NOTÍCIA
Essa fase de transição é um processo que envolve a busca pela autonomia e a absorção de regras sociais, no tempo da criança e com a participação da família
A partir dos 18 meses, as crianças passam a ter controle sobre os esfíncteres anal e vesical. O processo de desfraldamento, entretanto, deve acompanhar o ritmo da criança e ser realizado em parceria com a família. Além de ser uma oportunidade para desenvolver a autonomia, esse também é o momento em que a criança entra em contato com procedimentos culturalmente estabelecidos.
“Uma das regras sociais que as crianças precisam aprender é que existem lugares especiais onde as pessoas fazem xixi e cocô, e que isso não é público, é feito numa esfera privada”, lembra a enfermeira pediátrica Damaris Gomes Maranhão.
Segundo a especialista, não se deve comemorar quando a criança acerta, nem repreendê-la quando ela molha ou suja a roupa. “Essa fase é a da calcinha, ou cueca, suja. Não tem jeito. Mas esse cuidado com o próprio corpo deve ser ensinado individualmente, não no coletivo, e ensinar cuidando”, exemplifica.
Ela frisa, porém, que se uma criança estiver constantemente suja, e em excesso, ela merece uma atenção especial. “É importante que um adulto acompanhe a criança ao banheiro, para que ela seja orientada sobre como proceder”, sugere.
Pedagoga formada pela USP, Carolina Leão explica que é comum as escolas destacarem um profissional para acompanhar a ida das crianças ao banheiro – geralmente o professor assistente ou o volante assume essa função. Porém, dependendo do grau de desenvolvimento os alunos, eles podem receber autorização para irem sozinhos ao banheiro fazer xixi.
“Os meninos também aprendem a enxugar o pipi e a abaixar a tampa depois de usar o vaso sanitário. E meninos e meninas lavam as mãos antes e depois de usar o banheiro. Mas para fazer cocô, é melhor que a volante vá junto. Pode usar papel higiênico ou lenços umedecidos. Quem tem alergia pode ainda usar algodão umedecido.”
Para ela, o mais importante é não brigar com a criança. “Sim, ela vai molhar dez roupas num dia, mas se for repreendida, vai segurar o xixi e isso pode provocar problemas, como infecções.” Por isso, os professores devem ficar atentos e convidar a criança a ir ao banheiro de 15 em 15 minutos, e fazê-la entender que já é grande, por isso não precisa mais da fralda. “Muitos têm medo de cair dentro do vaso sanitário, então é preciso paciência e cuidado”, diz a professora.
O diálogo com a família também é fundamental no processo de retirada das fraldas, que deve ocorrer em casa e na escola Carolina conta que, muitas vezes, o trabalho feito na escola é perdido num fim de semana, em casa. “Tirar a fralda é um processo trabalhoso, mas a partir do momento que a gente começa, não se pode parar, senão criamos confusão na cabecinha deles”, lembra.
1 ano
O primeiro ano de vida da criança é marcado pelo desenvolvimento de habilidades motoras num dos ritmos mais acelerados de toda a sua vida. Os cuidados básicos com a criança pequena (troca de fraldas, banho, alimentação, sono e outros) são essenciais. Porém, o compromisso da creche estende-se a educar, propondo um ambiente afetuoso e acolhedor, que estimule o desenvolvimento neural (logo após o nascimento as células nervosas do cérebro estabelecem conexões entre si, de forma intensa, a partir de estímulos do ambiente).
2 anos
Aos 2 anos, a criança explora os ambientes com muita curiosidade, mexendo em tudo. Ele está desenvolvendo suas habilidades motoras amplas e finas. Nesta idade, é preciso cuidar da segurança do ambiente e a criança não pode ficar sem supervisão. Os cuidados com a troca de fraldas, o banho, a alimentação e o sono podem contribuir para que a criança adquira bons hábitos de higiene e mesmo estimular a futura autonomia.
3 anos
Se a criança ainda não largou as fraldas, deve ser incentivado com mais ênfase o uso do banheiro, tendo sempre os cuidados com a higiene. Se estimulada, ela vai adquirindo habilidades para se vestir, usar o banheiro, se alimentar e tomar banho.
4 anos
A criança já percebe que a interação social pode ser agradável e produz experiências mais ricas. Suas habilidades físicas e motoras estão mais definidas. Ela já se comunica e interage de formas diversas com adultos e outras crianças. Com mais desenvoltura, ele faz brincadeiras mais ousadas ao ar livre. Mostra mais curiosidade em relação ao meio ambiente e aos animais. O ambiente continua exercendo papel essencial para o bom desenvolvimento da criança Nessa fase. É hora de começar a ensiná-la a se vestir sozinha, lavar o rosto e as mãos, usar o banheiro, alimentar-se e até a tomar banho.
5-6 anos
Entre os cinco e seis anos, a criança já está se comunicando bem com os amiguinhos e com adultos. Também já deve ter desenvolvido relativa autonomia com relação a seus hábitos de higiene. Mas, lembre-se, ela ainda necessita de orientação e supervisão para que esses hábitos se consolidem de forma saudável.