ou responsável. Dados do TCM também mostram que 17,8% das escolas sofreram invasão, assalto ou furto ano passado.

Quase metade das escolas possuía disciplinas sem professor, e 43,5% não são acessíveis para pessoas com deficiência. Em relação aos gestores, quase 70% não são efetivos nos cargos.

A precariedade dos banheiros é uma das principais queixas dos alunos. Os fiscais não encontraram em mais da metade das escolas assentos nos vasos sanitários e só 30% possuíam papel higiênico.

Em nota, a Secretaria Municipal da Educação informa que a amostragem analisada representa apenas 1,3% da rede, uma vez que o município conta com 3,5 mil escolas e 1 milhão de estudantes.

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